Alfa 156 e Passat Turbo interpretam com diferentes estilos o conceito de médio moderno, confortável e de alto desempenho |
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Um traz o sangue quente italiano, acabamento de madeira no volante e no painel, motor mais arisco e um ronco esportivo que até dispensaria sistema de áudio. O outro simboliza a solidez e qualidade germânicas, cativando pelo conforto, baixo nível de ruído e espaço abundante, com acabamento mais sóbrio. Apesar das diferentes personalidades, Alfa Romeo 156 2.0 Twin Spark e Volkswagen Passat 1.8 Turbo têm vários pontos em comum, como potência na faixa de 150 cv e preço similar, que os posicionam no mercado em categoria intermediária entre Vectra/Mondeo e os mais luxuosos Audi A4, Mercedes Classe C e BMW Série 3. |
Ambos causam boa impressão, mas
o desenho do 156 é mais inspirado com as |
O Passat é bem maior
entre eixos, 2,7 contra 2,59 metros, imposição do menor
aproveitamento de espaço pelo motor longitudinal (transversal
no 156). Examiná-los lado a lado evidencia o porte
massudo e as linhas sólidas do VW, em oposição ao
perfil ágil e compacto do Alfa. Em personalidade, porém,
o mérito é todo do italiano: os vincos laterais, as maçanetas
dianteiras clássicas e as traseiras embutidas no vértice
da janela, a grade-escudo avançando no pára-choque e
deslocando a placa para a esquerda, as lanternas
incrustadas na traseira impressionam e fazem dele um sedã
diferente de qualquer outro no mundo. Embora contemporâneo
e dotado do melhor coeficiente aerodinâmico (Cx) da
categoria, 0,27, o Passat lembra demais o Audi A6 -- o
que não é um demérito -- na forma curva do teto e os
VW de categoria inferior na aparência da frente. O que ambos partilham: linha de cintura elevada, reduzindo a área de vidros (positivo para maior rigidez torcional e menor incidência de calor solar no interior); traseira alta e curta e ótimos faróis de duplo refletor com lentes de policarbonato. A tecnologia de superfície complexa foi utilizada em ambos os fachos do 156 e apenas nos altos -- que incorporam os de neblina -- do Passat. Rodas de alumínio de 15 pol equipam ambos, mas no Alfa o estepe utiliza aro de aço. Já o Passat impõe o incômodo de remover a antena de teto a cada parada, sob risco de furto da haste. |
O VW é bem mais longo entre
eixos em função do motor longitudinal; silhueta do |
Aberta a porta, o Passat
revela conveniência nas luzes que iluminam o piso
externo e qualidade nas portas que se fecham facilmente
sem bater. O acabamento dos bancos agrada nos dois,
apesar do veludo verde de gosto discutível do 156
avaliado. O VW sai na frente pelos painéis de porta com
menor uso de plástico, revestimento macio no painel e
nos puxadores das portas, movimento suave da tampa do
porta-luvas e das alças de teto escamoteáveis, e faixa
degradê no pára-brisa. O Alfa contra-ataca com console
central, aro do volante e pomo do câmbio revestidos em
madeira, o que torna muito agradável o uso destes
comandos, e painel de formas inspiradas que combinam
nostalgia a modernidade. Encontra-se boa posição de dirigir nos dois sedãs, com volante ajustável em altura e profundidade e banco firme, regulável em altura e apoio lombar. Ambos trazem o extintor de incêndio à frente do assento do motorista, mas a VW poderia melhorar sua posição, pois incomoda as pernas com alguma frequência. Seu retrovisor esquerdo tem dupla convexidade, ótimo no acesso a rodovias em ângulo, mas o direito deveria ser maior. O painel mais convencional do Passat transforma-se à noite, quando a luz azul dos instrumentos e vermelha dos ponteiros e comandos confere um ar sofisticado e atraente -- ao menos para a maioria. |
Porta-malas com grande abertura
em ambos, mas o do 156 perde em espaço; |
No 156 o destaque vai
para os instrumentos em módulos individuais, completados
por três mostradores dirigidos ao motorista no alto do
console central. Ponteiros voltados para baixo na posição
de repouso remetem a esportivos do passado, mas a iluminação
verde mostra-se insuficiente para clarear os dígitos com
luz ambiente fraca, como ao entardecer, quando o fundo
prata escurece. Um ponto a corrigir. Ambos são espaçosos, mas o alemão mantém-se imbatível neste aspecto, como já ocorria desde a terceira geração lançada em 1988. Mesmo o quinto passageiro se acomoda bem, embora não disponha de encosto de cabeça e cinto de três pontos, que o italiano oferece como opcionais. Neste o assento traseiro baixo cria certo desconforto para as pernas e os cintos se travam com muita facilidade. Os porta-malas têm tampa de grande ângulo de abertura e dobradiças pantográficas externas, que dispensam a reserva de espaço para quando fechadas. O do Passat, contudo, é quase 100 litros maior (dados de fábrica), diferença importante. |
Faróis mais modernos no Alfa, que utiliza superfície complexa também no facho baixo |
Se é nos detalhes que se reconhece um bom automóvel, só o Passat oferece controles elétricos dos vidros com sistema antiesmagamento (mas ambos ficam devendo o temporizador), abertura interna da portinhola de abastecimento, pára-sol esquerdo com espelho, iluminação e tampa (só no direito do Alfa), porta-luvas climatizado, interruptor central de travamento das portas, banco traseiro rebatível e bipartido e apagamento gradual da luz interna. O espaço para objetos é maior e há quatro porta-copos embutidos, solução muito inteligente. Seu capô é sustentado por molas a gás, como o do concorrente, mas a lingueta de trava que sai pela grade facilita em muito a abertura. |
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