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Na década de 80, a Rolls então pegou suas enormes e opulentas barcas e criou novos Bentleys, turbinando e modificando o já tradicional V8 de alumínio que usava em todos os seus carros, além de tornar a suspensão mais esportiva. Os milionários do mundo todo adoraram a idéia de um Rolls ágil e esportivo, e pela força deste enorme V8 turbo, levantaram de novo a empresa. Atualmente, a Bentley vende mais que a Rolls por uma boa margem.

O veterano motor V8 de 6,75 litros da Rolls voltou na série Red Label do Bentley Arnage, ocupando o lugar que parecia reservado ao propulsor BMW

É por isso que tanto a VW quanto a BMW correm o risco de se dar mal nesta história. Os primeiros Rolls e Bentley com motor BMW (mesmo antes de ser vendida, a Rolls tinha feito um acordo com a BMW para usar seus motores no Silver Seraph e no Arnage, nesta ordem) não venderam o esperado, fazendo aparecer uma versão destes novos carros com o antigo V8 turbo.

É previsível que, quando este fantástico propulsor (6,75 litros, 400 cv, torque de caminhão) sair de linha, o que é praticamente inevitável quando as marcas se separarem em 2003, conforme o acordo das duas alemãs, o futuro da Rolls e da Bentley seja sombrio. A VW e a BMW não vão resistir à tentação de criar suas próprias interpretações de Rolls e Bentley, e é claro que nunca mais veremos carros tão carismáticos quanto um atual Bentley Continental T.

Temos também, entre as marcas inglesas "vendidas", a Lotus. Apesar de há muito tempo não estar nas mãos de ingleses, permanece independente e, como sempre foi, uma marca inglesa. Ainda hoje mantém a personalidade que a fez famosa. Falar de Lotus nos leva à Caterham, que já mereceu um artigo específico (saiba mais) com seu fantástico Super Seven.

A AC já tentou emplacar diversas versões do Ace (foto) desde os anos 80, mas seu grande sucesso ainda é a edição moderna do Cobra, um clássico imortalizado por Carroll Shelby

A AC é talvez a mais antiga dos sobreviventes. Muito pequena, sobrevive vendendo cópias do tradicional Cobra, apesar de tentar sem sucesso produzir um carro mais moderno chamado AC Ace, que já teve várias encarnações desde os anos 80. O Cobra é uma história à parte. No final dos anos 50, a AC produzia um conversível, também chamado Ace, com três versões de motorização, todas de seis cilindros em linha.

Quando a Ford decidiu competir com a Ferrari no cenário de competições dos anos 60 (de que falaremos em outra oportunidade), precisava de um carro para a categoria GT de Le Mans. O corredor americano Carrol Shelby propôs à Ford colocar um V8, o mesmo de nosso primeiro Galaxie, no pequeno AC. Nascia, então, uma das maiores lendas do automóvel, o Cobra.

Até hoje, o nome e a autoria deste carro são disputadas, havendo quem o trate por Ford Cobra, AC Cobra e Shelby Cobra. A pequena empresa de Thames Ditton recentemente experimentou um fenomenal crescimento de vendas, devido ao lançamento de uma versão do Cobra com carroceria de plástico reforçado com fibra de carbono, bem mais barato que o alumínio tradicional. Uma nova versão com esta carroceria, o 212 S/C, utiliza o V8 turbinado do Lotus Esprit, é extremamente leve e promete ser mais rápida que o lendário 427 S/C dos anos 60.

Entre as várias marcas, a Lotus ainda mantém a independência e as tradições: o novo Elise de segunda geração é leve, ágil e divertido como o Super Seven de quase meio século atrás

Mas, se você preferir -- e tiver a montanha de dinheiro necessária --, a AC ainda hoje pode produzir um Cobra igualzinho os dos anos 60 para você, todo em alumínio batido à mão, com potência de até 400 cv.

Como não pretendemos enfocar todas as sobreviventes da Inglaterra, deixamos de fora marcas como TVR, LCC, Westfield, Grinnall, Ariel, Lea-Francis, pois suas histórias são menos interessantes, apesar de seus carros não serem. É interessante notar que, à exceção da Rover, todas as inglesas até agora resistiram à tentação de fazer um utilitário esporte (SUV). Mercedes, BMW e até a Porsche não tiveram a mesma retidão em seus princípios. Com certeza vão progredir mais como empresas, mas pagando o preço de, como marcas, correr o risco de no futuro não significarem mais nada.

Apesar de hoje ter um volume de produção insignificante, a indústria inglesa é um verdadeiro acervo que merece ser preservado. O mundo seria um lugar infinitamente mais triste sem as criações automotivas dos súditos de Sua Majestade.

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