Automóvel globalizado

Do Canadá à Polônia, da Tailândia à Eslováquia, carros produzidos nos
quatro cantos do mundo estão presentes no mercado nacional

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Bratislava, na Eslováquia, é onde o Grupo VW produz o Touareg (acima) e o Audi Q7; na foto no alto, o Fiat 500 que começa a chegar da Polônia

Desde 1998 a unidade australiana Holden é a responsável pelo Omega

A fábrica tailandesa de Laem Chabang abastece o mundo com a nova geração do Pajero Sport da Mitsubishi, que aqui recebeu o nome Dakar

Se os compradores brasileiros do Fiat 500 tiverem curiosidade de se informar, encontrarão uma origem inesperada para seu charmoso carrinho. Pela primeira vez na história de nosso mercado, chega ao Brasil pela importação de um grande fabricante um automóvel fabricado na Polônia — na unidade da pequena cidade de Tychy, no sul do país, de onde saem também o Fiat Panda e o atual Ford Ka europeu, todos baseados na mesma plataforma. E se você tiver um Volkswagen Touareg ou Audi Q7, saiba que seu carro não é alemão, mas eslovaco, feito na capital Bratislava (o Porsche Cayenne também usa a fábrica, mas só para a construção da carroceria).

Automóvel polonês ou eslovaco pode ser novidade por aqui, mas — para surpresa de muitos — o mercado nacional já conta com veículos das mais variadas procedências. Além dos países mais tradicionais, como Alemanha, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Japão e Suécia, temos carros vindo de várias procedências menos conhecidas, grande parte delas sem uma marca nacional.

Da Austrália vem desde 1998 o Chevrolet Omega, chamado lá de Holden Commodore. Da Áustria chegam o BMW X3, o Chrysler 300C e algumas versões do Jeep Grand Cherokee, enquanto outras são trazidas dos EUA. A Bélgica nos envia os modelos C30, S40, V50 e XC60 da Volvo; o Canadá, o crossover Ford Edge; e a Espanha, as minivans Citroën C4 Picasso e Grand C4 Picasso, além do Nissan Pathfinder. A Finlândia cuida da montagem de parte dos Porsches Cayman e Boxster na Valmet Automotive, na cidade de Uusikaupunki.

A Hungria fabrica o Audi TT; Portugal, o conversível Volkswagen Eos; e a Tailândia, o novo utilitário esporte Mitsubishi Pajero Dakar (também já trouxemos de lá o picape Nissan Frontier antes da fabricação local da nova geração). Do Uruguai vem hoje o Chery Tiggo, de marca chinesa, mas o país já nos enviou parte das linhas ZX e Xsara da Citroën, em complemento aos que vinham da França. A lista se completa com carros chineses (das marcas Chana, CN Auto e Effa), mexicanos e argentinos e com os casos citados da Polônia e da Eslováquia.

Como se vê pela relação acima e por outros casos, são muitos os modelos feitos fora dos países-sede de seus fabricantes — como, aliás, ocorre com todos os carros brasileiros, já que não temos marcas próprias. A Mercedes-Benz faz o utilitário esporte Classe M na cidade de Tuscaloosa, estado do Alabama, e a BMW produz Z4 e X5 em Spartanburg, na Carolina do Sul, ambas nos EUA. Também norte-americanos são os "japoneses" Honda Accord, Mitsubishi Eclipse e Subaru Tribeca, enquanto a Volvo se divide entre fabricação sueca e belga (no passado também fez carros na Holanda) e o Smart Fortwo é na verdade francês de Hambach, quase na fronteira com a Alemanha da empresa-mãe Daimler. Continua

Não há mais Fords dos Estados Unidos no mercado, pois o Edge (foto) vem do Canadá e o Fusion do México; o VW Eos é feito apenas em Portugal

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Data de publicação: 13/10/09

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