Picape Volkswagen com motor de 225 cv acelera como automóvel de respeito; preço é de R$ 185 mil
Volkswagen lançou comercialmente versão com motor V6 da picape Amarok: 3,0 litros de deslocamento, 225 cv e 56,1 m.kgf de torque. Se a anterior, mantida em linha, quatro cilindros, 2,0 litros e 180 cv oferecia bom comportamento dinâmico, expandir o motor em 50% abre distância, e a união de características aproximam-no dos automóveis, distanciando dos caminhões. Para acelerar, 0 a 100 km/h em 8 segundos, medida de automóvel de respeito; para frear, idem, em freios a disco nas 4 rodas, com exclusivo ABS off-road. Tração total automática, transmissão com oito marchas.
Não é para peão, mas para fazendeiro ou seu herdeiro agroboy. Este, alias, deve ser o maior usuário de outra habilidade da Amarok: ao premer um botão muda-se a pressão dos turbocompressores, obtendo-se 10% adicional em potência. Dura apenas 10 s, bastante para superar dificuldades imprevistas. Sistema foi pioneiramente aplicado nas picapes Mitsubishi L200 feitas no Brasil e Fiats com motor 1,4 turbo, mas faz a maior presença.
Motor apresenta características modernas, com injeção direta de diesel sob elevada pressão e turbos com geometria variável. Nele, comandos acionados por corrente, afastando o pesadelo das quebras das correias dentadas nos motores 2,0. É produto curioso, desafiando a lei da obsolescência do estilo, segundo a qual veículos devem mudar de carroceria a cada 8 anos. A Amarok tem mais e apenas passou por sutil mudança estética.
Empresa fez pré-série com 450 unidades vendidas num dia, acertando em formulação e preço – R$ 185 mil, considerado excepcional se comparado com líder no mesmo padrão de decoração: Toyota Hilux de apenas 177 cv a R$ 192 mil. O argumento de ter força, rapidez e velocidade; aparato eletrônico de segurança, incluindo freios para descidas; volume de equipamentos e acessórios; excelentes bancos dianteiros, deve ser ouvido pelos interessados. Da Amarok ficam sete versões, incluindo chassis, cabine simples, dupla, motores com 140 cv/34,7 m.kgf, 180 cv/42,8 m.kgf e o V6.
Não é produto para volume, versão V6 tem vendas projetadas de 30% do mix, mas Pablo Di Si — presidente da VW na América Latina — crê num puxador de vendas pela exclusividade do V6, da potência e torque superiores aos concorrentes. Hoje a Amarok está em 4°. lugar.
O bom Salão de Genebra
Nesta edição, aberta à imprensa na terça-feira 6 e a público de 8 a 18 de março, são esperados 10 mil jornalistas nos dois primeiros dias e 700 mil visitantes interessados nos 180 exibidores, 900 veículos expostos, 110 em apresentação europeia ou mundial, com ênfase à crescente onda de supercarros. No dia de abertura, entrevistas com CEOs a cada 30 minutos, e as mais aguardadas são as do sempre novidadeiro Sergio Marchionne, da FCA; do presidente da Volkswagen sobre os efeitos do Dieselgate em sua companhia e, nesta edição, do número 1 da Mercedes, para explicar a venda de quase 10% da empresa a um chinês.
Dia 5, os 60 jornalistas integrantes do Car of the Year, mais prestigiosa láurea na indústria automobilística europeia, escolherão o veículo mais representativo do ano. Dos 37 veículos listados e aprovados na primeira semana de testes de estrada, numerosas avaliações, e a última bateria de avaliações nas proximidades de Paris, contando com os fabricantes para aclarar dúvidas – e fazer lobby -, depuraram-se sete finalistas: Alfa Romeo Stelvio; Audi A8; BMW Série 5; Citroën C4 Aircross; Kia Stinger; Seat Ibiza; Volvo XC40 (foto). Resultado incógnito, mas a julgar pelos prêmios recentemente recolhidos, chances há de o SUV Alfa ser o vencedor.
Em outubro os elétricos Zotye
Negócio principia com a homologação dos veículos junto ao governo brasileiro e pequena importação de lote completamente montado, à espera da definição conceitual do governo federal em nova legislação hoje gestada sob o carimbo de Rota 2030. Ali estarão os parâmetros para a indústria, desenvolvimento tecnológico, incentivos para alcançá-los, incluindo tributação sobre híbridos e elétricos. Após, incremento em volumes e, acredita, até o final de 2019 te-los-á montados no Brasil em crescente agregação de partes nacionais. Segundo Cadu Barbosa, diretor da Zotye para relacionamento governamental, tal índice deverá atingir 70% em 5 anos.
A fábrica em instalação em Goianésia, GO – a 180 km ao nordeste de Goiânia –, galvaniza um processo industrial atraindo instalação de fornecedores de auto partes – baterias, eletrônicos, pneus, etc. – e a formação do Parque Industrial Automotivo de Goianésia.
Os produtos
O E200 é um subcompacto – veja-o como o Smart Fortwo da Mercedes —, 2,73 m de comprimento; 1,60 m de largura; 1,81 m entre eixos. Motor elétrico com 81 cv, velocidade final de 120 km/h, autonomia de 180 km/carga, interior refinado em decoração e conectividade. Quanto ao Z500, está em outro oposto do mercado. Grande para os padrões nacionais em 4,75 m e 2,75 m entre eixos, tem motor com 128 cv e autonomia de 250 km/carga.
Os chineses, quem diria, sócios da Mercedes
Notícia surpreendente, um chinês comprou 9,69% das ações da Daimler, controladora da Mercedes. É Li Shufu, comandante e principal acionista da China Zhejiagn Geely Holding Group, proprietário de, por enquanto, quatro marcas de veículos: Geely; London Taxi; Volvo; Lotus. Com US$ 9 bilhões tornou-se o maior acionista individual do fabricante de Mercedes automóveis, caminhões e vans. Em segundo lugar no controle acionário da empresa está Kwait Investment Authority, com 6,8%.
Na prática conseguiu seu objetivo – ter acesso à tecnologia de carros elétricos Mercedes. Indelineável separação entre pessoa física, holding, e empresas controladas, quer lançar marca própria nos EUA, carro luxuoso, sob a marca Lynk & Co, e produzir veículos autônomos com base Volvo.
Os Xing-Ling, com insuspeitado poder, vem-se espraiando pelo mundo. Há dois anos propuseram assumir 30% da PSA – Peugeot Citroën DS -, forçando o governo francês a associar-se para evitar o controle estrangeiro sobre a pioneira marca. E neste turvo mundo das finanças empresariais, dizem-nos aptos a adquirir a FCA – Fiat Chrysler Automobiles, empresa assumindo feição financeira e controladora de dezena de marcas, nas quais a cada dia se percebe o fazer automóveis apenas como negócio sem causa. Mas vale o registro da surpresa, de alguém preencher o cheque de US$ 9 bilhões de sua conta pessoal. Não foi associação, fusão, troca de ações, mas negócio de compra, um saque da conta bancária.
Roda a Roda
Não – André Senador, diretor de assuntos corporativos na VW Brasil, consultado, desconhece a pretensão. Marca pertencente ao conglomerado VW, para produzir localmente seria em instalação industrial VW.
Difícil – Seat não está no radar de produtos da VW do Brasil, às voltas com muitos lançamentos. Importador independente não parece opção.
Começou – Citroën iniciou produzir na Argentina seu sedã C4 Lounge remodelado. Lançamento dia 14, vendas em seguida.
Dúvida – Renault inaugurará fábrica de peças e motores à base de alumínio. Até agora não conseguiu confirmar presença do Presidente Temer.
Mimo – Compradores da pré-venda de Fords Mustang levarão brinde adicional: capacete cópia do utilizado pelo piloto Dan Gurney à apresentação do modelo em 1964.
Opção – Décima quarta iniciativa de divulgar veículos e serviços elétricos entre 18 e 20 de setembro, no Transamérica Expo Center, São Paulo, SP. É o Salão Latino Americano do Veículo Elétrico, agora organizado pela Nürberg Messe, mais uma empresa alemã de organização de eventos chegada ao Brasil.
Melhor – Pirelli foi escolhida Fabricante de Pneus do Ano, na Expo Tecnologia de Pneus em Hannover, Alemanha. Pesaram para a depuração o foco nos pneus Prestige, para veículos de alto valor; maior número de homologações – circa 2.000 -; parcerias com 28 universidades; e o lançamento do Connesso. É um pneu transmissor para celular ou nuvem, de informações com análise de dados de pressão, temperatura e desgaste.
Democradura – Parece descrição do fim do governo revolucionário, mas é apenas apreciação sobre as cores mais vendidas de automóveis em 2017. A ditadura do Preto e do Prata deu abertura ao Branco, agora líder. 78% dos veículos de 2017 foram pintados nestas cores. Branco liderou com 40%; preto e prata em segunda posição, seguidos por marrom, verde e vermelho, segundo análise da fabricante BASF.
Verdade – Resumo do negócio, quanto menor o automóvel, mais viva a cor.
Mais luz – Phillips inicia vender lâmpadas com até 3 mil horas de vida – usuais oferecem apenas 700h. É a Long Life Eco Vision, boa para veículos com larga rodagem diária. Há nos tipos H1, H4, H7 e H11, aplicáveis à grande maioria da frota nacional. Custa uns R$ 25, e as comuns em torno de R$ 17.
Negócio – BP/Castrol e Renault firmaram entendimento através da Renault Sport Racing, departamento esportivo da marca, incluindo Fórmula 1 e Alpine. Patrocínio, fornecimento de combustível e lubrificantes, desenvolvimento. Óleos BP/Castrol serão primeiro abastecimento, como equipamento de fábrica, e recomendados nas trocas em todos os Renault, Nissan, Mitsubishi. Tremendo mercado, ano passado venderam 11 milhões de unidades.
E? – Capital não tem coração ou patriotismo. A Renault é das mais antigas marcas francesas, mas o patrocínio é britânico…
Gente – Rodrigo Soares, executivo, desafio. De gerente de vendas a nº 1 em comunicação e imprensa Porsche. Boa base acadêmica, era da Mercedes-Benz onde implantou MB Challenge – as corridas com carros da marca. Do ramo, conhece o produto, exigências nem sempre consideradas na contratação de executivos como interface a público interessado, como o é o de jornalistas especializados.
Factory 56, o automóvel recomeça
Uma proposta com cunho histórico e atualização industrial iniciou ser tocada pela Mercedes-Benz Cars, a divisão de automóveis da corporação Daimler. Empresa fixou a pedra fundamental e, em paralelo à construção, principia moldar métodos e equipamentos direcionados ás novas exigências mundiais de ecologia e informatização no projeto e construção de automóveis. Pretende a Mercedes repetir fato gravado na história, a produção do primeiro veículo automóvel, o Patent Wagen, de 1886. Markus Schäfer, membro do Conselho da Mercedes-Benz Cars, Produção e Suprimentos, sintetizou a importância da empreita: “Como inventora do automóvel, estamos reinventando a produção”.
Vista como apta a ser a mais moderna do mundo, a Factory 56 engloba a síntese de três conceitos: Digital, Flexível, Verde, e com foco sobre as pessoas. O rótulo pretende identificar um novo conceito de construção dentro das exigências para a futuro, em meio à atual demanda por enormes mudanças quanto aos métodos de projeto e fabricação. Quer corporificar as três tendências, ser consistentemente digital, flexível, e com processos rotulados de verdes, criados e implantados com proteção à ecologia e meio ambiente.
A iniciativa recebeu, à cerimônia de fixação da pedra fundamental, importante manifestação de reconhecimento oficial. A Dra. Nicole Hoffmeister-Kraut, ministra da Economia, Trabalho e Construção Habitacional de Baden-Württenberg, estado no sudoeste alemão, a 35 km de Sindelfingen, onde está a sede da Mercedes, comemorou a entronização da pedra fundamental e a construção da nova usina no estado, como local privilegiado para a indústria a longo prazo, garantir a prosperidade do país através da função das indústrias em produção e mobilidade do futuro, ressaltando a tarefa do Estado em apoiar tal inovação.
A coluna expressa as opiniões do colunista e não as do Best Cars