Quase todos os fabricantes apostam em utilitários esporte para retomar vendas, participação de mercado, sorrir
Há quinze anos mercado sinaliza o futuro imediato: utilitários esporte, com aparência ou capacidade de vencer dificuldades em mau asfalto ou na falta de estradas. O Ford Ecosport de primeira geração trafegou sozinho, após seguido pelo Renault Duster. Agora, apesar da continuada queda geral de vendas, quase todos os fabricantes apostam nesta configuração para retomar vendas, participação de mercado, manter empregos, sorrir. Coluna foca em cinco novidades.
Vitara – Coisas do mercado, era o maior da marca e, ao contrário da tendência mundial, em vez de crescer, reduziu-se ao abandonar o prefixo Grand. Exibe a atual filosofia da Suzuki, regime de peso para manter-se hábil a ser deslocada pela conhecida motorização de 1,6 litro, 126 cv. Ou pelo novo motor da família, 1,4 turbo, 146 cv. Produto importado, pequena em porte no Brasil, ágil, sua representante SVB trabalhou com a rede de revendedores oferecendo possibilidade de personalização. Não apenas por acessórios, como também pela combinação de cores na carroceria – grade frontal, moldura do extrator de ar, aerofólio, retrovisores, materiais no interior, revestimento do painel, etc.
Tucson – Herdeiro distante do Tucson, mantido em produção pela CAOA Hyundai, é outro veículo, com as atualizações e desenvolvimento. Emprega novo motor 1,6, injeção direta, turbocompressor. Faz 177 cv, 27 m.kgf de torque, levados às rodas por transmissão de duas embreagens e sete marchas. Inteiramente novo, construção por aços especiais aumenta rigidez da carroceria diminuindo transmissão de vibrações, cuidados internos, mais espaço aos passageiros, versões GL e GLS. Preços a partir de R$ 138 mil. Credenciada Hyundai produz antigo e novo Tucsons e o iX35.
JAC T5 CVT – Se você identifica carro chinês como o mais equipado e a menor preço, terá no T5 CVT o mais chinês dentre os chineses. É a nova bandeira da JAC no Brasil, com promessa de montagem na Bahia. Equipamentos apenas usuais em veículos superiores, controlador de velocidade, ar-condicionado automático, kit multi media, tela de 20 cm, câmera de ré, ESP, transmissão automática, demanda de 75% das vendas no segmento, e menor preço para desenhar sua pretensão de mercado: mais por menos. Transmissão continuamente variável com seis marchas virtuais. Motor de 1,5 litro, 125/127 cv. Menor preço da categoria, provisórios R$ 69.990.
Roda a Roda
Jogo duro – Projeto de novo picape Peugeot, antecipado pela Coluna, a ser desenvolvido com a sócia chinesa Dongfeng, bifurcou-se. Primeiro caminho, picape jogo duro, rústico, para o mercado africano, com produção na Tunísia.
Conforto – Outro ramo será para produto ao gosto do mercado sul-americano: enfeitado, imponente e poderoso. Linha de picapes da Dongfeng foi criada sobre Nissans. Brasil e Argentina disputam sediar a produção no Mercosul.
Razão – Nada de simpatia, mas a PSA desenvolve o mais atrevido plano de retomar mercado e, em sua história, dominou alguns mercados africanos. No Mercosul a presença de picapes de luxo não é apenas característica. É lucro.
Fidel – Com a morte de Fidel Castro, sítio argentino Autoblog resgata história interessante: o protesto do General/Presidente Ernesto Geisel contra a venda pela Argentina de sensível quantidade de veículos a Cuba, rompendo o acordo com os EUA de impor bloqueio econômico à ilha. Mandou Ford Falcon, Dodge 1500, Fiat 125, Renault 12, Citroën Ami, caminhões, picapes e tratores.
Tecnologia – Troller recebeu prêmio de melhor produto pela Society of Plastics Engineers, SPE. Razão, no fabricar seus jipes deixou a tradicional laminação de compósito de fibra de vidro, adotando processo de compressão a quente.
Razão – Ford, dona da empresa, mudou o produto e adotou processo industrial à altura, reduzindo a feição artesanal. Garante resistência e, para alegria de usuários e revendedores, padroniza dimensões das peças.
Mercado – Philipp Schiemer, presidente da marca no Brasil, prestígio: vendas da Mercedes caíram 60%, despesas crescem junto com o prejuízo, conseguiu autorização da matriz para ampliar investimentos com a pista. Pista e Centro colocarão a Mercedes em posição de única marca de caminhões íntima da realidade das dificuldades viárias e seu entorno no Terceiro Mundo, apta a desenvolver soluções para estas desafiantes agruras.
Negócio – Localiza disse ao Valor Econômico estar aberta a fusões e aquisições. Na prática é reação à evolução da locadora Movida, já a segunda do mercado. Terceira, a Unida deve abrir o capital. Pelo visto há exceções nas quedas nos negócios com automóveis. Localiza e Movida focam mesma operação: aluguel de novos e venda de seminovos comprados a preços irreais.
Início – BMW Motorrad, braço de motocicletas da marca alemã, criou novo modelo para ser primeiro degrau em sua escala de preços no mercado nacional. É a F 700 GS, hábil ao uso diário e fora de estrada. R$ 40 mil. Grosso modo é simplificação do modelo 800 GS com mudanças caracterizadores, como o menor volume, perceptível pelo banco mais baixo – 82 cm – relativamente ao modelo inspirador. Mecânica idêntica, motor bicilíndrico, 798 cm³, 75 cv, 6 marchas.
Mercado – Italiana Ducati, empresa Volkswagen, bateu recorde de crescimento em novembro: 5,1% do mercado. Na média em 2016 vendeu 100 unidades mensais. Vê como responsável lançamento modelo Xdiavel: em seis meses vendeu ¼ do volume da marca. Revista Duas Rodas elegeu-a Moto do Ano.
Pacote – É continuidade ao desenvolvimento da geração de motores de seis cilindros com a novidade de não utilizar turbo. Conteúdo para otimizar resultados e, como bons carros de corrida, servir de laboratório aos de produção. Banco preso ao chassi, e pedais ajustáveis. Estreia em Daytona, EUA, janeiro.
Fórmula 1 – A inesperada saída de Nico Rosberg após ter ganho o título da Fórmula 1 gera ociosas especulações sobre razões alheias. Certa, é a dificuldade da Mercedes para preencher o lugar em seu time. Além dos pilotos de teste Pascal Wehrlein, Esteban Ocon há candidatos assumidos, como brincou pelo Twitter Max Werstapen, da Red Bull, e propostas não conhecidas.
Demora – Decisão será esportiva e empresarial. Afinal equipe é iniciativa muito cara, e a definição passará por competência ao volante e capacidade de convívio com o outro piloto, Lewis Hamilton. Tal situação exclui Fernando Alonso.
Gente – Luis Carlos dos Santos, 31, baiano, Melhor Motorista do Mundo. Ganhou o mundial Scania Driver Competitions, promovido pela marca, e um caminhão Scania Streamline R 440 Okm. / Fernando Siqueira, 72, jornalista, festa. Comemora 40 anos na especialidade com bem cuidada revista para marcar o feito. / Ventos chineses se aproximam da presidência da Toyota.
Mais do melhor
Dirigi-lo é perceber a mudança conceitual. Até há pouco turbo indicava um adjutório de produção de potencia em elevadas rotações, com falhas incômodas nos giros inferiores, provocando vazios nas respostas ao motor. Nos atuais TSI foco é aumentar o torque em baixas rotações, sem exigir mudanças no jeito de dirigir, fazê-lo confortavelmente com menor necessidade de mudança de marcha e, se caso ou vontade, pedir insuspeita disposição do motor. Como disse a Coluna, TSI é um 1,0 que anda como 1,8 e bebe como 0,9.
Se no Up TSI a Volkswagen parecia ter atingido o nirvana mecânico, empresa deu passo à frente em extenso trabalho para elevar a potencia a 125 cv e o torque de 20,4 m.kgf. E o aplicou ao Golf gerando surpresa: com o pequeno TSI mantém-se esperto, indo de 0 a 100 km/h em menos de 10 s e reduzindo consumo.
A coluna expressa as opiniões do colunista e não as do Best Cars