Ao volante, utilitário esporte mostra-se coerente com as
novas pretensões da marca francesa no mercado brasileiro
Fórmula para satisfazer comprador de automóveis é simples de aviar: linhas agradáveis, uso confortável, boa acomodação ao condutor, espaço para gentes e coisas, causar boa impressão aos de fora do automóvel, boa performance, confiabilidade e preço. O novo Peugeot 2008 cumpre isto. Elegante, bem dotado em linhas, confortos e segurança, a versão THP indica o uso do motor 1,6-litro com injeção direta e turbo. Produz 173 cv e oferece 24,5 m.kgf de torque a partir de 1.750 rpm. Câmbio manual de seis marchas.
Esteticamente é muito bem formulado, com a interessante solução de pequena elevação nas laterais do teto, logo após a coluna B. Para marcá-la, placas cromadas curiosamente apostas sobre as janelas posteriores. Bem arrumado. Utiliza a base do 208 e sua característica de oferecer a melhor ergonomia ao condutor, com todos os comandos à mão, volante de pequeno diâmetro, instrumentos em linha baixa. O conjunto com direção assistida eletricamente, é macio, preciso, e combina com o restante da performance.
Para entender
Peugeot Brasil está em reinvenção, centrando produzir veículos elegantes, com requinte de construção e decoração, após perder muitas vendas e cair de participação no mercado. Nada de carros pelados e baratos, mas de bom conteúdo. Consequência desta postura de elevar preços, redução de vendas, contração e apertos para a rede de revendedores, mas, como diz o chileno Miguel Figari, diretor geral da marca, foco é o lucro operacional.
Nesta trilha de charme e grife, o 2008 é o primeiro passo de refinamento para a nova imagem, logo seguido pelos 308 e 408 argentinos, revistos e implementados, no segundo semestre.
Andando
Estável, bom nos freios a disco nas quatro rodas, programa de estabilidade, econômico. Consumo em estrada livre em torno de 10 km/litro. Cidade limpa, pico de 13,3 km/litro de gasálcool. Preço do pacote completo arranha os R$ 80 mil. Versões com motor 1,6-litro, 115/122 cv, aspirado, flexível, iniciam em R$ 67.190; por R$ 70.890 vem com câmbio automático antigo com quatro marchas; R$ 71.290 inclui o charmoso e estrutural teto de vidro com cortina elétrica.
Em época de opção crescente pela caixa automática, a versão de topo não a oferece. Razões físicas: o espaço na carroceria é pequeno para receber a de modelo atualizado. Assim, para não utilizar a versão antiga — opcional nas versões inferiores —, optou-se pela manual.
Gostei
- Estética
- Composição
- Rendimento
- Consumo
- Habitabilidade
Não gostei
- Economias bestas: vidro com função um-toque apenas para motorista
- Exigência de chave mecânica para ligar
- Freio de mão mecânico
- Espelho interno não fotocrômico
- Tampa do tanque com chave
- Ausência de fixadores Isofix para crianças
Roda a Roda
Mercado – Abril fechou com disputa insólita pelo mercado: quatro veículos embolados na liderança. Ao final Fiat Palio hatch vendendo 8.841 unidades, apenas 58 sobre Chevrolet Onix; 88 além de Hyundai HB20. Picape Strada 8.598, e Uno vendeu exatos 8 mil unidades. Sorri-se na Fiat: dos cinco mais vendidos, três são da marca.
E você? – O mercado já sinalizou como está. Vendas de carros usados tem subido, de novos caído. Significa, se afim de 0km, barganhe.
Surpresa – Mercado entendia como estabilizada a queda de 20% nas vendas dos automóveis 0km, entretanto o mês de abril surpreendeu e aumentou a distância para 25%. A aprovação do ajuste fiscal e algum sinal de direção do país devem melhorar o clima econômico e as vendas.
Freio – Indústria automobilística dá férias a funcionários para deter produção e forçar venda dos elevados estoques. Na Chery, inaugurada com greve dos metalúrgicos, situação diferente: concessionários não têm veículos à venda.
Revendas – Terminais do segmento, rede de revendedores já viu fechar 250 lojas, despedir 12 mil pessoas, e acompanha contração de negócios, com mudança para lojas menores para reduzir custos operacionais.
Planejamento – Apesar dos tropeços, planos de médio prazo se mantêm, como o da Mercedes-Benz e sua fábrica de automóveis em Iracemápolis, SP. Movimentou um milhão de metros cúbicos de terra e iniciou erigir 140.000 metros quadrados de construção no terreno de 2,5 milhões de m².
Futuro – Lá fará sedã Classe C e o novo GLA. Fábrica integra projeto de líder mundial em vendas premium até 2020. Para formar mão de obra local, acordo com o Senai.
Reflexo – O arrepio no elevado escalão da Volkswagen trouxe o resultado previsto: ações da empresa caíram 8%. Dentre medidas para o futuro, a holding criará empresa específica para gerir suas controladas MAN e Scania.
Curiosidade – O pequeno Uruguai é o único integrante do Mercosul a crescer em produção e vendas no primeiro quadrimestre: 3,2%, recordes 16.454 unidades. Brasil encolheu uns 20%, Argentina 22%, Venezuela 16,4%. Paraguai não produz veículos, apenas autopeças.
Crescimento – Para a FCA, junção de Fiat e Chrysler, abril mostrou crescer vendas mundiais em 6% relativamente a abril de 2014. Grupo mantém crescimento.
Novos – Peugeot 308 e 408 com aparência e conteúdo refrescados estarão no Salão do Automóvel de Buenos Aires, junho. Após, vendas no Brasil. Caminho é o adotado pela marca, maior refinamento, marcado pelo charme.
Enquadramento – Em documento interno, conta o bom sítio Autoblog.ar, GM indica série de mudanças estruturais em Onix, Prisma, Cobalt e Spin. Soldas, reforços, partes com maior capacidade de absorver pancadas. Razão aparente, ter melhores resultados nos testes de impacto realizados pelo Latin NCAP.
Quem – Quando mudam? Cobalt, a partir do VIN FB226125; Spin, após VIN GB109191; Onix, depois do VIN FG412844; Prisma, idem VIN FG413929. Vai comprar? Prefira os posteriores. Mais seguros.
Latin NCAP – Entidade com patrocínio mundial submete veículos a testes de impactos para mensurar índices de danos físicos e a ocupantes. Nota baixa fez Hyundai aplicar os engates Isofix no HB20 e Renault reforçar a porta esquerda do Clio, mesmo passeando à beira do telhado.
E? – RS indica a Renault Sport, braço esportivo desta marca francesa. Não é a aposição de um embleminha, mas fazer trabalho de desenvolvimento e ajuste com foco esportivo. Produção no Paraná, apresentação no Salão de Buenos Aires, vendas segundo semestre.
Bruto – 15 meses pós lançamento, motor R22, diesel, 2,2 litros, três cilindros da FPT Industrial equipando pequeno trator New Holland Boomer, é Máquina do Ano por suas características, em especial quanto a emissões. Ao Brasil só com endurecimento da legislação de emissões.
Roda dura – Pesquisa conduzida pela YouGov na Europa indicou, um a cada três motoristas tem problemas e pequena colisão nas manobras em marcha a ré. Para ajudar a reduzir tais números, Nissan auxiliou desenvolver câmara com visão de 360 graus. Seguradoras agradecem.
Mimo – Em época de bolso fechado, Shell incentiva trocar óleo lubrificante. Até 30 de junho comprador de quatro litros de Helix Ultra ou HX8 ganhará estojo com seis ferramentas.
Ecologia – Revendas Volkswagen fazem higienização ecológica. Em 30 minutos máquina de oxi-sanitização liquida fungos, bactérias, vírus — e tira cheiros dos veículos. R$ 89 pelo uso do equipamento, mais algum para a concessionária.
Pneu – Nova marca no mercado: Aeolus, chinesa, do conglomerado comprador da Pirelli. Inicia com produtos para automóveis, com aros de 13 a 18 polegadas, leque para maiores representantes da frota. Diz ter mesma qualidade das marcas mais conhecidas, e preços menores entre 10 e 40%.
Imprensa – Em bancas seletas, segundo número de Top Carros, mais charmosa das revistas nacionais de automóveis. Tratamento gráfico e visual relevantes, textos optando por informações, sem a ditadura do espaço. E intensa mídia.
Antigos, 1 – Após bons resultados no oferecer serviços, peças e cuidados para Jaguar com mais de 10 anos de produção, Land Rover resolveu fazer o mesmo. Cálculos da empresa indiana exibem, cerca de 70% dos seis milhões de LR produzidos desde 1948 ainda existem. A operação não atinge o Brasil.
Antigos, 2 – Guia Partes & Peças, do editor Roberto Haruo, em 13ª. edição. Quase 140 endereços de vendedores e prestadores de serviços em veículos antigos, alento a colecionadores de automóveis, em especial aos não residentes em São Paulo, maior concentração destes especialistas. Querendo facilitar sua vida de colecionador ou aficionado? É o melhor investimento no setor ao custar R$ 4. Para tratar, partesepecas@ig.com.br.
Só alegria – Mais divertido evento para veículos antigos, o Pé Na Tábua, corrida de calhambeques, fechou 5ª. edição com recorde de público e participantes – 45. Tricampeão Nelson Piquet venceu em duas categorias; Pedro, seu filho mais novo, 16, na classe Modificados, e outro representante de Brasília, Luiz Carlos Peixoto, ganhou a Prova da Marcha Lenta.
Gente – Cristian Malevic, paulista, engenheiro mecânico com MBA, promoção. Diretor técnico na MWM International de motores.
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A coluna expressa as opiniões do colunista e não as do Best Cars