Pneu pendurado na tampa traseira exige grande engenharia, além de constituir-se em problema de civilidade
Embutir o pneu de reserva dentro do pequeno espaço para bagagens traz como resultado óbvio reduzi-lo ainda mais, entretanto previsível ter a empresa adotado a solução praticada nos carros produzidos fora das fronteiras: o pneu de pequenas dimensões, para socorro temporário. Estepe pendurado na tampa traseira exige grande engenharia para conviver com o peso e os golpes ao ultrapassar irregularidades no piso, além de constituir-se em um problema de civilidade: é muito fácil ao motorista amassar a frente do carro estacionado em sua traseira, e ir-se sem perceber – ou percebendo…
Estará no Salão do Automóvel, São Paulo, novembro, e à venda ao início do ano. Crê-se pode ser tratado como opcional até a racionalidade assumir.
Homeopatia para mostrar o VW T-Cross
Não é para apresentação a curto prazo. Apesar de atração do estande da VW no Salão de São Paulo, novembro, imagina-se, divulgar pequenos detalhes consiga levantar o interesse dos consumidores, em especial porque, no Brasil, há uma dezena de concorrentes. VW diz, vendas em fevereiro.
Dado interessante, afirmativa do material de divulgação informando tratar-se de SUV global, não o será. A versão para a América Latina – a ser alimentada desde a produção em São José dos Pinhais, PR – difere da européia. Peculiaridades de mercado, a versão Mercosul terá 4,19 m de comprimento e distância entre eixos maior. Na Europa, a do Polo, 2,56 m. Mercosul, a do Virtus, 2,65 m – sólido argumento de conforto, importante entre tantos concorrentes, superando Citroën Cactus, 2,60 m; Jeep Renegade, 2,57 m; Chevrolet Tracker, 2,55 m; Ford Ecosport, 2,52 m.
Alterações indicam, pela segunda vez, preocupação da marca no adequar-se às características do mercado nacional e às similaridades dos vizinhos. Up nacional, mais comprido, com mais espaço para malas e tanque maior é primeiro exemplo.
Renault cede com successor do Lada Niva
Com a guinada capitalista, hoje a ex-estatal Autovaz, responsável pela motorização de Russia e seus satélites, já foi da GM/Opel, e ora controlada pela Renault. Por tal razão o substituto do Lada está muito mais para Duster, e a razão é simples: sua plataforma é a Dacia B-Zero, empregada nesta marca romena e seus desdobramentos Logan, Duster, Oroch, Captur brasileiro.
Tirar o mítico carrinho de produção tem razões industriais: dar mais velocidade à linha de produção, abduzindo produto criado há mais de quatro décadas, com processos antigos, hoje um verdadeiro freio industrial. Decisão difícil tirá-lo de fabricação. Afinal, simboliza mundialmente a criatividade russa; foi o precursor da moda mundial do SUV pequeno – a Toyota aproveitou o conceito com o RAV4, fazendo base de mania mundial. Questão automobilística ou de marketing, o presidente da Russia, multimídia Vladimir Putin, tem unidade personalizada.
Museu e conserto
Por incúria, irresponsabilidade, filosofia ou ato criminoso, pegou fogo o Museu Nacional, mas antiga instituição do ramo no país, em seus 200 anos. Prejuízo incalculável e de impossível reposição. Gente festiva e inadequada, assim como o omisso prefeito carioca, prometeu reconstruí-lo. Pensam no continente, não no conteúdo – é uma radiografia de seus cérebros. Tertúlia flácida para acalentar bovino. Os primeiros sequer estarão no governo para as primeiras providências pós-cuidados e avaliação de resgate dos escombros. O último parece neto de japonês, é um Não-sei.
Promessas passam por liberação de verbas, procura em arquivos de sugestões a respeito. Responsáveis (sic), como o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, indicado pelo PSOL, distribui culpas e responsabilidades, quando poderia dar aula de ética e respeito à teórica magnificência de seu cargo, demitindo-se e à sua conivente diretoria, omissa no respeito à história, à cultura e à imagem do país de incultos, desidiosos no cuidar os tesouros da humanidade.
Mais positivo, e de ótima ocasião seria um projeto de mudança completa na forma de olhar os museus nacionais. Quantos estão fechados, e por quê? Como induzir a manutenção dos existentes e o surgimento de novos? Como fomentar sua administração? Em Brasília, particular, sem verba pública, o Museu Nacional do Automóvel está lacrado há seis anos. Os autores da ação já não estão no governo; a razão do pedido perdeu-se no tempo; mas solução não há. Por que não começar pela sua reabertura? É rápida, fácil, sem custos. Basta uma caneta honesta.
(Roberto Nasser tem parte do acervo; paga as contas; e é o Curador do Museu Nacional do Automóvel.)
Roda a Roda
JAC, lá – Na Argentina marca chinesa será representada pela SOCMA, empresa de familiares de Maurício Macri, o presidente. Família do ramo gere duas outras marcas chinesas.
Minguando – Conceito é honesto, mas o teto oficial não é corrigido, e assim pouco a pouco os veículos elegíveis vão-se reduzindo.
Hermanos – Renault iniciou fazer picapes Oroch com opção de tração nas 4 rodas. Inicialmente sem vendas domésticas, mas para a Argentina e Uruguai. Cada mercado, um comportamento. Na Argentina a Oroch é a quarta picape mais vendida, com a Fiat Toro na sexta posição, apenas com a versão diesel, transmissão automática e 4×4. Para aumentar sua posição, Fiat iniciará exportar com motor a gasolina, 1,75 litro, caixa automática de 6 velocidades, menor preço.
Razão – Mercado argentino está em forte descenso e preço menor é grande argumento às compras. Enorme desvalorização do peso, atingiu nesta semana cotação de US$ 1 = 40 pesos; R$ 1 = 10 pesos.
Síntese – Se você pensa ser a Volkswagen marca de automóveis, enganou-se. É um grupo, e sob sua copa frondosa estão três marcas muito conhecidas de caminhões: Scania, MAN, Volkswagen, e parcerias com Navistar – International – Hino japonesa, sociedade com a Toyota, e chinesa Sinotruck.
Mudança – Com leque tão amplo, a cobertura da marca, como Volkswagen Truck & Bus tornou-se curta. Optaram pelo nome Traton, para cuidar do referente aos pesados.
Freio – Corrida oficial para o Congresso apreciar e aprovar a Medida Provisória instituindo o Programa Rota 2030, sofreu frenagem: Comissão Mista encarregada de analisá-la, suspendeu reunião para conhecer e votar o relatório do Relator Alfredo Kaefer, PP/PR. Mandatoriamente MP deve ser aprovada neste ano para vigorar em 2019. Estabelece incentivos oficiais e contrapartidas da indústria de veículos, autopeças, revendedores.
Curriculum – Dos registros a respeito do governo Temer, a encerrar-se no dia 2 de janeiro, constará nunca ter desfilado no RR presidencial, carro semiexclusivo, de carroceria personalizada, construção quase artesanal, excepcionalmente conservado.
História – Temer não teve posse comum, posterior à eleição, e ano passado declinou do uso do automóvel para evitar protestos, como os que mimaram a ex-Dilma Roussef. Para o dia 7 próximo, sua última parada como Presidente, dispensou o majestático automóvel, um dos símbolos do exercício do poder.
Gente – Fernão Silveira, comunicólogo, ex-Ford, novo Diretor de Relações Corporativa e Sustentabilidade da FCA. Empresa mudou organograma, transferindo a diretoria, antes acumulada com a de Publicidade, então a cargo de João Ciacco. Ficará baseado em São Paulo. Jornalistas especializados com cara de paisagem. Na empresa anterior cuidava dos escrevedores não especializados, ditos influencers. Segmento em expansão turbinada pelos fabricantes e montadoras. / Stefan Mecha, alemão, mudança. Cuidava de vendas VW no norte da Alemanha e veio ao Brasil como Vice-presidente de vendas e exportações SAM. Acróstico quer dizer região sul-americana, e sua missão será manter o pujante esforço de vendas de VWs a países da América Latina.
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