Ram 2500, de novo no mercado brasileiro

De Carro por Aí - Nasser

Picape com motor de 330 cv retorna ao País, focada na clientela com atividade rural jogo-duro

 

Vai e volta, a picape Ram retorna. Vem do México com isenção tributária facilitada por acordo comercial, ocupa lugar de destaque. A julgar pelo volume e torque, do maior destaque.

Ram há anos deixou o prefixo Dodge e passou a marca própria. Mantém o poderoso arcabouço mecânico liderado por motor diesel Cummins, seis cilindros, 6,7 litros, 330 cv de potência e torque de 104 m.kgf. Pela potência específica – a relação entre cilindrada e cavalagem -, nota-se não ser projeto para picape, mas para caminhão.

É coerente: seu porte, a falta de refinamento mecânico notável pelo eixo rígido frontal, o motor, deslocam-no da concorrência com picapes para posição superior. Não é exatamente o carro para Agroboy, o motorista com a boa renda da primária atividade agrícola. Afinal Agroboy consome, e a picape por suas dimensões, incluindo a configuração da cabine dupla, é de difícil entrada na maioria das garagens de shoppings e, se o fizer, tomará quatro vagas.

FCA foca com precisão sua clientela, e nela inclui a atividade rural jogo-duro, os praticantes e adeptos da doma animal. Outro item separador é a exigência de Carteira de Habilitação C.

Como
Nos EUA, seu maior mercado, destaca-se pela superior capacidade de reboque, muito apreciada para trailers e lanchas. Aqui tal demanda é irrisória, e a escolha foca a clientela da produção rural. Nova marca é identificada por grade refeita, impositiva, com o emblema Ram, e do deslocamento do emblema com cabrito montês para a tampa traseira. Na complementação, aplicou-se ao conforto da interconectividade, com central Uconnect em tela de pouco mais de 20 cm, e integração aos sistemas Android Auto e Apple Car Play.

Mecânica emprega eixo dianteiro rígido – dependente, como dizem os puristas nas firulas da linguagem técnica -, sistema resistente ao trabalho e desconfortável ao uso. Tratamento refinado a partir do interior revestido em couro, dianteiros com regulagens elétricas. Na segurança, seis bolsas de ar, controle de estabilidade, de tração, monitoramento eletrônico da rolagem da carroceria, de balanço do reboque. Por R$ 265 mil.

 

 

Picape Mercedes Classe X by Brabus

Preparadora de automóveis Mercedes-Benz – vende-os transformados no Brasil ou os kits -, a alemã Brabus aplicou-se a modificar a recém-apresentada picape Mercedes Classe X. Chamou-a PowerXtra. Aparentemente baseou-se em suposta negativa da AMG, a associada da Mercedes na preparação de seus automóveis, e surfou na novidade.

Talvez tenha sido o último projeto de seu fundador, Bodo Buschmann, ido mês passado, como lembra o argentino Autoblog. Quando lançada ao mercado sul-americano, a Classe X advirá de transformação industrial sobre a Nissan Frontier, atualmente em montagem na Argentina. O rótulo Brabus se aplica sobre a versão intermediária 250d. Motor diesel, 2,3 litros, propelido de 190 cv a 211 cv, e torque de 45,9 a 52 m.kgf.

Com a limitação no desenvolvimento mecânico, a Brabus atacou a decoração. Adotou rodas de 20 pol, mudou grade, faróis e para-choque dianteiro, e adotou quádrupla saída de escape e duas baterias em luzes de LEDs. Representante brasileiro, paulistana Strasse trará os kits de desenvolvimento e decoração, mas vendas só após lançamento, previsto para o fim de 2019.

 

A caminho da economia

Nos EUA, na grande briga pela rentável faixa de mercado das picapes, General Motors aderiu aos esforços tecnológicos para baixar peso, consumo, emissões. Dobrou opção de motores disponíveis para as novas Chevrolet Silverado e GMC Sierra 1500. Passo importante, incluiu novo propulsor com quatro cilindros, capaz de desligar dois quando não há demanda no serviço.

Será a primeira picape no mercado apto a tal proeza mecânica. O motor é de 2,7 litros, turbo, 310 cv. Intenta superar números legais da líder Ford F 150, e seu intenso uso de alumínio, e a redesenhada Ram 1500. Entusiasmo institucional, o vê como substituto do tradicional V6 a gasolina, 305 cv. Bom sinal, indica compromisso com necessária mudança. Desafio, pois em tais Chevrolet e GMC para 900kg de carga, 80% dos clientes preferem V8.

 

 

Roda a Roda

Surpresa – Inglesa Aston Martin, andando mal das pernas, passou controle acionário a grupo de investimento e 5% à Daimler – para garantir fornecimento de motores Mercedes AMG -, surpreendentemente deu lucros no primeiro quadrimestre.

Muito – 43,7 milhões de libras antes dos impostos. Num cálculo de balanços, proporcionalmente o maior do mundo. Mudança é creditada à revivificação da marca com a criação de versões Vanquish Zagato Volante, Speedster e o DB4 GT Continuation. Aposta na mudança de produtos, como o recente Lagonda.

Números – Lucros subiram, produção caiu: apenas 963 carros no período, contra 1.203 em igual período em 2017, creditada ao processo de troca de modelos. Preço dos carros subiu médios 11%.

Futuro – Maurício Macri, presidente da Argentina foi a Córdoba, base de sua indústria automobilística, cobrar colaboração dos industriais no incentivado Plan Un Millón – visando fabricar 1 milhão de veículos em 2023. Quer 40% de conteúdo local, peças argentinas, nos veículos lá produzidos. Hoje anda em 20%. Aproveita previsto recorde de produção, uns 20% e de exportações, 40%. Mais nacionalizado é Toyota Hilux, mais de 40%.

Promessa – Utilizou linguagem sensibilizante: se a meta for atingida reverá a carga tributária sobre veículos. E prometeu melhorar o modal ferroviário para transportar autopeças e veículos prontos aos portos.

Vem aí – Desdobramento do projeto da Volkswagen em ter brevemente 5 SUVs no mercado, o Projeto Tarek, a ser vendido como Tharu, foi apresentado na China. É menor relativamente ao Tiguan 5-lugares. Argentina em 2020. No Brasil, novidade será o T-Cross, próximo ano.

Maquiagem – Novos Gol e Voyage marcam-se pelas mudanças frontais, seguindo o Gol Track, com capô mais elevado e linhas ligando os faróis redesenhados. Mecânica sem novidades. Há opções, pacotes, mas única versão. É a última mudança antes do novo modelo.

Festa – Belcar, criada como revenda VW Caminhões na saída de Goiânia para São Paulo, festeja 35 anos. Boa história, ajudou a implantar marca nova, sobreviveu às crises, virou representante da MAN.

Elétricos – Corpus Saneamento e Obras, empresa de recolhimento de lixo, adquiriu 200 unidades elétricas à chinesa BYD. Receberá em 21 em setembro. Empresa quer expor-se como compromissada com preservação ambiental, redutora da poluição sonora e de emissões. Em testes é mais silencioso e confortável no mercado, superando concorrentes movidos por diesel, e menor CTP – custo total de propriedade.

Aqui? – Prazo para entrega até 2023 e BYD, com fábrica de ônibus no interior paulista, aparentemente espera incentivos incluídos no programa Rota 2030 para saber se vale a pena montar operação industrial no Brasil.

Dúvida – Fechado o ano fiscal de 2017 na operação América Latina, Nissan diz ter anotado crescimento: picape Frontier vendeu 5% mais em relação a 2016. Parece número negativo, ante os 20% de expansão do mercado e o comparativo entre produtos velho e novo.

Registro – Toyota comemora meio milhão de unidade do Etios em sua usina de Sorocaba, onde já produz o Yaris. Inicialmente mal definido, provocou intervenção branca na empresa, congelamento de carreiras, mudança de pessoal e, surpresa, correções no produto.

Coluna – Num almoço de aproximação – eu cortara relações com a empresa e seu péssimo serviço de relacionamento com a imprensa -, ao conhecer Steve St. Angelo, número 1 para a América Latina, exibiu-me a Coluna dizendo ter feito todas as mudanças nos itens apontados, exceto a saída de ar, não direcionada ao motorista. O Etios, Toyota mais vendido, provocou nova fase na empresa.

Segurança – Ford apresentou na Europa câmera de ré oferecendo visão de 180 graus, freando ao detectar obstáculos. Equipa o novo Focus – mas só virá ao Brasil caso seja importado da Europa.

Muda – BMW mudou a logomarca de sua controlada Mini. Segunda vez desde 2001 quanto reinventou o brilhante automóvel. Segundo diz, emblema espelha valores tradicionais alinhados a espírito de desenvolvimento.

Oportunidade – Volkswagen reabriu seleção a estágio de estudantes em seu Talento Volkswagen Design. Um ano num centro de excelência. Interessado? www.volkswagen.com.br/design.

Solução – Respingos de tinta, graxa, cola de adesivos, cocô de passarinho, tudo removível pelo Tira Grude Tapmatic. Á base de Aloe Vera retira-os sem danificar a pintura dos veículos. Custa uns R$ 15. Embalagem 40 ml.

Nova – Moto KTM 390 Duke ABS já à venda. Projeto inspirado nas soluções das motos de competição: chassis, distribuição de peso; suspensão frontal. Motor monocilíndrico, 373 cm³, 44 cv. R$ 24 mil. Montada em Manaus, pela Dafra.

Tonconogy, Ruffini e Alfa, vencedores da Mille Miglia Storica

Storica – Mais charmoso rali do mundo, reeditando a Mille Miglia, uma das corridas de maior expressão até a década de ’50, disputado em estradas italianas em quase 1.500 km, e admitindo apenas veículos das marcas e tipos que anteriormente nela competiram, teve resultado surpreendente. Persistente e preparado argentino Juan Tonconogy, tendo sua mulher Barbara Ruffini como navegadora em Alfa Romeo 6C 1500S de 1933. Terceira vitória. À frente apenas o hiperperfeccionista Giuliano Cané, italiano vencedor de 10 edições. Argentinos lá competem anualmente. Brasileiros, apenas a dupla Feldman+Nasser, edição 1999, pela equipe Mercedes.

Gente – Paulo Manzano, engenheiro, fotógrafo, regulagem fina. Deixou a área de comerciais da PSA e foi-se à Jaguar Land Rover. Gerente de Marketing e Produto. / Gustavo Soloaga, argentino, economista, ascensão. Era Vice-Presidente Senior Financeiro da PSA na América Latina e será novo nº 1 do grupo na Argentina. Sucede Carlos Gomes, português, enviado a gerir empresa na China e Sudeste Asiático. / Oduvaldo Viana, administrador, promoção: diretor de marketing da Bridgstone. Impulsionar vendas e posicionar marcas Bridgestone, Firestone e Bandag. / José Luiz Gandini, empresário, 61, lazer. Presidente da Kia no Brasil, Uruguai, e da associação classista, novo Comodoro do Yatch Club de Ilhabela. / Lapo Elkan, atração. Irmão do presidente da FCA, herdeiro da marca, praticante da porraloquice explícita, mas autor de vitoriosos projetos de lançamentos de produtos, vida atribulada e criativa, estará no Congresso da Automotive News. Dirá como se tornar fornecedor das grandes marcas. Se não for em apertado terno vermelho, um de seus registros, irá monocromático com enormes lapelas … também de sua criação. Não passa despercebido.

 

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O bem resolvido porta-malas do Fiat Cronos

Fazer porta-malas em automóvel três-volumes derivado de hatch, exige artes. Razão simples. Parte mais cara do automóvel é a base, ou plataforma. E por questões de custo e de processos industriais deve-se utilizar plataforma nuclear permitindo, com pequenas alterações, gerar versões para aplicações diversas. É o caso, por exemplo, dos carros de dois volumes, usualmente terminados por uma porta traseira, atendendo a universal denominação de hatch, e os de três volumes, os sedãs.

Na prática, parece simples, e o é para veículos sem compromisso estético, quando vistos de perfil expõem visualmente parecem ter sofrido solda extensa acrescendo chapas moldadas em forma de porta-malas. Fazer três-volumes sem lembrar hatch dois-volumes é um tira-teima.

O Fiat Cronos é particularmente feliz neste aspecto. Projetado no Brasil, vale-se apenas da parte frontal do Argo, com quem divide boa parte da plataforma. Novo teto, traços particulares em para-lamas e capô dão personalidade a seu traço. Outro aspecto de bom resultado é a disposição e a capacidade do porta-malas, cabendo a 525 litros, muito bom e capaz de absorver bagagem familiar em viagens e passeios. Para aumentá-lo, os bancos traseiros se rebatem em três partes para compor bagagens desacorçoadas e um passageiro.

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A coluna expressa as opiniões do colunista e não as do Best Cars

 

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