
Boa aceitação ao motor turbo de 1,6 litro leva a investimento
em torná-lo flexível; marca prevê aumento de vendas do sedã
Ano de crise no mercado, 2014 deixa marcas na Citroën. Primeira, a queda de vendas de 14%; após, uma freada de arrumação em busca do equilíbrio entre produção, vendas e lucros. Francesco Abbruzzezi, diretor geral da marca no Brasil, sintetiza a postura: o que interessa é o lucro da fábrica e do revendedor. Para fazê-lo, automóveis com prazer de conduzir, ênfase na luxuosa e futurista linha DS, interação com marcas de moda para desenvolver componentes ou versões, e sinergia com a rede de revendedores, freando arroubos criativos e onerosos.
Contando com opção do bom motor desenvolvido entre a PSA — holding de Peugeot e Citroën — e a BMW: 1,6 litro, 16 válvulas, injeção direta e turbocompressor. Fazia, então, 165 cv consumindo gasálcool, passou por evolução a flexível. Citroën gastou muito com mudança de componentes, incluindo o cabeçote, ganhando tratamento e metais para resistir à devastadora acidez do álcool. A potência se elevou a 173 cv com álcool e 166 cv com gasálcool.
Em avaliações por 600 mil quilômetros percebeu a necessidade de incrementar a lubrificação dos mancais do turbo — o álcool na gasolina degrada o óleo lubrificante, comum a motor e turbo. Recalibrou o mapa de injeção, as reações ao acelerador para melhor adequá-lo ao país de orografia variada, asfalto áspero, e aplicou nova bomba de combustível pilotada, com pressão de 200 bar. A inovação, da Bosch, varia a pressão de acordo com a demanda do motorista. Resultado, menos consumo e emissões.
Do resultado, além do pioneiro rótulo de primeiro dentre os sedãs médios flexíveis com injeção direta e turbo, as mudanças — ou evolução do meio ciclo — dão-se pela surpresa contada pelo mercado. Antes projetada para representar 30% das vendas, o motor turbo fez dobrar o percentual. Agora, com 60% demandando tal propulsor, aviou-se a melhorar o conjunto. Acredita o executivo maior, vendas evoluirão das 850 unidades mensais para volume entre 1.000 e 1.200.
As duas versões, Tendance e Exclusive, têm preço em R$ 78.790 e R$ 85.490. A fim? Compre a Exclusive.Garantia de três anos. Custos de revisão pré-estabelecido.
Roda a Roda
Descentralização – Bernd Osterloh, líder do conselho de trabalhadores da Volkswagen alemã, defende a descentralização do comando da marca, com maior poder aos gestores regionais. Argumenta pelo ânimo de superar a Toyota e tornar-se líder mundial, e prejuízos da marca nos EUA e Brasil.
Autonomia – Tomara dê certo. Sussurros na filial brasileira dizem com clareza que os problemas da marca, como queda de vendas e participação no mercado, estão na fórmula alemã de controle. A parte comercial local, por exemplo, é montada com escolhas de gentes e planos realizada na matriz alemã.
Síntese – O líder dos metalúrgicos criou bandeira para sua proposta: Centralize o necessário, descentralize o possível.
Do Peru – Para fomentar vendas Ford assumiu a representação oficial da marca no vizinho país. Por identidade cultural, condução faz-se pelo presidente da Ford Argentina Enrique Alemany, também condutor de negócio Ford no Chile. Alemany se reporta ao presidente da empresa no Brasil.
Conceito – Referência da política de Globalização Tecnológica assumida mundialmente pela Volkswagen e privilegiando o Brasil, Golf mexicano em 7ª série recebeu o pico de cinco estrelas em proteção de adultos e crianças em testes de segurança pela agência LatinNCAP.
Aqui – Premiação entregue ao dr. Egon Fleischer, Vice-Presidente de Desenvolvimento do Produto da VW Brasil. Ato indica, Golf 7 a ser feito no Brasil terá idênticas características.
Futuro – Apesar das perdas superando US$ 1 bilhão no mercado latino-americano, Ford diz terá oito novidades industriais em 2015. Seu presidente, inglês Steven Armstrong, prevê dificuldades no primeiro semestre, tentará recuperação no segundo, fechará o ano como 2014, em torno de 3,26 milhões de unidades vendidas.
E? – Versões atualizadas do picape Ranger — já mostrado pela Coluna —, Ecosport, Focus, mudança tópica em Fiesta, o Edge mostrado ao início do ano em Detroit e de apresentação delongada e, crê-se, o Mustang. E duas em caminhões pequenos.
Na mesma – Francesco Abbruzzezi, número 1 da Citroën, é prático prevendo apenas em 2016 vendas iguais às de 2013. Crescimento apenas em 2017. Três anos perdidos.
Bilhão – As 147 mil unidades vendidas do Nissan Leaf atingiram 1 bilhão de quilômetros rodados, de acordo com o Carwings, sistema registrando as unidades vendidas. Fossem a gasolina, teriam despejado na atmosfera 180 mil toneladas de CO2.
Situação – As abrasões entre a GM e o sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos, SP, influenciando a produção, sempre foco de dúvidas quanto ao futuro, geraram consequências. Investimentos para novo sedã médio foram desviados para a Argentina. Brasil será importador.
Phoenix – Nome da lenda grega do renascimento tem a mesma lógica da denominação das operações da Polícia Federal. No caso é renascer da GM na Argentina, desde sua volta ao país vizinho.
Cruze 2 – Ação ultrapassa o dividir produção com o Brasil, como o faz agora, mas ter produto exclusivo e, mais, produzir atualizada família de motores: bloco em alumínio, quatro cilindros, 16 válvulas, injeção direta e turbo, 1,4 litro, 150 cv.
E? – Transmissão de sete marchas à frente, automática. Não será feita na Argentina e, no Brasil, teve criado espaço industrial na fábrica da marca em Joinville, SC, mas era projeto grande, para mercados regional e europeu. Este, maior cliente, em crise, fez o presidente da GM avocar e detê-lo.
DNA – Novo Cruze, como o atual, tem o DNA coreano de estilo, herdado à Daewoo, comprada pela GM para ter pé na Ásia. No mercado, outubro de 2015.
Pega – Encolhimento do mercado doméstico brasileiro em imaginados 8% em 2014 mostra perdas e ganhos. Fiat mantém a liderança, e briga maior é para fugir do 3º. lugar. Por enquanto, GM vende 5 mil unidades a mais em relação à VW. Na prática, 1% de diferença.
Valor – Se Volkswagen ficar com terceira posição, despropositada ante investimentos, lançamento do Up, atualização de motores, mudanças nas fábricas, resultado pode alterar seu processo comercial. Hoje tal área no Brasil é coordenada pela matriz, com pensar alemão, a latere do presidente local.
Fica – Bernd Osterloh, acima citado, defendeu em público renovação do contrato de Martin Winterkorn, o nº. 1 da empresa. Para ele o melhor dirigente da indústria automobilística não pode ir para casa aos 69 anos. O contrato vencerá em 2016. Propõe fique até 2019, fim do ciclo de investimentos no exterior, produtos e tecnologia.
Mercado – Em caminhões disputa maior está entre MAN, líder e liderando por 600 unidades, e Mercedes-Benz, querendo recuperar negócios. MAN caiu 12% em vendas e Mercedes a metade, sinal de crescimento. Diferença é 2%.
Receio – Queda de vendas, de perspectivas, negociação com colaboradores ociosos para não despedi-los, e demora do governo com as regras do Finame PSI 2015, do BNDES, maior ferramenta de vendas, atemorizam setor.
Freios – Para tentar reduzir acidentalidade com motos e ante iniciativa aplicada aos demais veículos, Conselho Nacional de Trânsito tornou obrigatório o uso de freios ABS, antitravamento, e CBS, de acionamento combinado dianteiro-traseiro, harmonizando frenagem nas duas rodas. Em 2016, 10%. Até 2019, toda a frota.
Mais – Estadunidense RM Auctions cruzou o oceano e fará leilão na mesma Paris aos 3 e 4 de fevereiro. Uma de suas estrelas, Delahaye 135S de 1935, competidor na 24 de Le Mans de 1937, e ex-Jean Philip Peugeot, herdeiro da marca. Valor estimado entre 1,2 e 1,4 milhão de Euros.
Bardahl – Marca, sobrenome de Ole, seu criador em 1939, comemora 60 anos no Brasil, representada pelos Nunes Galvão — Antônio e filhos Evânio e Mário. Pioneira no aditivar gasolina e óleo lubrificante, no automobilismo apoiou a pioneira Mil Milhas Brasileiras, e início da carreira de Emerson Fittipaldi.
Volta – Participação na Fórmula 1 e categorias de base na França fizeram a Renault Brasil voltar às corridas com Fluence no Campeonato Brasileiro de Marcas. Há 50 anos a marca era usina de tecnologia de preparação, colhedora de vitórias, forno dos pilotos criando a base de presença brasileira no exterior.
Evolução – O Brasileiro de Marcas, coisa promocional, para automóveis não gera desenvolvimento de motores de 2,0 litros, padronizados, fornecidos pelo mago argentino Oreste Berta. As fabricantes de automóveis no Brasil deram o empuxo do nosso automobilismo organizado. Está na hora de se unir pela volta à competitividade e ao uso das corridas como laboratório dinâmico.
Igual – Organização de Fórmula 1 mudou regra de admissão: só após 18 anos e duas temporadas em fórmula. Cuidados com imagem de utilidade institucional. Em esforço de sobrevivência, F-1 deve mostrar-se socialmente útil, e o fato de jovem imberbe, sem carteira de motorista, competir na categoria mais elevada, em caso de acidente geraria questões agora evitadas.
Gente – Norbert Reithofer, alemão, CEO da BMW, promovido. Presidente do Conselho de Supervisão da empresa. Novo titular será Harald Krueger, 49, atual diretor de produção.
Prêmios pelos bons resultados do Saveiro
É reconhecimento aos bons resultados conseguidos pelo picape pequeno da marca. Apostando no segmento, a Volkswagen tem feito desenvolvimento constante e o mais recente foi a criação da versão de cabine dupla, diferenciada do concorrente por conter espaço para cinco ocupantes.
Outro ponto importante como ganho de melhoria no produto foi a mudança da motorização, agora o atualizado 1,6-litro de 16 válvulas e 120 cv da família EA-211. Na prática um crescimento modular do motor de três cilindros caracterizador do modelo Up. Além do motor o Saveiro porta freios ABS para estradas de terra, bloqueio eletrônico do diferencial, controle eletrônico de estabilidade e trava para arrancar em subida.
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A coluna expressa as opiniões do colunista e não as do Best Cars