Conduzir o Jumpy foi instigante, pois novo furgão dá sensações de automóvel; versão de passageiros está a caminho
Jornalistas presentes à apresentação do furgão médio Citroën Jumpy se surpreenderam. Estavam preparados para ouvir torrente de elogios, descrição da fórmula de imbatividade, explicações sobre a superioridade do produto. Coisas usuais. Afinal, tais colocações fazem parte das repetitivas apresentações de novos produtos. Leitores da Coluna já conheciam o Jumpy, nela divulgado desde a decisão da PSA, a holding reunindo Peugeot-Citroën-Dongfeng, em montá-lo e a seu espelho Peugeot Partner no Uruguai.
Razões
Pretensões elevadas no caso da Citroën – a Peugeot não exibiu seu produto. Quer passar dos atuais 1,3% de participação nas vendas a 6% em 2018 e 12% – quase 10 vezes mais – até 2021. Comerciais leves têm previsão de representar 15% das vendas no país.
Mescla das marcas Peugeot e Citroën terá produtos equivalentes: grandes Boxer e Jumper; médios Expert e Jumpy, pequenos Partner e Berlingo. Produtos fazem uma liga das nações: maiores importados da Itália (são Iveco, empresa Fiat, mudada do Brasil); médios com material importado e montados no Uruguai; leves produzidos na Argentina. Como Peugeot haverá uma picape média – como Coluna também antecipou, projeto franco-chinês previsto para 2020. Na América Latina querem saltar de 200 mil unidades vendidas para 300 mil até 2021. Crescer 50%.
Citroën
Iniciativa continental tem base europeia, onde as marcas vendem mais de 1/5 do mercado, e garantem ótima saúde financeira – o lucro para fazer e vender os comerciais supera o de automóveis com preço assemelhado.
Mecânica moderna. Monobloco, motor diesel turbo, 1,6 litro, bloco e cabeçote em alumínio. Produz 115 cv e 30 m.kgf de torque, transmitindo movimento às rodas dianteiras. Diz a Citroën ser o mais econômico do mercado – deve ser pela menor cilindrada -, 11,4 km/l na estrada e autonomia de 820 km. No preço inferior, no menor consumo, na prioridade nas oficinas, quer se vender a empresários de comércio e indústria. Não tem refinamentos construtivos para barrar os preços: iniciais R$ 80 mil e após lançamento R$ 84 mil. Com ar-condicionado, faróis de neblina e o ModuWork – o basculamento do banco -, R$ 88 mil, logo evoluídos a R$ 92 mil.
Mercedes constata: fundo do poço tem mola
Aplicará R$ 2,4 bilhões para nova etapa de modernização de suas fábricas no país, exceto a de Iracemápolis, SP, onde monta automóveis. A grande operação de São Bernardo do Campo, SP, base produtora de caminhões, e Juiz de Fora, MG, fabricante de cabines, merecerão investimentos para aumento de produtividade e incremento de operações automatizadas, incluindo o novo patamar operacional para indústrias, o revolucionário Indústria 4.0. Dedicar-se-á, também, a desenvolver novos veículos, tecnologia de serviços e conectividade.
Houvesse apenas visão do presente, Schiemer teria comprado caixas de lenços para enxugar as lágrimas advindas dos maus números. Atualmente os da Mercedes são desanimadores: queda de vendas e ociosidade de 50%; excesso de mão de obra. Na prática tem o operacional entre gente e máquinas, mas com produção contida para evitar fazer estoques.
Cruzamento de números de fim da queda econômica, expansão das exportações, crença no crescimento do mercado interno deram a chave para preparar-se a atender as novas demandas dos clientes. O investimento se incorpora aos atuais R$ 730 milhões para modernizar as usinas de São Bernardo e, como lá se pronuncia, J’iz difora. Outros R$ 70 milhões estão direcionados a construir um campo de provas para caminhões e ônibus no antigo canavial integrando a área de Iracemápolis, para ser o maior e mais completo do Hemistério Sul.
Roda a Roda
Mercado – Mercado dá sinais de recuperação – 24% de aumento relativamente a setembro de 2016. Motivos, melhora conjuntural da economia, queda de juros. JAC deu salto pontual. Dobrou vendas em setembro com vendas do T40.
Fusão – Patrocinadora da carioca escola de samba Unidos de Vila Isabel, a Renault-Nissan-Mitsubishi levou o carnavalesco Paulo Barros a conhecer a área de design avançado da Renault, e direito a papo com o holandês Laurens Van Den Acker, seu designer maior. Foi no Technocentre, o centro de pesquisa e desenvolvimento da marca, perto de Paris. Ideia foi ajudar o carioca a moldar o desfile de Carnaval neste ano sob o tema “Corra que o futuro vem aí”.
Social – Ford Grã-Bretanha aceitou proposta da Strawberry Energy para instalar 20 bancos inteligentes nas ruas de Londres. Oferece graciosamente rede Wi-Fi e recarga de celulares e tablets.
Enfim – Ipiranga de Petróleo tem nova gasolina, a Octapro. Mantém a oxigenação pela adição de álcool, e série de aditivos para elevar a octanagem a 96 IAD (102 RON) e outros para ajudar a limpar os resíduos e a porcariada provocada pela queima da mistura ar/gasolina. Agora as maiores distribuidoras já têm a gasolina adequada aos veículos com elevadas taxas de compressão.
Direcionada – Não é para o motorista cuidadoso, mas a donos de automóveis com elevada taxa, de 10:1, por exemplo e, especial uso de turboalimentador. Motores com reduzida taxa de compressão não aproveitarão sua capacidade antidetonante. Octapro suprimiu produção da Premium.
Lei – Subcomissão de Regulamentação do Recall, da Câmara dos Deputados redige Projeto de Lei para unificar chamadas de recall, as responsabilidades dos fabricantes de veículos, e as omissões legais. Deputada Christiane Yared (PR-PR), autora do requerimento, tem 29 propostas de legislação de trânsito, lidera o esforço. Desde 2015, 4,5 milhões de veículos foram chamados a correções, e em 2016, dentre os 130 havidos para produtos industrializados, 105 – 3/4 – eram de veículos. Sugestões? dep.christianedesouzayared@camara.leg.br.
Carona – Deputado Alexandre Valle (PR-RJ) propôs suspender a comercialização de veículos com recall anunciado. Entende ser a maneira de evitar a consequência das falhas motivadoras do recall.
Cheiro – Mercedes-Benz Parfums trouxe ao Brasil versão de sua água de colônia, marcada por cítricos – toronja, tangerina e laranja brasileira, mais pimenta rosa, gengibre, madeiras louras, vetiver e almíscar. Eau de Toilette vaporizador de 120 ml. Preço? R$ 363,00. Coerente.
Pretensão – Empresários goianos liderados pelo deputado Alexandre Baldy (PODE), foram ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sensibilizá-lo à proposta de implantar em Anápolis um polo industrial para materiais de Defesa Nacional. Ancoram o pedido pela cidade ser a base aérea de apoio à Capital; de receber os futuros caças Gripen; de ter estrutura e mão de obra a atividades de metal mecânica; oferecer incentivos fiscais. Lá opera uma das fábricas Hyundai.
Remédio – Quem imagina o passar do tempo induzindo serenidade, Gazet Van Antwerpe relata multa aplicada a octogenária senhora belga. Para acabar com a insônia, em vez de chá e sessão da madrugada, foi dar uma volta em seu Porsche. Apreendida a 236 km/h, Juíza não relevou: US$ 4 mil de multa e suspensão do direito de dirigir por três meses.
Espaço patrocinado
Polo Jeep festeja 30 meses de produção, liderança e exportação
Fábrica introduziu o topo dos sistemas de administração e produção, o World Class Manufacturing (WCM), uma das especialidades de Stefan Ketter, presidente da FCA no Brasil e América Latina. Operação festeja a implantação em local de mão de obra despreparada; colocar três produtos na linha de produção – picape Fiat Toro, Jeeps Renegade e Compass; conseguir liderança setorial com a Toro, e alternância através dos produtos Jeep. Um recorde industrial.
Chamá-lo Polo indica o fato de reunir, além do negócio FCA, 16 fornecedores de autopeças em torno da operação industrial para obter rapidez e produtividade, melhor indicativo do sucesso do projeto.
O Polo não é apenas uma fábrica no meio do nada no nordeste de Pernambuco, mais próximo a João Pessoa, na Paraíba, que da capital pernambucana. Pela localização é uma usina para fornecimento mundial, iniciando com a América Latina, iniciando suprir o mercado mexicano, recém lançando o Compass na Argentina, maior mercado de exportações no Continente. Os negócios para venda a outros países colocam os veículos construídos em Goiana como os três produtos com maior volume de exportação pelo porto de Suape no primeiro semestre deste ano.
A coluna expressa as opiniões do colunista e não as do Best Cars