Depois da marca de motos, grupo alemão pode passar as de caminhões e supercarros para ganhar recursos
Os recém-iniciados gastos com multas e indenizações, à conta do escândalo das emissões superiores aos limites legais por motores Diesel, e o grande projeto de imediata aplicação de recursos para desenvolver e produzir veículos elétricos provocaram matriz da Volkswagen a vender ativos. Primeiro, a italiana fábrica de motocicletas Ducati. Após entrariam na lista a teuto-brasileira MAN/VW Caminhões e a sueca Scania. O grupo possui 12 empresas e, aparentemente, inicia o processo cortando os extremos.
Aparentemente a VW entende, no reduzido círculo de atividades, não há interessados na aquisição, indo ao mercado para encontrar capitais externos. Contratou nos EUA consultoria Evercore, especializada no aconselhamento a bancos para investimento em negócios, para tratativas de vendas, formação de consórcios para a compra. Boatos de passá-la à frente correm desde o fim do ano passado, e ex-presidente da empresa no Brasil, ao despedir-se, afirmou ser a Ducati a pérola da VW, e por isto não seria vendida. Aparentemente as condições mudaram, e num ditado nacional a VW prefere perder as pérolas para manter os dedos…
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Se a negativa quanto à Ducati se transformou em definição de vendas, parte dos caminhões exige, como se diz no Goiás, café no bule. Negócio de valores exponencialmente mais elevados ante o não divulgado e pedido pela Ducati. A produtora de motos premium – quantidade reduzida, preço e lucro unitário elevados – não divulgou lucros do exercício passado, mas creem-se próximos as resultados de 2014 (55.000 unidades vendidas e lucro de 55 milhões de Euros). Em 2016 repetiu número de vendas.
MAN é das mais antigas empresas de mecânica no mundo, operando na Alemanha. No Brasil assumiu a Volkswagen Caminhões e ônibus, tipo submultinacional brasileira com operações de montagem no México. Scania, espécie de bilhete de primeira classe em caminhões. Interessantemente Brasil é único o país com operação industrial das duas marcas. Ducati não tem fabricação local, comprando serviços de montagem à Dafra, em Manaus.
Consultada, MAN respondeu taticamente: “A Volkswagen recentemente reafirmou que não tem intenções de vender suas marcas de caminhões”. Volkswagen disse saber do assunto através da imprensa. Scania não respondeu à consulta e Ducati informou não comentar pois a empresa desconhece tal disposição.
Caminho
A saída do primo Ferdinand e a ascensão do primo Wolfgang exibe poder do novo mando, com personalização nos caminhos para conduzir a companhia: as aquisições mais recentes – MAN, Scania, Bugatti, Lamborghini, Ducati – foram realizadas sob a gestão de Ferdinand, em seu processo de salvar, expandir, obter lucros recordes, colocá-la em crescimento ascensional atingindo a liderança mundial. Mas agora, sob o comando supremo de Wolfgang, e ante a necessidade de reunir recursos superiores ao lucro operacional, aparentemente comanda as ações para vender e fazer capital com as empresas adquiridas por seu primo e fora do caminho fulcral da marca.
Válido o raciocínio a Bugatti, dos esportivos de lendária nomeada, mas como empresa, de compra e operação nunca entendidas, deve ser também descartada.
Novo motor VW a gasolina e gás
Aproveitando evento de tecnologia de motores, o Vienna Motor Symposium, na capital austríaca, Volkswagen mostrou serviço para desviar-se do foco do Dieselgate, cominações e prejuízos. Juntou propostas sob o dístico Juntos – Estratégia 2025. De maior realce, emissão zero por otimização de motor elétrico e soluções a motores endotérmicos para uso imediato – aplicação deve ser apresentada no Polo, Salão de Frankfurt, 14 a 24 de setembro.
Sob o capô do Golf TSI Blue Motion, o motor tricílindrico de 1,5 litro TSI em dois meses. Dita tecnologia Micro Híbrida permite ao motor, ao ser desacelerado até 130 km/h, avance por inércia até desligar-se completamente. A outra tecnologia de aplicação imediata é motor tricilíndrico, 1,0 litro, turbo, produzindo 90 cv, mas capaz de otimizar o uso de gás metano, de origem fóssil ou laboratorial. Não se trata de iniciativas amalgamadas em protótipo, mas produtos para venda. Significa tal tecnologia chegará por aqui.
Roda a Roda
DNA – Marca-o a grade inspirada nos protótipos 300 SL levados à Carrera Pan Americana em 1952. A cor verde metálica é para lembrar a floresta do circuito alemão de Nurburgring onde foi desenvolvido, e onde a seção norte é hoje cenário e referência para indicar comportamento esportivo.
Vestibular – Maserati comemorou centésima milésima unidade produzida, um sedã quatro portas, o Quattroporte Grandsport, em chocante branco, interior tan, rodas leves em aro 21 pol, contrastantes pinças de freio em vermelho. Cem mil unidades levam-na a patamar de credibilidade.
Vária – Maserati, até chegar ao comando da Fiat, após salva e saneada pelo eng. Eugenio Alzatti, tem história rica e variada. Dos irmãos fundadores, à OSCA, e sociedades diversas, incluindo Citroën. Chegou à mão da Fiat, há três anos administrando projeto de grande crescimento mundial. Festa foi no Salão de Shanghai, China, onde a marca vende 30% de seu volume, e é o maior mercado mundial para o modelo.
Alemão – Novo sedã BMW Série 5 iniciou vendas no país nas versões M Sport 530i e 540i, a respectivos R$ 315 mil e R$ 400 mil. Não pense ser a cilindrada indicada pela dezena. Já foi assim quando a engenharia era respeitada como referência de matéria técnica. Hoje 530 indica 2,0 litros e 540 é um 3,0-litros, potências de 252 e 340 cv. Leia avaliação.
Fica – DS, marca surgida em 2014, esclarece ante suspensão de importações de seus carros, estar desenvolvendo novo modelo de negócios. Quer ter a marca separada, em ambiente premium para produtos e clientes. Pelo visto terá distribuidores próprios.
Simpatia – Nissan fez filmete para homenagear pessoas que, por condições diversas, inclusive idade, têm vedada a renovação da Carteira Nacional de Habilitação. Chama-o A Grande Despedida e é sensibilizante. Situações reais gravadas no bom circuito Velo Cittá com o GT-R. Emociona. Aqui.
Peso-pesado – Petronas, fábrica de óleos lubrificantes, tem novidades para veículos pesados com óbvios motores diesel, agregando tecnologia Visc Guard ao seu conhecido Urania. Promete reduzir seriamente a manutenção pela formação de resíduos da combustão. Petronas sucedeu Agip e Tutela, esta a responsável pela quebra de conceitos de lubrificantes no Brasil, permitindo o largo desenvolvimento observado nos últimos 30 anos. Empresa quer ser a maior do ramo em 2019.
Lucro – Fechada análise do primeiro trimestre do ano, lucros da corporação VW subiram quase 40% – 3,13 para 4,37 bilhões de Euros, apesar de queda de vendas. Credita-se o bom resultado por severa contenção de custos. Há surpresas: Sköda cresceu 32% em lucros, indo a 415 milhões de Euros; SEAT deu um pulinho de 5%; lucros da Audi caíram e Bentley perdeu apenas 30 milhões de Euros. Um ganho: anteriormente perdera 54 milhões de Euros. Porsche, estrela da lucratividade, cresceu de 855 para 932 milhões de Euros no período.
Dieselgate – Para enfrentar as inquantificadas perdas com o escândalo das emissões em motores diesel, empresa separou 22,6 bilhões de Euros.
Mercado – Ante a queda de vendas seccionando o mercado à metade, fabricantes de motores e caminhões lançam-se em caminhos alternativos para fomentar negócios. Mercedes-Benz por seu Consórcio implantou loja virtual, acessável pelo sítio www.mercedesbenzconsorcio.com.br. Age no varejo para autônomo e no atacado para empresário, buscando tornar o consórcio alternativa de serviços financeiros para renovação de frota.
Troca – Cummins, de motores diesel, criou departamento ReCon para remanufaturar motores da marca. Na prática o motor necessitando de retífica é dado como parte do pagamento de outro, refeito com peças genuínas, e garantia pela fábrica como se fora novo.
E-commerce – Volvo selecionou 250 itens de seus caminhões e ônibus e colocou-os em vitrine eletrônica para compra online via computador, tablet ou telefoninho esperto. Tal tipo de vendas cresceu, no global, 11% em 2016 e previstos 12% neste exercício. Vendedor caminha para ser atividade restrita.
Antigos – Coisas com automóveis antigos são especiais. Fusquinha de 1980 roubado em 1994 apareceu 23 anos depois. Polícia foi chamada para remover sucata e descobriu haver sobre tais restos uma queixa de furto, chegando até ao dono por Roberto Cabral Medeiros, Delegado, colecionador e usuário de Fusca antigo… Aconteceu em Bauru, SP.
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