Em segmento de sedãs compactos, impõe-se por formulação: estética, maior distância entre eixos, porta-malas
É o atual queridinho da Volkswagen, apesar do segmento de sedãs compactos não ser o de maior expressão no mercado. Nele, em expansão, impõe-se por formulação: estética, maior distância entre eixos, porta-malas. É bom para transportar gentes e bagagens. Mecanicamente brilha o distintivo farol da tecnologia eletrônica/turbo/injeção direta, mudando conceitos sobre veículos, cilindrada, potência e torque. Uma revolução, um separador de classes.
Na mão
Andei uns 2 mil quilômetros entre cidade e estradas com o Virtus. Experiência agradável, não tive pressa em devolvê-lo. Você não imagina, mas há carros cujo projeto e construção parecem pensados para testar a paciência do testador… Dirigi-los faz parte do apostolado pela causa, e geram enorme pressa para encerrar a experiência.
Há uns meses relatei aqui almoço com o então presidente da Volkswagen, David Powels. À mesa, jornalistas do ramo foram sabatinados por ele, querendo entender, sem comentar, por que um produto de segunda linha como o Chevrolet Onix lidera as vendas no Brasil, frente a outros de melhores características e construção. Resposta unânime: o sistema de comunicações, ou, o carro cada vez menos carro e cada vez mais um IPhone sobre rodas. Isto provocou agregar ao Virtus de sistema interativo, capaz de oferecer, por consulta verbal, todas informações contidas no Manual do Proprietário. Visível, o painel de instrumentos, bem equipado, elaborado, mutante, digital, personalizável, oferecendo informações em diferentes proporções, diminuindo uns mostradores, aumentando outros.
É opcional caro, a R$ 3.300, entretanto foi o item mais questionado nas abordagens com perguntas sobre o Virtus. Eletrônica e conectividade são os novos queridinhos do mercado.
Conjunto
Suspensão convencional para a marca, torres McPherson frontais e eixo de torção no eixo traseiro. Conjunto bem acertado, mescla rolagem confortável e estabilidade. Direção com assistência elétrica. Conforto em uso para os dois ocupantes dos bancos frontais e dos traseiros. Este, em especial, ficarão surpreendidos com o espaço para pernas. Três passageiros atrás, como se diz no Goiás, força a amizade. O banco tem pouca largura, mas há confortos como difusores de ar-condicionado e saída USB. A decoração, dita larga e erroneamente como acabamento, poderia ser proporcional ao preço e à clientela do carro, em especial por desequilíbrio na combinação entre plástico rígido e apliques nas portas. Boa vedação termo-acústica.
Versão Highline, superior, é a mais completa e de maior preço. Bem composta por ar-condicionado digital, chave presencial e botão de partida, computador de bordo. Revestimento em plástico imitando couro, boba mania em país quente, também é opcional, assim como rodas de 17 pol. Como o painel cheio de artes custa R$ 3.300, para ter a versão completa prepare-se para contra argumentar ou preencher um cheque de R$ 87 mil.
A improvável conta para destravar o Rota 2030
Mais de centena de reuniões entre estamentos do Governo Federal, indústria de autopeças, automobilística e importadores não chegou ao nó final para amarrar as questões e liberar as regras de produção e importação de veículos. O projeto Rota 2030 sucede ao trapalhão Inovar-Auto, patrocinado pelo então Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o processado governador mineiro Fernando Pimentel. Na essência busca-se abatimento fiscal de aproximado 1/3 do calculado investimento de US$ 5 bilhões em pesquisa e desenvolvimento.
Indústria automobilística diz, se não houver tal compensação, país perderá em tecnologia, produtividade e competitividade, e tais investimentos irão a outras praças. Governo tem respostas pragmáticas, entendendo o desenvolvimento tecnológico como passo dado pelas matrizes e a permear por gravidade aos carros fabricados no Brasil, sem nada a compensar. Outras fontes dizem com pragmatismo ser desnecessário um programa incentivado para obter conquistas tecnológicas, em especial quanto a consumo e emissões: basta um instrumento juridicamente inferior, como Resolução, para determinar números a ser obtidos – sem abater investimentos.
Num infindável balé propôs raciocínio lógico: fazer tal acerto por dedução no Imposto de Renda a pagar – ou seja, de quem tiver operação lucrativa. Mas indústria alega não saber quando terá lucro para ser taxada, propondo reduzir tal parcela do IPI ou Imposto de Importação. Como neste país ninguém sabe a verdade numérica dos balanços, o tema é amorfo. A solução, dizem as partes, é reduzir o percentual da compensação, fazendo uma conta-de-chegar.
Entretanto, a cada dia parece difícil atingi-la. O país entra na reta final de dois assuntos capitais: a Copa do Mundo e a campanha eleitoral para Congresso e Presidência. No segundo, muitos candidatos, pouca definição, e o argumento de tirar dos pobres para dar aos ricos sempre encontra eco junto a eleitores objetivos em sua pouca leitura. Panorama não é bom para justificar a dedução, à vista do déficit nas contas públicas; do pagamento em igual valor, honrando compromissos não pagos por Venezuela e Moçambique, amiguinhos do governo Lula/Dilma; do anúncio que os funcionários públicos, incluindo os negociadores oficiais do Rota 2030, não terão correção de salário pelo menos até 2021.
Roda a Roda
Caminho – Empresa focou no estilo para individualizá-lo, no conforto operacional, e no apelo econômico. É ideal para o agronegócio, embora a produção do gás combustível, operação logística, é viabilizável por cooperativas de pequenos produtores. Reduz até 30% em custos, poluição, mas o principal é fazer a independência energética do produtor rural. O rejeito de produção é colocado num biodigestor e o biogás se transforma em biometano. Serve para produzir energia para as fazendas, vendê-la às distribuidoras de energia, aproveitar o resíduo de produção como adubo.
Ciclo – Não é ideia nova. Ao criar o Modelo T, em 1908, Henry Ford pregava o mesmo: seu motor era capaz de produzir o álcool decorrente das sobras de colheita. Ao vir para o Brasil a Fiat fez projeto para usar o motor do pioneiro 147 para consumir o gás gerado por biodigestores, e até a Marinha desenvolveu projeto para estes. Espera-se seja viabilizado. Na experiência com Fords falhou porquanto as empresas distribuidoras de combustível foram mais rápidas em ridicularizar a distribuição. No caso Fiat/Marinha, usuários acharam dar muito trabalho.
Referência – China Auto Show mostrou verdade ainda pouco palatável: é o maior do mundo em área – 220.000 m² ou, como se adotou como referência no Brasil, 22 campos de futebol emendados. Neste ano, para o também maior mercado mundial, fez demonstração: o caminho, mandatório para a China, está nos carros elétricos e nos SUVs e outros morfologicamente assemelhados.
Foco – Única mulher CEO de uma fábrica chinesa de veículos, Madam Wang, como se apresenta, conduz a Haval, braço da Great Wall Motors, e maior fabricante de SUVs da China. Tenaz, intenta objetivo aparentemente disparatado: superar os EUA no segmento. Parece bravata a olhos ocidentais, mas é de boa cautela não duvidar. Há poucos anos o mercado chinês estava mais para Riquixá e bicicletas, e hoje tem qualidade, produtos e design próprios, e é o maior do mundo.
Aqui – Poucas consequências entre mostrar e ter resultados no Brasil, pois as muitas marcas falam em vir, e a única a fazê-lo industrialmente, a Chery, capitulou ante a oposição do sindicato de metalúrgicos da área de Jacareí, SP, e vendeu-se à nacional CAOA.
Terra – Uma, factível, não é chinesa, mas do Japão: o utilitário esportivo Terra, construído sobre chassis de longarinas da picape Nissan Frontier, ora em inicio de produção na Argentina. Pode ser o primeiro produto do segundo movimento.
Picapes – Ford mudou posicionamento da Ranger, exumando a versão XL de entrada, linha paralela com cabines simples ou dupla, e chassis, motor menor: diesel, 2,2 litros e 160 cv. Quer se diferenciar das concorrentes por superior aplicação de tecnologia embarcada; maior capacidade de carga; controle de estabilidade e tração; anticapotamento, e bloqueio eletrônico para o diferencial traseiro. Cabine simples R$ 129.300.
Amarelo – Uso de cores sinalizando ações ligadas a segmentos da população – rosa para mulheres, azul para homens – escolheu o amarelo para ações destinadas a reduzir acidentalidade e morte no trânsito. Problema mundial, determinação de Assembleia-Geral da ONU, decretou o período de 2011-2020 como a Década de Ações para Segurança do Trânsito.
Meio – Entidade criada, o Observatório Nacional de Segurança Viária, criou o Maio Amarelo, movimento de conscientização da sociedade para o elevado número de mortes, danos e absenteísmo causado pelos acidentes de trânsito. Neste ano o rótulo “Nós somos o trânsito”, aprovado pelo Conselho Nacional de Trânsito, o Observatório, e a Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, é veiculado em vídeo, radio, impressos, redes sociais.
E? – Na prática poucos resultados, exceto estatísticas pouco confiáveis. Enquanto ônibus avançar sinal e motoqueiro não tiver sanção, não haverá campanha com resultados. Como todas as mazelas deste país, o caminho da excelência só se atingirá pela educação e pela sanção – e sem estrutura de polícia e justiça, difícil atingi-lo.
Bico – Para a Volkswagen, recepcionista para o Salão do Automóvel não deve ser apenas bonita e sorridente. Mas universitária e submeter-se a curso com palestras e treinamento sobre produtos. A fim? contratando.com.br/volkswagen.
Festa – Sorrisos e foguetes na MAN Latin America, dona da marca Volkswagen Ônibus: empresa vendeu 3.400 chassis para encaroçar ônibus escolares no Programa Caminho da Escola. Tipo meu ônibus, meu lucro…
Tempo – Por contrato com marca alemã de automóveis Premium – Audi? BMW? Mercedes? – Universidade de Hockenheim conduz pesquisa entre formadores de opinião para saber a percepção sobre estas marcas no mercado brasileiro. Daí, afeir observações, sanar eventuais falhas indicadas, focar campanhas de vendas.
Mudou – Há pouco tempo a noção de percepção ficava restrita ao fabricante e, no máximo, a sua agência de propaganda. Fiat mudou a escrita, e para errar menos na formatação do Uno, modelo exclusivo ao mercado nacional da marca então líder, contratou à PUC Rio de Janeiro pesquisa sobre a óptica de antropologia e sociologia quanto a produto e clientela.
Gente – Samuel Marcantônio, mecânico, larga história incluindo ter sido dos primeiros funcionários da Simca, festa. Dia 19, 88 anos. Amigos irão em automóveis antigos e Prefeitura de Campinas bloqueou rua fronteira à sua casa para as comemorações. Merecido. /Philip Koehn, doutor em engenharia, novo diretor técnico da Borgward. Marca alemã em renascimento, instala fábrica em critérios Indústria 4.0. Contratação é aval importante. Koehn tem carreira na BMW e foi diretor da Rolls-Royce.
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