Gol BlueMotion agita a bandeira da economia (relato 8)

 

Em semana urbana, colaboradora aprova agilidade e
consumo, mas opina que preço pedido pela VW é excessivo

Texto e fotos: Roberto Agresti

 

Atualização de 21/9/12

Para um período de quatro dias de trajetos totalmente urbanos, a colaboradora Inês Agresti recebeu nosso avaliado de Um Mês ao Volante, o Volkswagen Gol em versão BlueMotion.

Alertada sobre as peculiaridades do modelo, com foco na economia de combustível e portanto dotado de recursos que podem ajudar a obter máxima eficiência em combustível, Inês sorriu — e revelou estar mesmo precisando fazer economia, traumatizada com seu Citroën C3 Exclusive de câmbio automático que, segundo ela, é um beberrão inveterado, apesar do motor de apenas 1,6 litro.

Trajetos urbanos, mas realizados tentando evitar os piores horários e as piores vias da maior cidade do Brasil, foi o que a motorista enfrentou. Ao cabo dessa semana de trabalho, o veredito da bomba agradou Inês, que conseguiu um registro de 9,9 km/l: se é o pior consumo do teste usando gasolina, bate largamente seu C3 automático, que “quando consegue 6 ou 7 km/l é um milagre”. Mas ela reconhece que a comparação não é ideal pelas diferenças de motorização e câmbio.

 

“A chegada de novos concorrentes vai aumentar a competitividade no segmento e fazer a Volkswagen perceber que ela tem um bom produto, mas caro demais: os tempos, me parece, são outros”

 

Inês prossegue comentando sobre o consumo: “Rodei em avenidas relativamente livres e não poupei o acelerador do Gol, que me surpreendeu. Esperava bem menos desse carro em termos de desempenho. Achei que para um uso na cidade ele é plenamente suficiente, mesmo com ar-condicionado ligado. Ele não é irritantemente fraco como outros 1.000 que dirigi no passado”.

Se a disposição do motor do Gol agradou Inês, o mesmo não pode ser dito sobre o “tique” do modelo, assinalado à exaustão na avaliação, que é a aceleração não cair nas trocas de marchas. A característica, ou defeito, foi mencionada pela motorista de modo interrogativo: “Para que serve aquilo? Para dar impressão de que é um carro mais potente do que é? Não precisava, pois é muito chato aquele solavanco”.

E a colaboradora aproveita para apontar outros solavancos, os transmitidos pelas suspensões, que ela considerou excessivos. “Se o carro é durinho de suspensão, deveria ter bancos que compensassem isso. No Gol a espuma do estofamento é pouca e dura, o que não ajuda nada ao conforto. As ruas são ruins, a suspensão é dura e os bancos idem. O resultado é desconforto, claro. Mas uma coisa que gostei é que, apesar de ser um carro ‘cabritinho’, não faz barulhos dentro. Nem de motor nem aqueles ‘grilos’ de plástico que a maioria dos carros mais simples faz, e isso é um ponto bem positivo”.

 

 
O desempenho e o consumo (9,9 km/l de gasolina) na cidade foram positivos para Inês,
que não teve muito mais a elogiar: suspensão e o conhecido “tique” a incomodaram

 

A falta de criatividade nos acabamentos internos também foi uma tecla apertada por Inês, que todavia entende que “um carro destinado a ser o modelo de entrada não precisa ter um interior criativo ou rebuscado: assim, a excessiva sobriedade não é um grande defeito”. Pior é, segundo ela, modelos mais pretensiosos do que um Gol não oferecerem diferenciais marcantes. “Quem compra um Gol, do qual se espera eficiência acima de tudo, pode abrir mão de modernidade ou extravagância”.

Cumpridor da tarefa

Para Inês, o saldo de seus dias ao volante do popularíssimo Volkswagen é positivo: “O carro é bom, firme, responde bem rápido, tudo funciona bem, me levou e me trouxe de volta. Ponto. Ele não tenta agradar aos olhos, ou se tenta, no meu caso, não consegue. Mas é eficiente. Freia bem, esterça bem e bastante, o câmbio é macio e o motor é mais forte do que eu imaginava. Não deu tempo de pegar estrada, e aí talvez surgisse a deficiência maior de um carro 1.000. Mas, para meu uso urbano, foi cumpridor da tarefa”.

Ainda às voltas com seus planos de trocar de carro, ao ser questionada se um Gol como esse entraria em sua garagem, Inês foi taxativa: “Não a esse preço. Mesmo com esses luxinhos como sensor de estacionamento, Bluetooth, o dispositivo que avisa a hora de trocar de marcha ou o volante com controles, trata-se de um carro simples. Deveria custar 25 ou 28 mil, no máximo”.

E ela acha mesmo que é isso que ele vai custar daqui a um tempo: “A chegada de novos concorrentes, como o Hyundai HB20 e o Toyota Etios, vai aumentar a competitividade no segmento e fazer a Volkswagen perceber que ela tem um bom produto, mas caro demais. E que não é oferecendo espelhinhos, miçangas e penduricalhos a nós, índios, que ela vai conseguir manter o Gol como carro mais vendido do país. Os tempos, me parece, são outros”.

Para a derradeiro fim de semana do Gol conosco, novo motorista em viagem de fim de semana com a esposa trará, na terça-feira, seus pareceres. Até lá.

Atualização anterior

 

Último período

3 dias

226 km

Distância em cidade 226 km
Distância em estrada 0
Tempo ao volante 9h 40min
Velocidade média 24 km/h
Consumo médio (gasolina) 9,9 km/l
Indicações do computador de bordo

 

Desde o início

29 dias

3.525 km

Distância em cidade 1.482 km
Distância em estrada 2.043 km
Tempo ao volante 104h 33min
Velocidade média 34 km/h
Consumo médio (álcool) 9,8 km/l
     Melhor marca média 12,9 km/l
     Pior marca média 7,2 km/l
Consumo médio (gasolina) 12,2 km/l
     Melhor média 14,2 km/l
     Pior média 9,9 km/l
Consumo em percurso-padrão (43,2 km)
     Álcool 14,6 km/l
     Gasolina 21,3 km/l
Indicações do computador de bordo

 

Preço

Sem opcionais R$ 27.990
Como avaliado R$ 35.855
Preços sugeridos; consulte preços de opcionais

 

 

Ficha técnica

Motor
Posição transversal
Cilindros 4 em linha
Comando de válvulas no cabeçote
Válvulas por cilindro 2
Diâmetro e curso 67,1 x 70,6 mm
Cilindrada 999 cm³
Taxa de compressão 12,7:1
Alimentação injeção multiponto sequencial
Potência máxima (gas./álc.) 72/76 cv a 5.250 rpm
Torque máximo (gas./álc.) 9,7/10,6 m.kgf a 3.850 rpm
Transmissão
Tipo de câmbio e marchas manual /  5
Tração dianteira
Freios
Dianteiros a disco ventilado
Traseiros a tambor
Antitravamento (ABS) sim
Direção
Sistema pinhão e cremalheira
Assistência hidráulica
Suspensão
Dianteira independente, McPherson
Traseira eixo de torção
Rodas
Dimensões 5 x 14 pol
Pneus 175/70 R 14
Dimensões
Comprimento 3,895 m
Largura 1,656 m
Altura 1,464 m
Entre-eixos 2,465 m
Capacidades e peso
Tanque de combustível 55 l
Compartimento de bagagem 285 l
Peso em ordem de marcha 947 kg
Desempenho
Velocidade máxima (gas./álc.) 163/165 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h (gas./álc.) 13,4/12,9 s
Dados do fabricante; consumo não disponível

 

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