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Os especiais
O modelo conversível do Brasília, lançado pela concessionária paulista Marcas Famosas, era bastante interessante e no mínimo inédito. Chamava-se Brasília Cabriolé. O grupo ótico dianteiro vinha do Passat e havia ainda faróis de neblina, rodas de liga leve e pintura metálica.

Os carros da concessionária Dacon, também de São Paulo, estavam disponíveis com várias opções bastante interessantes de acabamento e de veneno de motor. Começava com uma dupla carburação de 32 mm, passando por outra com 40 mm e comando de válvulas especial. A velocidade máxima desta última chegava a 145 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em 15,2 s.

Depois vinha um 1,7-litro e a versão mais arisca, com 1,8 litro, que chegava a 150 km/h e cravava 100 km/h em 14 s. Nada mal para a época, pois os V8 e seis-cilindros nacionais levavam entre 11 e 12 s para alcançar a mesma marca. E tinha muita gente competente desenvolvendo os motores VW para andar mais. Também na Dacon, uma opção mais cara e exclusiva era a colocação do motor Porsche de quatro cilindros, originário do modelo 912. Equipou alguns exemplares. O modesto Brasília virava um foguete.

Outra empresa especializada em transformações de carrocerias, a Matis de São Paulo, fazia sobre o Brasília uma variação (ao lado) do Baja Buggy, veículo fora-de-estrada originalmente desenvolvido sobre o Fusca. O resultado era bom e havia uma vantagem adicional: a legislação dos anos 80 permitia que o ano de fabricação do automóvel fosse atualizado na transformação, o que significava ter um Fusca ou Brasília "zero-quilômetro" a custo baixo.
Postos fechados, gasolina sobrando
Pode parecer piada, mas foi exatamente o que aconteceu. Postos ficavam fechados nos fins de semana e sobrava gasolina. Tudo começou três anos após o choque do petróleo de 1973, o primeiro deles, quando o governo achou que era preciso "racionalizar" o uso de combustíveis. Como ainda não havia o álcool carburante, combustível para veículos automotores significava diesel e gasolina.

O primeiro era usado apenas em caminhões e ônibus, que não tinham problema de autonomia devido aos tanques quase sempre avantajados. Caso oposto era o dos automóveis, cujos tanques obedeciam, na maior parte dos casos, aos volumes dos modelos produzidos nos países de origem. Por exemplo, o tanque do Passat era de 45 litros; só alguns anos mais tarde (1983) passaria a 60 litros. Por isso, o uso de automóveis ficou realmente restrito e o consumo de gasolina caiu significativamente.

Só que alguém lá em cima, em Brasília, não levou em conta que de cada barril de petróleo saem vários derivados, como diesel, gasolina, querosene e outros, queira-se ou não. Não é preciso muita matemática para deduzir que se um derivado é consumido (diesel) e o outro não (gasolina), esta ficará sobrando. É como pretender diminuir a venda de filé mignon sem o correspondente decréscimo de abate de boi: essa carne de primeira vai sobrar cada vez mais.

Pois foi exatamente o que aconteceu com a gasolina. Chegou um momento em que não havia mais tanques da companhia estatal de petróleo para armazená-la. Começaram a ser usados navios petroleiros ancorados para guardar o combustível excedente. Enquanto isso, os postos permaneciam fechados, "racionalizando" o uso da gasolina... Típico do conhecido programa conduzido por Jack Palance, o Acredite se Quiser.

por Bob Sharp

O TL de quatro portas procurou atender aos taxistas e às poucas famílias, na época, que viam nesse tipo de veículo a conveniência e praticidade hoje largamente aceitas pelo mercado
Ficha técnica
_ Brasília (1975) Variant (1977) Variant II (1979)
MOTOR
Posição, cilindros e refrigeração traseiro, 4 horizontais opostos, refrigerado a ar traseiro, 4 horizontais opostos, refrigerado a ar traseiro, 4 horizontais opostos, refrigerado a ar
Comando e válvulas por cilindro no bloco, 2 no bloco, 2 no bloco, 2
Cilindrada 1.584 cm3 1.584 cm3 1.584 cm3
Taxa de compressão 7,2:1 7,2:1 7,2:1
Potência máxima bruta 60 cv a 4.600 rpm 65 cv a 4.600 rpm 67 cv a 4.600 rpm
Torque máximo bruto 12 m.kgf a
2.600 rpm
12 m.kgf a
3.200 rpm
12 m.kgf a
3.200 rpm
Alimentação carburador de corpo simples carburador de corpo simples dois carburadores de corpo simples
CÂMBIO
Marchas e tração 4, traseira 4, traseira 4, traseira
FREIOS
Dianteiros e traseiros a disco / a tambor
SUSPENSÃO
Dianteira independente, barras de torção independente, barras de torção independente, McPherson
Traseira independente, semi-eixos articulados independente, semi-eixos articulados braço semi-arrastado, barras de torção 
RODAS
Pneus 5,90 x 14 165 x 380 175/80 R 14
DIMENSÕES
Comprimento 4,01 m 4,138 m 4,325 m
Entreeixos 2,40 m 2,40 m 2,495 m
Peso 890 kg 950 kg 990 kg
DESEMPENHO
Velocidade máxima 132 km/h 135 km/h 134 km/h
Aceleração 0 a 100 km/h 23 s 23 s 23 s
Consumo médio 9,3 km/l 11 s 10,8 km/l

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