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Carros do Passado

Os tempos eram outros e a GM teve de mudar sua estratégia de marketing para o Chevelle, utilizando a mesma do Monte Carlo. A exemplo de outros americanos, ele começava a definhar ali, perdendo sua identidade, ficando maior e mais largo. O carro perdia as linhas que evidenciavam "músculos" por baixo da carroceria.

A sigla SS foi usada pela última vez no Chevelle 1973, um carro longo, com pára-choques pesadíssimos e motores "amarrados"

Os cromados pouco a pouco cediam lugar para plásticos e borracha e a legislação americana não contribuía -- novos elementos de segurança exigidos faziam com que chegasse a pesar 1.800 kg. Enormes pára-choques de aço com amortecedores (que não se danificavam em impactos até 5 mph, 8 km/h) eram instalados, conjunto que chegava a absurdos 130 kg. Portas reforçadas, pesando o dobro das anteriores, e outros aparatos transformavam o carro em um pesadíssimo sedã, empurrado por motores anêmicos de 125 a 245 cv líquidos.

Em 1974 a versão Laguna substituía a SS como topo de linha. Como atrativo trazia os assentos dianteiros giratórios, fazendo do Chevelle mais um carro de luxo no mercado. Apesar disso, as vendas começavam a aumentar por causa de seu retorno às pistas em 1975, quando a Chevrolet colocava no mercado o Laguna S. A maior novidade era o estilo aerodinâmico do capô, antecipando algumas tendências de estilo vistas no Camaro.

O Chevelle Laguna 1974, apenas mais um carro de luxo entre tantos do mercado. O modelo resistiria até 1977, mas com estilo cada vez menos esportivo

Apesar do sucesso nas pistas, que aumentava as vendas com base na filosofia americana do win on Sunday, sell on Monday (vença no domingo, venda na segunda-feira), a prioridade da Chevrolet era conforto, não desempenho. Descaracterizado como produto, a situação continuou até 1977, quando o nome Chevelle deixou de existir, dando lugar ao Chevrolet Malibu. Mais compacto e leve, ele continuou a saga com os derivados do Chevelle, como o El Camino e o Monte Carlo. Este recebia como herança o lugar do Chevelle na NASCAR, a categoria americana de carros de passageiros altamente modificados, posto que ocupa até os dias de hoje.

Os puristas da marca consideram como legítimos apenas os Chevelles produzidos até 1972. Seu nome continua a ser uma lenda.

Ficha técnica
Chevelle SS 454 1970
MOTOR - dianteiro, longitudinal, 8 cilindros em V; comando no bloco, 2 válvulas por cilindro. Cilindrada: 7.440 cm3. Potência máxima bruta: 450 cv a 5.600 rpm. Torque máximo bruto: 69,1 m.kgf a 3.600 rpm.
CÂMBIO - manual, 4 marchas; tração traseira.
SUSPENSÃO - dianteira, independente; traseira, eixo rígido.
FREIOS - dianteiros a disco; traseiros a tambor.
DIREÇÃO - assistida.
DIMENSÕES - comprimento, 5 m; entreeixos, 2,84 m; peso, 1.500 kg.
DESEMPENHO - aceleração de 0 a 96 km/h, 6,1 s.

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