Nos últimos cinco anos da década de 60, foram importados oficialmente pela GM do Brasil modelos Kadett e Olympia, sua versão luxuosa, junto do Rekord que daria origem ao Opala. Talvez tenham chegado para um pré-teste em nossas ruas e estradas e para avaliar a receptividade do público. Vieram nas versões sedã de duas e quatro portas e também fastback. Alguns colecionadores ainda as possuem. |
"A GM não faria apenas mais um carrinho", dizia a publicidade. O Chevette de fato trazia grandes qualidades -- e até algumas primazias em segurança |
Nosso modelo, fruto do
projeto 909, recebeu o nome Chevette, talvez um modo de
expressar um pequeno Chevrolet. O investimento para sua
fabricação, na unidade de São José dos Campos, SP,
atingiu US$ 102 milhões. Apresentado à imprensa em 24
de abril de 1973, na versão sedã de duas portas -- sem
quebra-ventos --, com acabamentos Standard e SL, o menor
carro da General Motors do Brasil durante décadas fez
muito sucesso. Um anúncio à época do lançamento dizia
"A GM não faria apenas mais um carrinho",
visando realçar seu caráter avançado. |
Mecânica tradicional: bloco e cabeçote em ferro fundido, tração traseira com eixo rígido. Mas o comando de válvulas era no cabeçote e o tanque de combustível tinha montagem interessante e muito segura, atrás do banco traseiro |
Nosso
Chevette tinha linhas modernas -- quantas vezes na
história um carro foi lançado antes no Brasil que na
Europa? O motor de 1,4 litro e 68 cv (potência
bruta) trazia
comando de válvulas no cabeçote, acionado por correia
dentada -- o primeiro no país. A tração era traseira e
o câmbio de quatro marchas; a posição da alavanca
lembrava bastante a do Alfa Romeo. |
Faixas pretas, faróis de neblina, sobre-aros nas rodas: eram os esportivos GP e GP II, como este de 1977. Apesar da pretensa agressividade, mantinham o motor 1,4 de desempenho modesto |
Conta-se que no tempo de
postos fechados nos fins de semana, no final dos anos 70,
alguns donos de Passat mandavam instalar um tanque
suplementar, justamente o do Chevette, dobrando a
autonomia.
O volante ficava inclinado para a esquerda e os pedais
deslocados para o mesmo lado, em função do túnel
central de transmissão, o que desagradava alguns
proprietários. Mas esterçava incrivelmente bem, graças
em boa parte à tração traseira (o Fusca também tinha
tração atrás, mas esterçava pouco devido ao tipo de
suspensão dianteira, por braços arrastados duplos). |
Em 1978, a primeira reestilização: grade em dois segmentos, inspirada nos Pontiacs americanos, e frente inclinada de formas mais suaves |
Foi
inovador em itens de segurança, como pisca-alerta e
coluna de direção não-penetrante, ainda não exigidos
pelo Contran na época, e trazia duplo circuito de freios
(um para a frente, outro para a traseira). A suspensão
era bem calibrada e não sofreria grandes modificações
ao longo do tempo. O carro era estável, difícil de
desgarrar, mas o eixo rígido traseiro sacolejava em
curvas com piso irregular, transmitindo certa sensação
de insegurança, além das molas muito duras afetarem o
conforto. Levou tempo para a GM adotar molas mais macias. |
Apesar do volante e dos pedais deslocados para a esquerda, em função do grande túnel central de transmissão, o Chevette tinha agilidade e bom comportamento dinâmico |
O
Chevette media 4,12 metros de comprimento, pouco mais que
um Fusca. O conforto era apenas razoável para quatro
ocupantes, pois o espaço atrás era insuficiente -- os
mais altos batiam com a cabeça no teto. Já o
porta-malas era ótimo: um slogan da época dizia
"pequeno com porta-malas grande". Não batia em
vendas o Volkswagen, mas enfrentava bem os outros
concorrentes. |
|
Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos © Copyright 2000 - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados |