E a sofisticação não parava por aí. A Maserati da época pertencia à francesa Citroën, mas ainda era independente e orgulhosa de sua tecnologia exclusiva. Como todo
Citroën, o Khamsin utilizava um "sistema nervoso" hidráulico de alta pressão para realizar um sem-fim de operações. Os freios, por exemplo (discos nas quatro rodas, ventilados na dianteira), operados por esse sistema, respondiam apenas à pressão no pedal e não ao movimento como usual. |
![]() |
A Citroën,
dona da marca, adotava no Khamsin seu "sistema nervoso"
hidráulico, que comandava do ajuste dos bancos à operação dos
faróis escamoteáveis |
Os vidros das portas, os faróis escamoteáveis e até o
ajuste dos bancos se utilizavam desse sistema -- uma complexidade inacreditável. Somente as molas de suspensão convencionais diferenciavam este Maserati de um
Citröen DS. A marca francesa, porém, acabou vendendo a empresa
italiana na década de 80 para o ítalo-argentino Alejandro De Tomaso, que a desfigurou completamente com seus Maseratis Biturbo. |
![]() |
![]() |
Painel completo e um porta-malas razoável, com amplo acesso pela terceira porta O interior do Khamsin era como
o da maioria dos supercarros italianos dos anos 70 -- horrível. Fechaduras de Fiat, botões de Lancia, maçanetas de Citroën e mais um monte de detalhes herdados de carros mais mundanos. Mas pelo menos o couro era de qualidade e o topo do painel era revestido de
alcântara, o mais belo dos materiais de revestimento interno. O carro tinha apenas dois
lugares e "prateleiras de mala acolchoadas" atrás, embora a
Maserati o considerasse um 2+2, e bom espaço para bagagens. Ficou famoso como "devorador de continentes" por sua capacidade de realizar viagens longas a
alta velocidade com conforto. Um GT clássico. |
![]() |
Com os quatro
faróis acionados, a pureza das linhas não era a mesma. Mas o carro
continuava poderoso o bastante para abrir caminho nas autoestradas dos
anos 70 |
Um dos motivos do desempenho inferior ao do Ferrari era o peso elevado (1.635 kg). Afinal, toda aquela complexidade e sofisticação mecânica tinha um preço. No entanto, poucas unidades significam que o carro é raro hoje em dia,
agregando valor aos remanescentes. E sua lenda aumentou, depois que se tornou o último supercarro com o V8 tradicional da marca italiana em posição dianteira.
Continua |
Carros do Passado - Página principal - e-mail © Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados |