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Carros do Passado

O Tipo havia ficado rápido, muito rápido. A decoração externa da versão era esportiva e de bom gosto, com saias laterais largas, um friso vermelho nos pára-choques e laterais, lanternas traseiras e rodas exclusivas. Na Itália era usado aro 15 pol com pneus 185/55, mas a Fiat temia que o perfil muito baixo provocasse danos em buracos. Aqui, optou pelo aro 14 pol e pneus 195/60.

Um dos hatches mais rápidos do mercado, o Tipo 2,0 16V desenvolvia 137 cv. Rodas exclusivas, saias laterais e um filete vermelho traziam esportividade na medida certa ao estilo
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O interior do Sedicivalvole trazia bancos esportivos (os Recaros eram opcionais), volante revestido em couro e painel completo, incluindo manômetro e termômetro de óleo. Vinha apenas com três portas, embora poucas unidades tenham sido importadas com cinco. Enquanto as versões mais "comportadas" do Tipo concorriam com Kadett, Escort e VW Pointer, o 16V enfrentava outros esportivos como Golf GTI (à época com modestos 115 cv) e Renault 19 16S (139 cv).

E veio o fogo   O Tipo estava em posição confortável no segmento. Em setembro de 1994, a súbita redução da alíquota de Imposto de Importação de 35% para 20%, pelo então ministro da Fazenda Ciro Gomes, levava outras marcas a importar modelos médio-pequenos. A GM trazia o Astra 2,0, e a Volkswagen, as versões GL 1,8 e GLX 2,0 do Golf, que só existia aqui como GTI.

Clique para ampliar a imagem A moldura da placa traseira exibia com orgulho a inscrição Sedicivalvole -- 16 válvulas em italiano. Chegava a 204 km/h, segundo a Fiat, deixando longe o Golf GTI 2,0

Mas em fevereiro vinha nova surpresa: a alíquota subia para 70%, derrubando as expectativas de muitos importadores e incentivando a Fiat a repensar sua estratégia. Com a previsão de ter a produção do Tipo encerrada na Europa, substituído pelo Brava e pelo Bravo, a solução era passar a fabricá-lo em Betim, MG. O mercado interno, mesmo com diversas opções importadas, provavelmente aceitaria por mais alguns anos o produto já defasado lá fora.

Assim, no início de 1996 chegava o Tipo 1,6 mpi brasileiro, a sigla identificando a adoção de injeção multiponto, que levava o motor de 82 para 92 cv. Foi o primeiro carro nacional com bolsa inflável (para o motorista apenas), em uma vantagem de poucos dias sobre o Vectra. De resto, à exceção das rodas de alumínio agora oferecidas, era igual ao modelo italiano -- mas passava a custar R$ 1.000 a mais, mesmo sem a incidência de Imposto de Importação. Deixavam de existir as versões SLX, 16V e a carroceria de três portas. Contudo, a nova arrancada do bem-sucedido Fiat logo sofreria uma reviravolta.
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Com o toque de Pininfarina
Assim como Opel, Ford e VW, a Fiat também aproveitou uma plataforma de modelo dois-volumes -- o Tipo -- para elaborar um cupê esportivo de linhas muito interessantes. Denominado apenas Fiat Coupé, foi lançado em 1993 com um estilo avançado, em que se destacavam os faróis superelipsoidais sob uma "bolha" transparente, o amplo capô e as lanternas traseiras circulares. As maçanetas ficavam discretas nas colunas e a tampa do tanque de combustível, inspirada em antigos carros de competição, era um charme à parte.

Pininfarina assinava a carroceria e a faixa de metal na cor externa no painel, mas apenas este último era sua obra -- o exterior foi criado pela própria Fiat. No entanto, o estúdio de estilo foi responsável por fabricá-lo devido ao baixo volume de produção.
O motor 2,0 16V de 142 cv e uma versão com turbocompressor e 195 cv (emprestada do Lancia Delta Integrale) foram escolhidos para o Coupé, mas apenas o primeiro (com 137 cv) veio ao Brasil. Em 1996 aparecia uma versão menor, com o 1,75-litro de 130 cv do Barchetta, hoje usado no Brava e Marea brasileiros. No ano seguinte, o cinco-cilindros da Lancia (e do Marea) substituía ambos os 2,0-litros, com versões aspirada de 147 cv e turbo de 220 cv.

Esta era capaz de chegar a 240 km/h e de acelerar de 0 a 100 em 6 s. Tinha diferencial autobloqueante, freios Brembo com pinças de quatro pistões e câmbio de seis marchas opcional. Nem mesmo um botão de partida foi esquecido nas últimas versões do atraente esportivo, que saiu de produção em 2000.

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