A plataforma B2, do Audi 80 de segunda geração, foi lançada em 1979 e o Passat passou a utilizá-la em 1980, na linha que conhecemos pelo Santana. A B2 foi utilizada na Europa até 1988, embora o Santana permaneça em produção no Brasil e na China. Mais uma vez, a semelhança entre 80 e Passat era evidente: os mesmos motores de quatro cilindros com 1,3, 1,6, 1,7, 1,8 e 2,0 litros, além do 1,9 a diesel e do famoso 2,2 de cinco cilindros.

Em alguns casos, a única diferença entre carros VW e Audi de mesma plataforma eram os emblemas. Foi assim com o Audi 50 (único carro da marca com motor transversal até o recente A3) e o VW Polo, nos anos 70, que só se diferenciavam por alguns detalhes.

Mas em 1986 e 1988, nesta ordem, o 80 e o Passat eram reformulados e se distinguiam melhor um do outro. O Audi era reformulado, ganhando maior entreeixos, porta-malas mais aproveitável (e com a mesma capacidade nas versões Quattro e de tração dianteira, ao contrário de antes) e nova suspensão traseira, na verdade uma para cada tipo de tração. Mas continuava com motor longitudinal.

Surgia também o motor V6 de 2,6 litros e 174 cv no lugar do cinco-cilindros aspirado. A versão turbo, contudo, ainda era utilizada nos esportivos S2 e RS2, esta a famosa perua de 315 cv preparada pela Porsche. Enquanto isso, no novo Passat era utilizada a nova plataforma B3, evolução da A2 do Golf/Jetta: motor transversal, carroceria mais aerodinâmica (sem a grade frontal, que retornaria após cinco anos), excelente espaço interno e motores de 1,6 litro ao 2,0 de 16 válvulas e 136 cv do Passat GT. Mais tarde era oferecido o V6 2,8-litros de ângulo estreito, VR6.

A distinção permaneceu no Passat de código B4, apenas uma reestilização na carroceria anterior, com a volta da grade. Mas os caminhos voltariam a se encontrar: em 1996 chegava ao mercado o Audi A4 (sucessor do 80) e, no ano seguinte, o Passat de quarta geração (plataforma B5), que compartilhava a plataforma com o próprio A4 e também com o futuro Audi A6, a ser lançado em 1998. Interessante lembrar que o entreeixos do Passat é intermediário entre os Audis: maior que o do A4 e menor que o do A6.

E não parou por aí. As marcas hoje compartilham também a plataforma A4 (não confundir com a denominação do automóvel da Audi) entre os modelos Audi A3 e TT, VW Golf/Bora, Beetle, Seat Toledo/ Leon e Skoda Octavia -- estas, marcas pertencentes ao mesmo grupo. A primeira plataforma deste porte, a A1 de 1974, compreendia os modelos Golf hatchback, Cabriolet, Caddy (picape), Jetta e Scirocco I e II (leia história).

Os únicos Audis com motor transversal: o 50, clone do VW Polo, e o A3, primo do Golf

Foi fabricada até 1982, ano em que surgiu a plataforma A2 para Golf, Jetta e o cupê Corrado. Em 1991 aparecia a plataforma A3, para Golf, Jetta e Golf Cabriolet. A A4, enfim, foi apresentada em 1996. A A3, porém, permanece em produção no México, onde é feito o Golf conversível de terceira geração, enquanto o velho Golf I ainda existe na África do Sul.

A sinergia do grupo Volkswagen está, hoje, plenamente inserida nas tendências mundiais de redução de custos e otimização da produção em escala. O que causava estranheza para muitos é agora praticado por inúmeros grupos e fabricantes no mundo todo. E certamente será ainda mais comum a cada dia.

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