O Fiesta exibe um painel funcional e amplo espaço para objetos; já os instrumentos são
difíceis de ler durante o dia, em especial o que reúne combustível e temperatura

No Fiesta o fundo está sempre cinza, tornando difícil ler os dígitos de dia, com faróis apagados; já a iluminação em verde é eficiente. O problema seria menor se os instrumentos não ficassem tão recuados no painel. Seus marcadores de combustível e temperatura são de cristal líquido, recurso que custa menos (embora pareça sofisticado para alguns) mas... também dificulta a leitura, até pelas mínimas dimensões do mostrador.

Por tudo isso, o melhor compromisso está no 206: instrumentos bem legíveis, agradável iluminação alaranjada e funções exclusivas, como medição de nível de óleo ao ligar o motor e indicação da quilometragem que falta até a próxima revisão. Novidade no Gol é o alerta de excesso de velocidade, programável pela alavanca à esquerda do volante, em que uma sineta (muito irritante) avisa que se excedeu o limite pré-selecionado.

Além do ótimo volante, o Gol 2003 ganhou mostradores claros, mas que à noite parecem
os mesmos de fundo preto já conhecidos; a iluminação não contribui para a leitura

O controle elétrico dos vidros do VW é dos melhores, com função um-toque para todas as janelas, sensor antiesmagamento e temporizador, além de fechamento ao ativar o alarme, que possui sensor de ultra-som. Nada disso existe no Peugeot e no Ford, mas este último tem os botões (apenas dos vidros dianteiros) nas portas, melhor local que no painel ou no console. Incompreensível no 206 é a ventilação só funcionar com o motor ligado, um estorvo ao permanecer no carro estacionado sob chuva, por exemplo.

O novo Fiesta pode ter as portas travadas a distância, o que ainda não chegou à antiga geração (e ao Ka). Mas esse comando deveria ser sinalizado pelas luzes de direção (como no Gol, que adiciona uma inconveniente buzina, e no 206) e não pelas de posição, pois não será visto se estas estiverem acesas. Bom nos três modelos, sobretudo no Ford, é o espaço para objetos. Todos podem receber rádio/toca-CDs, de qualidade apenas regular e com botões pequenos. O 206 só possui alto-falantes dianteiros, deixando o som fraquíssimo em graves.

O interior do 206 continua atraente aos olhos; o painel tem a melhor iluminação,
alaranjada, e inclui indicações de nível de óleo (na foto) e prazo de revisão

O Gol é superior em detalhes como travamento automático das portas ao rodar (mas deveriam poder ser abertas por dentro mesmo travadas), maçanetas internas cromadas (fácil localização à noite), luzes de leitura dianteiras, ajuste elétrico dos retrovisores, pára-sóis com espelhos iluminados, acendedor de cigarros e tomada de energia 12V à parte (só acendedor no 206, só a tomada no Fiesta), pára-brisa com faixa degradê e a buzina mais agradável.

No 206 agradam o alerta de portas mal fechadas (por mensagens escritas no mostrador do rádio), as três alças de teto (só a dianteira no Gol e nenhuma no Fiesta!), o comutador de farol alto/baixo (apenas de puxar e que não permite que seja aceso já em facho alto), o porta-luvas muito amplo e com tampa revestida. Como o VW, possui luz interna temporizada e acionada também pelas portas traseiras, que falta ao Ford. Boa notícia é que a buzina passou da alavanca à esquerda do volante para sua almofada central, como os brasileiros estão habituados -- mas poderia ser menos dura. Continua