O motor 1,4 tem ótimo torque para o baixo peso do Celta, deixando-o ágil
em qualquer situação; pneus 165/70 agora são de série
O Zetec Rocam de 66 cv é modesto para o pesado Fiesta, que acelera com
lentidão, mas tem suspensão mais acertada; os faróis do brasileiro são
de refletor único |
Este só pode receber o equipamento em
concessionária, a um preço exorbitante (cerca de R$ 2.800 pela cotação
realizada pelo BCWS).
Trata-se de estratégia da GM para simplificar a produção em Gravataí e
reduzir custos, da
mesma forma que as ausências iniciais de ar-condicionado, versão de
cinco portas e uma segunda versão de motor — que acabaram mudando por
exigência do mercado — ou a oferta de poucas cores.
Seria compreensível
se o consumidor fosse o beneficiado por essa operação enxuta, via menor
preço, mas o Celta surgiu custando pouco menos que o Corsa Wind da
época, que era feito em São José dos Campos, SP pelos métodos
tradicionais e tinha melhor acabamento.
De resto há equilíbrio entre os dois carros, que têm freios eficientes
(o Celta 1,4 traz discos ventilados à frente), boa visibilidade (pouco
pior no Fiesta pelas colunas dianteiras avançadas) e faróis de
superfície complexa, embora com
refletor único. Faltam ao Ford refletores traseiros em posição baixa, no
pára-choque, como no original europeu — os atuais estão acima do facho
de luz de outros veículos. E nenhum traz luz posterior de neblina ou
repetidores de luzes de direção nos pára-lamas.
Um ponto que requer urgente correção pela GM, acompanhada de convocação
dos modelos 2003 e 2004 já vendidos, são as luzes externas que não se
acendem sem a ignição ligada. Em busca de solução barata para um antigo
inconveniente — a facilidade com que se esqueciam as luzes acesas ao
sair, pela falta de uma sineta de aviso, podendo descarregar a bateria
—, acabou criando outro.
É que no art. 40 inciso VII o Código de Trânsito Brasileiro exige manter
as luzes ligadas ao parar o veículo para embarque e desembarque de
passageiros ou carga e descarga de mercadorias. Piora a situação o fato
de a quinta porta só se abrir com a chave, a exemplo do Ford. Espera a
GM que o motorista carregue a reserva no bolso para essas situações?
Em termos de segurança passiva, nenhum
deles oferece bolsas infláveis. Os cintos traseiros convencionais do
Fiesta requerem ajuste ao corpo e desestimulam o uso — um problema sério
em um país onde já são tão pouco utilizados —, além de ficarem soltos
pelo carro quando fora de utilização. Esse inconveniente ocorre também
no Celta de três portas, mas não no de cinco, em que os cintos retráteis
são de série. Dois encostos de cabeça no banco traseiro equipam ambos,
como exige a legislação para novos projetos desde 1999.
Continua
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