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À parte o estepe externo, o EcoSport não precisa de acessórios para ter jeito de fora-de-estrada: as linhas de jipe compacto são um de seus maiores atrativos

Dos faróis de longo alcance aos estribos, passando por barras no teto que assobiam com o vento, o CrossFox ganhou um "banho de loja" para disfarçar sua origem

Concepção e estilo

Na origem dos dois está um hatch de pequeno porte. O CrossFox é naturalmente uma versão do Fox, por sua vez baseado na mesma plataforma do Polo, enquanto o EcoSport deriva da atual geração do Fiesta. A VW desenvolveu seu carro no Brasil; já a Ford trabalhou aqui sobre o desenho básico do Fusion, modelo europeu que fica a meio caminho entre um utilitário esporte e uma minivan.

O estilo algo inexpressivo do Fox ficou interessante com os acessórios desta versão, como estribos, estepe exposto na traseira, barras transversais no teto e barra de impulsão no pára-choque dianteiro. Não se tornou intimidador, mas simpático e diferente. Embora não tenha esses adereços — salvo o estepe externo —, o Eco agrada plenamente com suas formas robustas e bem proporcionadas. O desenho da carroceria em si é mais harmonioso que o do Cross, que parece uma minivan.

A Ford omite o coeficiente aerodinâmico (Cx) e a área frontal do Eco, que devem ser pouco piores que os do Fiesta (Cx 0,36). O CrossFox repete este valor de coeficiente, ficando para trás do Fox convencional (0,34). São resultados pouco favoráveis, mas que estão longe das prioridades desse público.

Conforto e conveniência

A não ser pelo revestimento dos bancos em couro (que no CrossFox usa dois tons e traz estampado nos encostos dianteiros o desenho de uma raposa em movimento, também visto na tampa traseira), os interiores transmitem uma impressão incompatível com o preço dos carros: plásticos de aspecto pobre, desenhos pouco inspirados, escassez de detalhes de conveniência. O VW ao menos revela melhor qualidade de montagem — ponto crítico dos Fords fabricados em Camaçari, BA —, mas seus painéis de portas bem poderiam não vir 100% em plástico.

Qualquer que seja a posição escolhida pelo ajuste de altura do banco, o fato é que o motorista senta-se elevado nos dois, uma característica apreciada por alguns (sobretudo mulheres). O Cross tem volante regulável em altura e profundidade e bancos mais cômodos; os do Eco são muito curtos, apóiam mal as pernas e, com laterais pouco pronunciadas, não retêm o corpo nas curvas. Ainda, o volante do VW é excelente, com aro grosso — até demais para mãos menores — e pega agradável, diante do de plástico rígido do Ford. Mas o revestimento em couro do primeiro não deveria deixar partes sem cobertura. Continua