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Comparativo Completo
Simulação de desempenho
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Com um eficiente motor 1,6-litro que supera o 1,8 do Siena em potência, era grande a expectativa pelos números do Fiesta na Simulação de Desempenho desenvolvida para o BCWS pelo consultor Iran Cartaxo. Mas os resultados não foram tão animadores.

O carro da Ford perdeu em todos os itens desse quesito por uma margem expressiva, como ao acelerar de 0 a 100 km/h em 12,4 segundos, ante 10,6 do modelo da Fiat (com álcool), e ao ficar em 177 km/h de máxima, bem atrás dos 190 do concorrente. Quais as razões?

Em primeiro lugar, torque: com 2,6 m.kgf adicionais no ponto máximo, que ocorre bem mais cedo (compare as curvas nas figuras acima), o Siena mostra-se mais disposto em médios regimes, que influem na aceleração a cada troca de marcha. Em segundo, aerodinâmica (decisiva em velocidade final): tanto seu Cx quanto sua área frontal são melhores.
Outros fatores que favorecem o Fiat: menos 48 kg de peso e um melhor acerto de câmbio com vistas ao desempenho. Com álcool, a máxima é atingida apenas 100 rpm abaixo da rotação de maior potência, enquanto o Ford fica 550 giros aquém do ideal. Um encurtamento de 8% da relação final melhoraria esse aspecto, mas seria inconveniente dos pontos de vista de consumo e nível de ruído.

E por falar em economia, o Fiesta saiu-se melhor com a combinação de menor cilindrada e maior taxa de compressão. Rodou mais por litro em todas as condições simuladas, exceto uma: a 120 km/h constantes, onde houve empate. A culpa, novamente, é da aerodinâmica, que começa a ter influência importante nessa velocidade.

Nota-se que o Siena piorou bastante em consumo neste comparativo em relação ao anterior, por causa dos novos ciclos adotados desde setembro.
   Siena Fiesta
   gas. álc. gas. álc.
Velocidade máxima 186 km/h 190 km/h 173 km/h 177 km/h
Regime à veloc. máxima (5a.) 5.275 rpm 5.400 rpm 4.850 rpm 4.950 rpm
Regime a 120 km/h (5a.) 3.400 rpm 3.350 rpm
Potência consumida a 120 km/h 29 cv 33 cv
Aceleração de 0 a 100 km/h 11,0 s 10,6 s 13,2 s 12,4 s
Aceleração de 0 a 400 metros 17,5 s 17,2 s 18,9 s 18,5 s
Aceleração de 0 a 1.000 metros 32,5 s 31,7 s 34,3 s 33,6 s
Retomada 80 a 120 km/h em 5a. 13,5 s 12,8 s 19,8 s 18 s
Retomada 60 a 100 km/h em 4a. 8,9 s 8,3 s 12,5 s 12,6 s
Consumo em cidade 8,4 km/l 5,9 km/l 9,3 km/l 6,7 km/l
Consumo em estrada 11,9 km/l 8,5 km/l 12,8 km/l 9,3 km/l
Consumo a 60 km/h constantes 13,4 km/l 8,9 km/l 15 km/l 9,9 km/l
Consumo a 80 km/h constantes 12,3 km/l 8,1 km/l 13,4 km/l 8,8 km/l
Consumo a 100 km/h constantes 11,2 km/l 7,4 km/l 11,8 km/l 7,8 km/l
Consumo a 120 km/h constantes 10,2 km/l 6,8 km/l 10,2 km/l 6,8 km/l
Observação: o BCWS adotou novos ciclos de simulação de consumo, de modo que os resultados aqui publicados não devem ser comparados aos publicados em avaliações até agosto de 2004
Saiba como funciona o simulador de desempenho e conheça os novos ciclos de consumo
Comentário técnico
> A Ford foi a última das quatro grandes marcas a colocar no mercado seu motor flexível em combustível, mas teve um mérito: desenvolveu o seu com a maior taxa de compressão, 12,3:1, típica de motores a álcool e por isso mais eficiente com o uso desse combustível. Outros modelos do tipo usam taxas mais adequadas à gasolina (como a de 10,5:1 do Siena ou a de 9,7:1 do novo Clio Hi-Flex) ou ficam no meio-termo, caso do motor 2,0-litros da GM e sua taxa de 11,3:1.

> A elevada compressão poderia fazer o Fiesta detonar com o uso de gasolina, mas a Ford tomou uma medida auxiliar para evitar esse perigoso fenômeno: a válvula termostática eletrônica, que mantém o motor 6°C mais frio com o uso desse combustível. A menor temperatura de trabalho
reduz o rendimento, mas afasta o risco de detonação — que, de qualquer modo, será percebida pelo sensor caso venha a ocorrer. Embora não tenha sido avaliado na situação mais crítica de pressão ambiental, ao nível do mar, o Sedan em nenhum momento detonou enquanto usava gasolina na avaliação.

> O motor do Fiesta tem ainda outras três vantagens: acionamento de válvulas por alavanca roletada, que se reflete em melhor desempenho; movimentação do comando de válvulas por meio de corrente, mais robusta que a correia de borracha do Siena (e da maioria dos motores atuais); e relação r/l correta, 0,293. No modelo da Fiat, como se sabe, o uso de bielas curtas demais prejudicou esse fator (que foi para 0,339, dos piores do mercado) e com isso a suavidade de funcionamento do motor.

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