

Classic: sem alterações de
monta desde 1995, um sedã com desenho simpático, mas que já se desgastou


Siena: o estilo da terceira
série, agora aplicado ao Fire, tem um ar mais moderno e refinado que o
dos outros


Logan: linhas retas e sem
muita inspiração em um carro recente, mas que parece ter surgido nos
anos 80 |
Concepção e
estilo
O Logan surgiu em junho
de 2004 na Romênia pelas mãos da Dacia, marca local controlada pela
Renault desde 1999, e logo chegou ao mercado europeu desenvolvido. É
produzido também na Rússia, Marrocos, Colômbia, Irã, Índia e agora no
Brasil. Já os outros são nossos velhos conhecidos. O Classic apareceu no
fim de 1995 como Corsa Sedan, uma derivação brasileira do hatch de
segunda geração lançado aqui no ano anterior (e em 1993 na Europa;
leia história). O sucesso do sedã
levou a GM a sua continuidade depois do lançamento do terceiro Corsa por
aqui, em 2002.
O Siena foi lançado em 1997, com base no Palio do ano anterior — um
projeto da Fiat só para países emergentes —, e já passou por duas
reestilizações (nos anos-modelo 2001 e 2005) que não alteraram a seção
central da carroceria (leia história).
O Fire recebeu há pouco o desenho externo das demais versões, mas elas
não demoram a mudar de novo. E conserva o interior correspondente à
série 2001-2004.
Temos, portanto, um carro separado dos outros por uma década, mas... não
é o que parece quando se olha para eles. O Logan tem um ar antiquado,
que remete ao 19 da própria Renault (de 1988) e a outros modelos dos
anos 80. Já o Siena tem um aspecto atual, com destaque para a bonita
frente. E o Classic, mesmo desgastado por tanto tempo e pelo volume
presente nas ruas, mantém linhas simpáticas e a característica Opel — a
GM alemã — de desenhos que demoram a envelhecer. Um detalhe interessante
é a posição das rodas traseiras em relação à carroceria, bem recuada no
Logan (por isso o entreeixos bem mais longo), avançada no Siena e
intermediária no Classic.
O coeficiente aerodinâmico (Cx) do Renault
é típico de outros tempos, 0,36, e ainda prejudicado pela área frontal
cerca de 15% maior que a dos demais. Os outros fabricantes não informam
o coeficiente, mas o do antigo Corsa cinco-portas era 0,34, e o do
primeiro Palio, 0,33, sendo possível que os sedãs consigam resultado
pouco melhor que os hatches de que derivam.
Conforto
e conveniência
Como se espera de um
carro projetado para ser antes de tudo barato, o interior do Logan não
impressiona pelo aspecto: painel de desenho simples, plásticos duros,
revestimento dos bancos em tecido áspero, parte traseira e laterais em
vinil. Mas está dentro dos padrões da categoria, pois os concorrentes
não o superam nesses quesitos — apenas o Siena no acabamento frontal dos
assentos, mais suave. No Classic chega a incomodar o uso do mesmo painel
desde o primeiro Corsa, o que dá a sensação de carro velho
zero-quilômetro.
O motorista do Renault tem posição confortável, com banco bem desenhado
e ajustável em altura, pedais e volante em disposição correta. No Siena
a altura é fixa, o que a Fiat tenta compensar com um ajuste longitudinal
que eleva o assento quando regulado mais à frente. Só que em algumas
posições o banco assume uma inclinação que não combina com o intenso
apoio lombar; além disso, o ajuste do encosto por alavanca em pontos
pré-definidos não é ideal. Mas nada disso se compara ao desconforto do
Classic, que tem os pedais mais à direita, o volante enviesado para o
mesmo lado, o encosto mole demais e a caixa de roda obstruindo o espaço
da perna esquerda quando fora da embreagem, além de ser o mais apertado dos três.
Continua
|