O desenho moderno, quase
futurista do Civic fica ainda mais atraente nesta versão, que recebe
rodas de 17 pol, aerofólio traseiro e grade na cor da carroceria
A frente agradou, a traseira
nem tanto, e o Golf não esconde a idade ao lado do concorrente; o GTI
traz faróis e lanternas escuros, defletor e rodas de 17 pol |
Concepção e
estilo
Os dois modelos têm
idade próxima, seja aqui ou no exterior. O Civic foi lançado em 1972 no
Japão (leia história) e
desembarcou no Brasil 20 anos depois por importação oficial, para em
1997 se nacionalizar. A atual geração — oitava — surgiu lá fora em 2005
e em seis meses passou a sair de Sumaré, SP, uma agilidade digna de
elogios e que tem faltado a várias outras marcas no País. A versão Si
existe desde a década passada, mas o antecessor mais conhecido do novo
esportivo é o Civic VTi, um hatch de 1,6 litro e 160 cv que deixou de
ser importado em 1997.
O Golf apareceu na Europa em 1974 (leia
história), como passo importante da modernização técnica da VW, e —
coincidência — também levou 20 anos para vir ao Brasil, tendo começado
justamente pelo GTI trazido do México. A quarta geração passou a ser
fabricada em São José dos Pinhais, PR em 1998 e assim continua no
Brasil, enquanto os europeus têm desde 2003 o quinto Golf. A tradição do
esportivo vem desde 1976 na Alemanha, onde ele é considerado o pioneiro
dos hot hatches. Este ano o modelo nacional ganhou uma reestilização
parcial (frente e traseira) sem similar no mercado mundial.
Mesmo com as mudanças, o Golf expõe claramente sua idade ao lado do
Civic. É todo mais retilíneo, em especial a cabine, enquanto o oponente
segue linhas fluidas e chega a ter um ar futurista. Os dois contam com
elementos próprios nestas versões: rodas de 17 pol (opcionais no VW),
aerofólio ou defletor traseiro, grade na cor da carroceria (Si), faróis
e lanternas com máscaras pretas (GTI) e vários adesivos e logotipos,
para que não reste dúvida sobre se tratar dos esportivos.
O coeficiente aerodinâmico (Cx) do Civic é
0,29, melhor que o 0,31 do Golf, ambos referentes às versões comuns e
que podem ser piores nos esportivos, por causa dos pneus mais largos.
Como a área frontal é quase a mesma, o resultado favorece o modelo da
Honda.
Conforto
e conveniência
A diferença de idade
aparece bem mais nos interiores, até porque a VW deixou esta parte de
lado ao reestilizar o Golf. Na verdade, mesmo que se tratasse da nova
geração européia, ele ainda pareceria antigo ao lado do Civic, que
aposta em um desenho futurista e sem similar no mercado: painel digital
em dois níveis, volante de formato irregular, alavanca do freio de
estacionamento em estilo original.
O Si traz bancos dianteiros com amplo apoio lateral e revestimento em
dois materiais (um tecido suave e Alcântara, espécie de camurça), com a
sigla da versão nos encostos. O resultado é ótimo tanto em
aparência quanto em acomodação. O mesmo se aplica ao GTI com os bancos
de couro opcionais: são usados dois tons, bege e preto, e este deixa à
mostra a cor alaranjada nos furos e costuras. A VW merece
elogios por sair do manjado tom preto com uma solução de bom gosto, que
valoriza o ambiente interno.
Os dois acomodam bem o motorista, com ajustes de altura e profundidade
do volante, de altura do banco — também de apoio lombar nos bancos dianteiros
do VW — e correto apoio ao pé esquerdo.
Os volantes de três raios e revestidos em couro são muito bons em
diâmetro (menor no Civic) e empunhadura, tendo o Golf a base achatada, o
que facilita a entrada e saída do condutor.
Pedais com cobertura metálica esportiva equipam os dois modelos, mas o
VW deveria ter menor curso de embreagem.
Continua
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