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Dois botões no console do C5 ajustam a altura da suspensão em quatro níveis, três deles limitados a baixas velocidades; as esferas preenchidas por gás e fluido cuidam dessa variação e também da firmeza da suspensão, que pode ser selecionada entre normal e esporte pelo botão no centro
Comentário técnico
> Os três motores vêm de famílias conhecidas, que não são a última palavra, mas têm características atuais. O Duratec 25 agora adotado no Fusion é uma versão ampliada em cilindrada (tanto pelo diâmetro dos cilindros quanto pelo curso dos pistões) do Duratec 23, usado no modelo até 2009 e derivado da unidade de 2,0 litros do Focus e do EcoSport. Um projeto de origem Mazda, o motor fabricado em Chihuahua, no México tem bloco de alumínio (mais leve e com melhor dissipação de calor que o de ferro fundido), variação de tempo de abertura das válvulas e coletor de admissão de geometria variável.

O C5 mantém o propulsor EW10 da primeira geração, com bloco de ferro fundido, empregado pelo grupo PSA desde 1998 em vários modelos. A versão atual conta com variação de tempo de válvulas, já presente no C5 anterior desde 2005, quando houve aumento de potência de 138 para 143 cv.

No Accord, uma curiosidade: o motor básico nos Estados Unidos (onde o carro é fabricado) é o K24Z2 de 2,4 litros, parte da linha K lançada em 2000 com 2,0 litros. Contudo, para enquadrar o modelo em faixa com menor tributação, a Honda o traz ao Brasil com o R20A3 de 2,0 litros, membro da gama R que inclui o 1,8 do Civic. Ao contrário do K, o R tem curso de pistões (96,9 mm) bem maior que o diâmetro de cilindros (81 mm; no motor antigo, 86 x 86 mm) e comando de válvulas único para admissão e escapamento, mas ambos contam com bloco de alumínio.

Na linha R, o comando variável I-VTEC atua no tempo e no levantamento das válvulas (portanto, mais elaborado que o variador só de tempo usado pelos concorrentes) e retarda o fechamento de uma válvula de admissão de cada cilindro em condições de baixa demanda de potência, como abaixo de 3.500 rpm sem que o acelerador esteja todo aberto.
O objetivo é simular um motor de menor cilindrada, o que reduz as perdas por bombeamento (ao levar a borboleta de aceleração a se abrir mais) e aumenta a eficiência, mesmo princípio do método carga. Fora dessas condições, as válvulas de admissão abrem e fecham em simultâneo e o motor opera de forma convencional. Sua potência específica é a mais alta do grupo, 78,1 cv/l, ante 71,6 do C5 e 69,5 do Fusion.

> Os três modelos usam os mesmos conceitos de suspensão: dianteira por braços sobrepostos e traseira multibraço, ambas independentes. No caso do C5 houve evolução no novo modelo, pois o antigo usava McPherson à frente e braço arrastado atrás (saiba mais sobre os diversos tipos). O que os diferencia — além da calibração, claro — é o emprego do sistema hidropneumático dotado de controle eletrônico no C5, que substitui as molas helicoidais (usadas nos concorrentes e, na Europa, também no Citroën sem a suspensão opcional) por esferas preenchidas por gás e fluido e conta com gerenciamento eletrônico.

O sistema reduz ligeiramente a altura de rodagem ao se atingir 110 km/h, para menor sustentação aerodinâmica e melhor comportamento. O motorista pode selecionar pelos botões do console quatro alturas de rodagem: a normal; uma bem mais baixa, destinada à manutenção do sistema e para facilitar o carregamento do porta-malas, para uso só com o carro parado pois não há curso para absorver irregularidades; uma mais alta que a normal, para transpor lombadas ou trechos irregulares a até 40 km/h; e uma ainda mais alta, com vão livre maior que o de muitos jipes, ideal para uma lombada extrema ou uma rampa de garagem muito severa e que só atua até 10 km/h. Quando se atingem as velocidades mencionadas, a suspensão gradualmente retoma a posição normal ou uma mais próxima dela, tudo indicado no mostrador central do painel.
O Ford (acima à direita) e o Accord (ao lado) usam bloco de alumínio; só o Honda traz variação para tempo e também levantamento de válvulas, o que lhe dá a maior potência específica, mas sem vantagem em torque; no C5 (acima à esquerda) o motor mantém o bloco de ferro fundido  

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