Siena: painel já antigo,
marcador de combustível difícil de consultar
Fiesta: bem-vinda reforma
interna, difusores de ar altos e de forma ideal
207 Passion: aspecto novo e
superior para o painel aproveitado do 206
Symbol: muitos componentes do
Clio e, afinal, espaço para objetos
Voyage: interior simples e
funcionais, alguns detalhes de bom gosto |
Conforto
e conveniência
O ambiente interno é
contemporâneo nos cinco, pois os dois modelos mais antigos já tiveram
reformulações nesta área. Há certo equilíbrio em termos de desenho dos
elementos e na qualidade apenas mediana dos materiais plásticos. Já em
revestimento de bancos, Symbol, Siena e o Fiesta com opcionais
impressionam melhor, pelo tecido aveludado em vez do mais áspero dos
oponentes (o Ford inclui seções laterais em couro). No Passion há certa
dissonância entre o perfil comportado do sedã e a esportividade dos
pedais.
O motorista acomoda-se bem em todos, com posição adequada entre pedais,
volante e banco, além de ajuste de altura para estes últimos — no Voyage
também se regula a distância do volante. Essa disposição poderia ser
melhor no 207, em que o volante está mais distante do corpo que nos
demais, mas seu banco dotado de amplos apoios laterais é conveniente em
curvas rápidas. No Fiesta o assento é menor e mais plano que o
desejável; no Siena o local para o pé esquerdo fora da embreagem deixa a
desejar e o ajuste de altura é difícil com a porta fechada.
São as mesmas as informações dos cinco painéis de instrumentos, que
oferecem fácil leitura e incluem computador de bordo, exceto o do Fiesta
(é opcional no Voyage). O do 207 deveria indicar consumo em km/l em vez
do padrão europeu de litros por 100 km. Já no Siena seria melhor ter
marcador de combustível analógico, como acontecia até 2007, e não o
pequeno mostrador digital hoje usado na versão ELX — curioso é que o
termômetro do motor, menos consultado, é analógico. No Fiesta o fundo é claro
e escurece sob baixa luz ambiente, uma boa medida. A
iluminação vem em azul e vermelho no Voyage, verde no Fiesta e laranja
no Symbol, Siena e 207.
O controle elétrico dos vidros de Fiesta e Voyage é completo, com
função um-toque e
sensor antiesmagamento para todos, além
de temporizador, sempre com teclas nas
portas (no VW a repetição dos comandos traseiros está no painel). No
207, no Symbol e no Siena há um-toque só para o vidro do motorista (os
demais no Fiat descem dessa forma, mas não sobem) e falta temporizador
aos dois últimos modelos. Os comandos de trás do Symbol e todos os do
Peugeot estão no console, o que é crítico no caso dos traseiros, pois
ficam longe das mãos. Só VW e Ford permitem abrir e fechar vidros pelo
controle remoto.
Todos podem receber rádio/toca-CDs e, à exceção do Passion, com leitura
de MP3 — falha inaceitável nesses dias de
música digital. Fiesta, Siena e Voyage contam com conexão para MP3
portátil e interface Bluetooth para
celular, mas a qualidade de áudio é apenas regular em qualquer um deles
e ruim em especial no Fiat. Todos têm comando a distância da trava das
portas, mas só no Symbol a do motorista se destrava em separado, medida
de segurança. Se ele e o 207 trazem interruptor de travamento central,
falta ao Renault alarme com proteção por ultra-som, disponível nos
demais. O espaço para pequenos objetos é adequado nos cinco (melhorou no
Renault em comparação ao Clio, que era crítico nesse aspecto) e o Siena
traz porta-óculos no teto — em plástico de péssima qualidade, porém.
Os dois franceses são os únicos a ter controle automático de temperatura
do ar-condicionado, mas o sistema de ventilação da Renault deveria ter
modo mais prático de ativação: o único botão que o liga é o "auto", que
de imediato aciona o ar-condicionado, mesmo que não seja desejado nem
tenha sido usado pela última vez. De todos, só Siena e Fiesta não
informam a temperatura externa. O 207 traz ainda o conveniente
acionamento automático de faróis e limpador de para-brisa, enquanto o
Siena é o único a oferecer sensores
auxiliares de estacionamento na traseira como opção de fábrica.
Outros detalhes mostram vantagem para um ou outro. Symbol e 207 indicam
se o nível de óleo está correto ao ligar a ignição, dispensando a
verificação por vareta. Para-sóis com espelhos iluminados equipam só o
Voyage; acendedor de cigarros, Symbol e Fiesta; portinhola do tanque com
comando interno e apoio de braço para o motorista, apenas o Siena;
alerta programável para excesso de velocidade, só Fiat e VW. Indicação
específica de porta mal fechada é restrita ao 207 (há uma geral no
Siena; já em Fiesta, 207 e Voyage a luz interna fica acesa nessa
condição). O comutador de farol dos dois franceses é melhor, do tipo só
de puxar e que impede acendê-lo já em facho alto. Luzes de leitura
dianteiras só não equipam Siena e 207; já as traseiras vêm apenas no Fiesta.
Só o Voyage não pode ter volante revestido de couro.
Merecem
correção: no Fiesta o intervalo no modo temporizado do limpador é longo
demais; no Voyage há chapa aparente em parte das portas traseiras; no
Symbol faltam o comando de uma só varrida do limpador de para-brisa e
espelho no para-sol esquerdo.
Continua
|