> Os dois motores são
unidades bem conhecidas no mercado. O Família I da GM, usado
pela Fiat, tem uma gama com versões de 1,0, 1,4, 1,6 e 1,8
litro, enquanto a série EA-111 da Volkswagen compreende unidades
de 1,0, 1,4 e 1,6 litro — a segunda usada aqui apenas pela
Kombi. Suas características de projeto são equivalentes, caso do
bloco de ferro fundido, das duas válvulas por cilindro e do
curso de pistões maior que o diâmetro de cilindros, e ambos usam
acionamento de válvulas por alavanca
roletada e controle eletrônico
de acelerador. A relação r/l
é bem melhor no Saveiro (0,314) que no Strada (0,339).
> Embora os motores atinjam potência e torque máximos em regimes
semelhantes, a VW optou por um
escalonamento de câmbio nitidamente mais aberto que o da
Fiat, com primeira e segunda marchas mais curtas e as demais
mais longas que as do concorrente — considerado sempre o efeito
final, que inclui diferencial e pneus. Isso explica a menor
agilidade do Saveiro quando se usam as marchas mais altas, a
ponto de sua velocidade máxima ser obtida em quarta marcha.
> O sistema Locker do Strada (veja ilustração ao lado),
desenvolvido em parceria com a Eaton, é um bloqueio para o
diferencial para uso fora-de-estrada em baixa velocidade. Ele
atua só até 20 km/h pelo uso do botão no painel, ou seja, não é
um diferencial autobloqueante.
Um sistema eletromagnético faz com que um anel, que vence uma
mola de retorno, trave juntas as planetárias que transmitem
potência às semi-árvores e estas, às rodas. Isso faz com que as
duas rodas girem juntas, eliminando o trabalho normal do
diferencial. Se uma delas estiver sem aderência, girando em
falso, o Locker faz com que a outra roda receba potência e possa
mover o picape. Para usar o sistema o carro precisa estar parado
e o motorista acionando o freio. A mensagem ELD On
aparece no painel. Para desligar, usa-se o botão ou basta passar
de 20 km/h. instrumentos.
> Há diferença expressiva entre as suspensões traseiras. O
Saveiro é fiel desde a primeira geração ao eixo de torção com
molas helicoidais, mesmo esquema do Gol, enquanto o Strada usa
eixo rígido com molas parabólicas longitudinais, típico de
utilitários (saiba mais sobre
suspensões). |
No caso da suspensão
dianteira, que é independente McPherson nos dois, o Fiat se
distingue pelos amortecedores Powershock, com tecnologia Magneti
Marelli-Cofap. São dotados de uma mola interna que aumenta sua
resistência à compressão, deixando-os mais firmes quanto mais
comprimidos eles estiverem. O principal objetivo é conter a
inclinação lateral da carroceria (rolagem) em curvas sem a
necessidade de um estabilizador muito grosso, que afetaria mais
o conforto quando apenas um lado da suspensão passasse por
oscilações.
> Detalhe que chama atenção é a pequena largura (tala) das rodas
para os pneus destas versões: 5,5 pol no Strada e 6 pol no
Saveiro para largura nominal de pneus de 205 mm, o que deixa a
relação entre essas medidas em 68% no Fiat e 74% no VW. Tal
proporção costuma variar de 70% a 90% em carros de rua e, quanto
maior o percentual, maior rigidez se consegue nos flancos
(laterais) dos pneus, o que aumenta a precisão de direção ao
custo de menor conforto de marcha. Se a relação do Saveiro é
apenas baixa, a do Strada sai do parâmetro habitual, o que pode
ter relação com o peso do conjunto roda-pneu, já que uma roda
mais larga se torna mais pesada. |