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Carros do Passado

Inovação sobre rodas   O modelo revolucionário foi lançado no Salão de Paris em 18 de abril de 1934. Eram 350 pessoas para ver um só Citroën modelo 7A, número que indicava (como nas versões seguintes e no futuro modelo pequeno 2CV) sua potência fiscal, a classificação adotada pela França para definição de impostos. A produção em série começava no dia seguinte. Com carroceria monobloco (conceito introduzido em 1922 pelo Lancia Lambda) em aço, toda soldada eletricamente, e quatro portas, o carro era muito baixo em relação a seus concorrentes.

Estrutura monobloco, suspensão dianteira independente, eixo traseiro de torção, freios hidráulicos: a mecânica do Traction Avant surpreendeu a década de 1930

O fato mais notável do Traction foi o veículo ter sido concebido, desenhado, construídos os protótipos, feito o desenvolvimento e ter passado à produção em apenas 18 meses. Tal recorde ainda não foi quebrado, mesmo com desenho e engenharia auxiliados por computador (CAD e CAE). Isso num mundo ainda em recessão seguida à quebra da Bolsa de Nova York em outubro de 1929. O carro tinha linhas bem fluidas e curvas, grade dianteira levemente inclinada para trás e, nela, o símbolo da empresa representado pelos dentes angulares, como dois "vês" invertidos. Os franceses o chamam de "Double Chevron".

O 7A causou sensação. Na publicidade anunciavam-se as novidades técnicas, tais como tração dianteira, motor flutuante, freios com acionamento hidráulico, suspensão independente nas rodas dianteiras, com barras de torção, e eixo de torção na traseira. A concepção totalmente nova garantia "maneabilidade, estabilidade e aderência inigualáveis". Ainda, o slogan de "carro integralmente aerodinâmico". Estava estampada em todos os jornais da capital e do interior da França.
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A única foto existente mostra o câmbio automático projetado no Brasil, que acabou sendo descartado por apresentar muitos problemas
Câmbio brasileiro
O avanço tecnológico que André Lefèbvre vislumbrava incluía uma caixa de marchas automática projetada por um brasileiro, o engenheiro Sensaud de Lavaud. Segundo a história, o câmbio (veja a única foto existente) teria sido produzido na Baixada Fluminense, em São João de Meriti.

Mas teria dado tantos problemas (como superaquecimento em estradas de serra) na fase de desenvolvimento do protótipo que Lefebvre desistiu de sua intenção. A publicidade já estava até pronta, dando conta da ausência da alavanca de marchas e só haver pedais de freio e acelerador. No painel, apenas algumas pequenas alavancas para comandar o câmbio.

por Bob Sharp

Casos da história
O Traction Avant foi o carro preferido da resistência francesa durante a ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial. Também foi muito usado pela Gestapo (polícia secreta alemã), gângsteres e outros bandidos de grande fama. Rápido e estável, era muito eficaz nas fugas. Na guerra foi muito apreciado pela facilidade em enfrentar terrenos acidentados e pela ótima estabilidade em curvas.

No Rio de Janeiro, em 7 de abril de 1952, o corpo do bancário Afrânio Arsênio de Lemos foi encontrado, com três tiros, dentro de um Citroën 11 Légère preto estacionado na ladeira do Sacopã, na Lagoa Rodrigo de Freitas. As suspeitas recaíam sobre o tenente da Aeronáutica Alberto Jorge Franco Bandeira, que era o proprietário do Citroën, por ciúmes de Marina Andrade Costa, que era uma estudante. Por falta de provas, o crime não foi esclarecido e prescreveu em dezembro de 1972.

Por 20 anos, o "caso do Sacopã" foi lembrado em jornais e revistas do país. E por conseqüência, o carro ficou muito conhecido e a marca muito famosa.

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