O V16 de 1938 tinha ângulo de 135° entre os cilindros, válvulas laterais, curso mais curto dos pistões e carburador Carter. Com 7,0 litros, sua potência era de 185 cv a 3.600 rpm. Como o original, era praticamente dois oito-cilindros com carburadores, distribuidores, bobinas, escapamento, bombas d'água e de óleo em duplicidade.

Mais uma vez, Harley Earl cuidara do estilo, Owen Nacker da engenharia. O entreeixos estava 33 cm mais curto que no projeto anterior, embora as carrocerias fossem tão grandes quanto antes ou mesmo maiores. Tinha grade mais rústica, faróis nos pára-lamas e saídas de ar nas laterais do capô e nas saias do pára-lamas. Pouco mudava em 1939: as soleiras das portas com friso cromado, o capô e as saias com lanças cromadas, novo painel, detalhes nos faróis e lanternas.

Em 1940 o V16 voltava sem novidades. Apenas 61 unidades foram comercializadas. Chegava ao fim uma era de motores excepcionais da marca que ainda seria referência em luxo por muitos anos. No ano seguinte os EUA entrariam na Segunda Guerra Mundial, que já arrasava a Europa. A Cadillac sobreviveria à Depressão, à guerra e viveria nova fase de bonança, mas apoiada apenas nas qualidades de seus motores V8. Motores de 16 cilindros não cabiam mais na realidade da época, mas haviam cumprido seu papel de abrilhantar ainda mais o ótimo conceito da empresa.

Atenta a seu futuro bem como às glórias passadas, a Cadillac sabe hoje que a ousadia de seus últimos e próximos modelos não dispensa a associação ao que ela fez de mais admirável em 100 anos de existência. Bem mais que o excesso estético dos rabos-de-peixe, o V16 simboliza o momento em que o lendário fabricante foi a referência em sofisticação e tecnologia para o mundo. Sem dúvida, não é por acaso que, em vez de um modelo de afiadas barbatanas e cromados em profusão, a Cadillac preferiu recriar o V16 num momento tão especial quanto 2002, o ano do centenário.

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