O Camaro também recebia o LS1 já em 1998, em versão de 320 cv. Apesar da inacreditável relação custo-desempenho desse modelo e do Firebird, sua quarta geração nunca vendeu bem e foi descontinuada em 2002, para profunda tristeza de uma legião de fãs. A nova família de small-blocks se espalhou ainda pela linha de picapes, sendo produzida aos milhares todos os dias em uma unidade muito automatizada no Canadá. Se o V8 original durou 42 anos, o novo talvez nos leve até 2040...

O Pontiac Grand Prix GXP: um V8 de 5,3 litros e 303 cv com tração dianteira e a curiosa solução de pneus mais largos nesse eixo que no traseiro

Jovem aos 50   Em 2005 o V8 Chevrolet de bloco pequeno comemora 50 anos de existência — e não poderia ser de melhor forma. Além de propelir com a extrema eficiência que lhe é peculiar os utilitários da GM, o small-block está voltando aos automóveis, que sempre foram sua melhor casa. E não só ao Corvette: uma nova evolução do V8, que a GM quer que chamemos de GEN IV, mas que na verdade trata-se apenas de um aperfeiçoamento do LS1, chama-se LS2. Lançado no Corvette C6, em 2004, tem 6,0 litros e nada menos que 400 cv.

Também se viu um pequeno V8 de alumínio derivado do LS2, com 5,3 litros (não é um 327, mas um 325) e 303 cv, ser montado transversalmente em carros de tração dianteira! O Impala SS e o Pontiac Grand Prix GXP são equipados de série com o motor, opcional em versões inferiores. O GXP mostra uma engenharia corajosa: tem pneus mais estreitos nas rodas traseiras, para melhorar o comportamento de um carro que coloca toda esta cavalaria nas dianteiras. Pelas avaliações da imprensa americana, parece pôr fim de uma vez aos temores de 300 cv na frente. Sobre o peso do V8 não há problemas: todo em alumínio, pequeno e leve como só um small-block GM pode ser, pesa menos que o V6 com compressor, bloco de ferro fundido e 230 cv que substituiu.

Até a divisão Cadillac, antes conservadora, beneficia-se da evolução do V8 Chevrolet: é a alma do sedã esportivo CTS-V, de 400 cv, que rivaliza com os mais picantes BMWs

Há ainda o Cadillac CTS-V, um dos melhores carros do renascimento da divisão, já chamado de BMW M5 americano, graças ao small-block de 5,7 litros e 400 cv. O cupê Pontiac GTO, importado da Holden australiana, oferece um LS2 (de início um LS1) de 400 cv e torra os pneus traseiros como se fosse dono da Goodyear. O picape/carro esporte SSR recebeu também um LS6 de 6,0 litros e 390 cv, para dar substância a toda aquela cara de mau. Até o utilitário esporte TrailBlazer, que nasceu para usar uma nova família de motores de quatro, cinco e seis cilindros em linha, resolveu se curvar à excelência do pequeno grande motor: um LS2 de 391 cv apareceu na versão SS, que finalmente substitui o GMC Typhoon dos anos 90 (V6 de 4,3 litros, biturbo, 280 cv).

Mas o melhor exemplo do que um Chevrolet de bloco pequeno pode fazer ainda está reservado ao Corvette. O recém-lançado Z06 já é um exemplo de engenharia bem feita antes mesmo de se analisar seu small-block: pesa quase o mesmo que um Corvette normal, mesmo com rodas, freios e suspensões necessários para seu maior desempenho, graças a uma estrutura exclusiva toda em alumínio. Esse V8 é o melhor e maior que já apareceu na série, com nada menos que 7,0 litros, ou o mítico valor de 427 pol³ (na verdade são 428 pol³, 7.008 cm³, mas o que é uma polegada entre amigos?). Conta com bielas de titânio, pistões forjados em alumínio e todo cuidado para manter as baixas perdas por fricção interna. Chamado de LS7, entrega 507 cv a 6.300rpm, a caminho da rotação máxima de 7.000 rpm. É, de bem longe, o mais potente de todos eles.

O LS7, motor do Corvette Z06 de sexta geração: um grande small-block de 7,0 litros e componentes leves, que desenvolve 505 cv e lhe dá um desempenho similar ao de carros muito mais caros

Em uma fábrica exclusiva para motores de baixa produção e alto desempenho, cada motor é montado por uma só pessoa — a primeira vez em que tanto cuidado é reservado a um propulsor na GM. O Z06 faz de 0 a 96 km/h em 3,5 segundos, completa o quarto-de-milha em 11,7 s (a 201 km/h) e chega a 320 km/h. Tal desempenho só pode ser superado por carros como o super-exótico Porsche Carrera GT, que por sinal pesa o mesmo que o Z06, apesar de seu monocoque de fibra de carbono, mas tem 100 cv a mais. Sem falar que custa seis vezes mais que o Corvette! O carro com desempenho comparável mais próximo em preço (Ford GT) ainda custa o dobro do Z06. E o mais incrível: a Chevrolet tem o único carro com esse patamar de desempenho que não tem que pagar a taxa de gas-guzzler (beberrão) nos EUA, pois obtém média de 11 km/l no ciclo rodoviário da EPA, a agência americana de proteção ambiental.

Com credenciais como essas, quem ainda acredita que comando no bloco, alto deslocamento e varetinhas comandando válvulas por meio de balancins estão ultrapassados? Se depender da GM e seu motor nascido há 50 anos, essa configuração eminentemente americana nunca vai morrer, para a alegria de diversas gerações de entusiastas.

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