O coração do touro   O motor do novo Lamborghini não poderia deixar ser V12, que já havia se tornado tão tradicional para a marca como o emblema do touro no capô. Para o protótipo do Countach fora desenvolvido um propulsor de 5,0 litros e duas válvulas por cilindro, evolução do famoso 4,0-litros utilizado em todos os modelos da marca, que gerava potência de 440 cv a 7.500 rpm e torque máximo de 49,8 m.kgf a 5.000 rpm. Mas Paolo Stanzani, que comandava o desenvolvimento do motor, tinha o desafio de construir um conjunto em posição longitudinal e não transversal como no Miura.

A abertura incomum das portas já estava presente no conceito LP 5000, mas o motor usado, de 5,0 litros e 440 cv, acabaria sendo descartado até a produção em série

Para isso o engenheiro "descolou" a caixa de cinco marchas, que ficava junto ao bloco do motor, e a instalou entre os bancos, deixando apenas o diferencial abaixo do bloco e ao lado do cárter. O diferencial recebia movimento por um pequeno cardã, que saía para trás a partir de uma pequena caixa do tipo transferência, comum nos carros de tração integral. Uma solução engenhosa, que chegaria a outro modelo, o Diablo.

Assim os engenheiros conseguiram uma boa distribuição de peso (44% à frente e 56% atrás), além de corresponder às exigências do projeto. Como havia recebido um motor de 5,0 litros em posição longitudinal, atrás do habitáculo, o esportivo era denominado Lamborghini Countach LP 5000, que significava longitudinale posteriore e a cilindrada de quase 5.000 cm³. Outras adaptações foram feitas para se adequar à estrutura desenhada por Gandini, como o deslocamento dos radiadores para as laterais e montagem dos seis carburadores – Weber 45 DCOE 96/97, duplos – em posição horizontal, ao lado do cabeçote. Tudo isso porque a tampa do motor ficava em um posição bastante baixa em relação às laterais, "achatando" o motor.

A foto do motor V12 revela um curioso arranjo: o câmbio foi "descolado" e reposicionado no túnel central entre os bancos

Seu desenho era extremamente ousado, com destaque para o pára-brisa, que seguia o ângulo do pequeno capô, dando a impressão de perfurar o ar, e os faróis escamoteáveis, montados atrás das luzes de direção e das unidades auxiliares. Na lateral o Countach trazia portas que se abriam para a frente, inspiradas no conceito Alfa Romeo Carabo, apresentado no Salão de Paris de 1968. Possuía grandes entradas de ar atrás das janelas laterais, que eram bipartidas, e pára-lamas traseiro de formato irregular. Continua

Para ler
Lamborghini Countach Super Profile – por Paul Clark; editora Haynes Publishing Group; 56 páginas. Publicado em 1986, quando o carro ainda estava em produção, traz uma boa história e a maior parte de fotos em preto e branco. Lamborghini Countach LP 500, LP 400 & LP 400 S – por Jean-Francois Marchet e Peter Coltrin; editora Osprey Publishing Ltd.; 136 páginas. Mais antigo (1981), abrange apenas os primeiros modelos da série do supercarro italiano. Lamborghini Countach - The Complete Story – por Peter Dron; editora Crowood Press; 192 páginas. Embora criticado por alguns por não ser tão completo quanto o título anuncia, traz um conteúdo razoável. Publicado em 1990.

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