O espaço interno era admirável, os passageiros do banco traseiro dispunham de ampla liberdade para as pernas. Como no Traction, os assoalhos eram totalmente planos. A posição do motor bem atrás do eixo dianteiro, contudo, obrigou a uma certa invasão do habitáculo, inviabilizando o banco dianteiro inteiriço para três ocupantes.

Frente longa e afilada, traseira curta, rodas posteriores encobertas em parte, teto em declínio para trás: muito diferente do que havia em 1955

As rodas traseiras eram parcialmente escondidas pelos pára-lamas e os indicadores de direção traseiros ficavam altos, nas colunas, solução hoje em voga. Mas a curta tampa do porta-malas permitia supor que seu volume não fosse dos maiores: apenas 270 litros. O aspecto geral do DS 19, com sua enorme frente, granjeou-lhe o apelido de "sapo" aqui e em alguns países.

Técnica avançada   O desenho inusitado era apenas uma antevisão das inovações técnicas que a Citroën havia preparado para o DS. Sua suspensão hidropneumática, criação do engenheiro autodidata Paul Magès, mantinha a altura livre do solo constante, não importasse o peso e posição da carga e dos passageiros. Oferecia três níveis de altura (controlados a partir de uma alavanca no assoalho), dos quais o mais baixo só poderia ser utilizado em estradas de piso bem uniforme.

A suspensão hidropneumática mantinha constante a altura do solo e permitia trocar pneus sem uso de macaco, bastando erguer o carro e calçar o veículo

O carro dispensava macaco para a troca de pneu. A suspensão hidropneumática tinha previsão de levantar ao máximo a carroceria, um calço que acompanhava o carro era colocado junto à roda a trocar, em seguida o carro era baixado e a roda ficava fora do chão. Além disso, dada a distribuição de peso predominantemente sobre a dianteira (70%), o veículo conseguia rodar sem a roda traseira oposta ao motorista, como demonstrado pela marca com grande repercussão. Continua

Lembranças e apetrechos
Na França, em especial, há muito objeto com o tema DS para ser comprado. São pinturas, fitas VHS, bonés, postais, chaveiros, camisetas, pôsteres, placas metálicas para afixar em paredes, relógios de paredes e até termômetros.
Eleição
Em recente edição especial da prestigiada revista Car britânica, intitulada The Coolest Cars, de abril de 2004, houve a eleição dos 100 carros mais interessantes para coleção do mundo. O DS ficou em 4º. lugar.
Na política
O DS serviu à presidência francesa enquanto de sua fabricação. Em agosto de 1962, o então presidente Charles De Gaulle seguia com a esposa num dos dois DS na Av. de la Libération, em Paris, quando sofreu um atentado. Seis balas atingiram o carro e ninguém se feriu. O automovel pôde se evadir rapidamente do local com um dos pneus traseiros furados, graças à capacidade de andar em três rodas (leia no texto principal). A cena foi muito bem recriada no ótimo filme O dia do chacal. Anos mais tarde foi criada uma versão limusine, exclusiva para De Gaulle, que depois serviu a George Pompidou.
Para ler
É vasta a literatura no assunto. Deve ser o carro francês que tem mais livros publicados, em várias línguas.

Citroën DS 19 en compétition - por Fabien Sabatès. Edição Nationale 7 de 1985. Recentemente foi reeditado. Na capa, uma bela foto com dois modelos vistos de frente numa prova de rali. Relata todas as competições do modelo. Do mesmo autor também há Les Prestigieuses Citroën, que trata das edições especiais do DS.

La DS Citroën - por D. Puiboube. Com 56 páginas, traz várias fotos em preto e branco. Conta toda a história do carro, desde os segredos de projeto, o lançamento em 1955 até o final da produção. Detalha todos os modelos de série, peruas, cupês e versões especiais. Ótimo livro para "citroenistas".
Citroën DS & ID 1955-1975 - por R. M. Clarke; editora Brooklands Books. Detalha com fotos, fichas e testes todos os modelos.

DS Citroën 1955-1975 -
por Roland Bhartes e J.F. Held. Com 100 páginas, conta também toda a história do famoso Citroën e a ruptura da indústria automobilística francesa com o convencional. Obra interessante.

L'Album de la DS - por Jacques Borgé e Nicolas Viasnoff. Boa obra da editora E.P.A. Lançado em 1983, foi reeditada em 1992.

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