A geração lançada em 1971 vinha só com carrocerias hardtop e o motor 455, que perdia potência como todo americano; este 1972 já trazia a grade mais baixa

A grade dianteira vinha mais baixa em 1972, para destacar os faróis. Um cupê com coluna central — o Limited Coupe — era inserido dois anos depois, à mesma época em que o Electra oferecia dois itens de segurança ainda em estágio primitivo: bolsas infláveis para motorista e passageiro e o controle de tração Max Trac. Sem sucesso, logo saíam de oferta. Em contrapartida, em 1975 todos os cupês vinham com coluna, restando apenas o sedã com o estilo hardtop. E que sedã: com 5,67 m de comprimento, era àquele tempo o carro mais longo da GM nessa configuração, superando até mesmo o Cadillac DeVille (o Fleetwood não vinha mais como hardtop de quatro portas desde 1964).

Menor e inexpressivo   O terceiro Electra, lançado em 1976, participava do processo geral de redução de tamanho (downsizing) dos carros americanos, embora continuasse um dos modelos mais amplos fabricados no país. O estilo era inexpressivo como na maioria dos automóveis daquela década nos EUA, em que as formas retilíneas por toda parte e os quatro faróis retangulares não conseguiam transmitir elegância. Além da extinção do V8 455, outros motores sinalizavam a necessidade de poupar combustível, tanto pela crise do petróleo deflagrada em 1973 quanto para atender aos limites estabelecidos pelo governo por meio do CAFE.

Menor e com motores mais econômicos, o Electra perdia imponência na terceira geração, de 1976 -- que teria até motor a diesel

Era o caso do Buick V8 de 350 pol³ (5,75 litros), uma unidade mais atual de bloco pequeno. Até o Oldsmobile V8 a diesel de mesma cilindrada — e de triste memória — foi incluído mais tarde. Uma reestilização chegava em 1979, com faróis ligeiramente inclinados e grade dianteira menor. Um ano depois ocorria uma troca de motores: no lugar do 350 ficavam o V8 de 305 pol³ (5,0 litros), da divisão-irmã Oldsmobile, e o V6 de 4,1 litros da própria Buick. O 350 a diesel permanecia. Já os ventiports usados desde 1960 eram abolidos, restando em seu lugar uma moldura cromada com pequenas depressões. Continua

Nas telas
O Electra fez participações em filmes famosos de gêneros bem distintos. O belo drama francês Les uns et les autres (Retratos da vida), de 1981, relata a saga de pessoas comuns, de nacionalidades diferentes, desde a Segunda Guerra Mundial. A direção é do competente Claude Lelouch. Traz famosos em seu elenco, como os franceses Robert Hossein e Nicole Garcia e os americanos Geraldine Chaplin e James Caan, além de Jorge Donn, bailarino de origem argentina que abre o filme dançando a bela música Bolero de Ravel. Num palco onde se está dançando balé, já no final do filme, um belo conversível Electra de 1961 na cor prata compõe a cena ao lado de um Cadillac. Excelente filme.

Shaft, o original de 1971, ficou muito famoso pela interpretação do detetive negro que impunha a lei em Nova York: John Shaft, vivido por Richard Roundtree, com trilha sonora de Isaac Hayes. Podemos ver estacionado em algumas cenas um Electra 225 de 1969 (acima), dourado com capota de vinil preta.

Em Operação França (The French connection), famoso policial de 1972 que ganhou cinco dos oito Oscars do ano, Gene Hackman brilha no papel do detetive durão Popeye. A trama policial se passa numa Nova York bem sombria. Há ótimas cenas de perseguição de carros envolvendo um Pontiac Le Mans e, numa delas, podemos ver um Electra de 1969.

Na ficção o Buick também esteve presente. Foi em O Exterminador do Futuro II - O julgamento final (Terminator 2 - Judgement day), de James Cameron, 1991. É interpretado pela segunda vez por Arnold Schwarzenegger, que desta vez era o herói e na maior parte do tempo pilota uma possante motocicleta. Em uma das cenas vê-se um Electra muito surrado atrás, à esquerda da moto.

Se meu Fusca falasse (The love bug), de 1968, com Dean Jones (Jim Douglas) e Michele Lee (Carole Bennett), famoso filme dos estúdios Disney, encantou adultos e crianças. Tem o Fusca como astro principal, mas aparecem vários carros famosos da década de 1960. Numa cena onde Michele dirige Herbie podemos ver, pelo vidro traseiro do Volkswagen, um cupê Electra amarelo claro estacionado à direita.

Nos seriados o grande americano também teve participação. A famosa série Kojak, que teve 115 episódios entre 1973 e 1978, foi produzida pela rede ABC americana e exibida aqui pela rede Globo. O protagonista Telly Savalas (tenente Theo Kojak) portava sempre um chapéu característico e um pirulito redondo. Seu carro de patrulha era um Buick Regal, mas em diversos episódios podemos ver um Electra azul 1974 de quatro portas (acima).

por Francis Castaings

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