Nas telas
Não há muito que discutir. Se existe um Thunderbird digno de Oscar nas telas de cinema, esse é o modelo 1956 branco que desfila pelas ruas da pequena cidade de Modesto, Califórnia, numa noite de verão de 1962 em Loucuras de verão (American Graffiti, 1973). Ao volante a bela Suzanne Somers, com cabelos loiros quase tão claros quanto o carro. Esse clássico da nostalgia, que foi o primeiro grande sucesso da carreira de George Lucas, conta a história de um grupo de amigos a um passo da vida adulta após o fim do segundo grau.

A tranqüilidade e romantismo dos anos pré-assassinato de Kennedy, a irresponsabilidade da juventude que não se quer abandonar, tudo combinava à perfeição com o prazer associado à primeira leva de T-Birds. O protagonista Kurt (Richard Dreyfuss) não consegue se aproximar da loira que tanto mexe com ele e parece alçada à condição de musa, outra excelente comparação ao status do clássico de quatro rodas que ela dirige. Grande filme, grande carro!

As mulheres estariam ao lado do carro-pássaro em outra marcante incursão pelas telas. Thelma & Louise (1991), de Ridley Scott, traz Susan Sarandon e Geena Davis como duas fugitivas a bordo de um conversível 1966, que aparece por muito tempo. Na cena final (abaixo), um hardtop com o teto cortado foi usado para salvar o conversível — na verdade vários carros foram usados nesta celebração feminista da liberdade.

Outras participações do T-Bird saciam a sede dos fãs de ver o carro, mas não com o destaque desses dois filmes. O aclamado cineasta francês Jean-Luc Godard rodou Acossado (À boute de souffle) em 1959 com Jean-Paul Belmondo, Jean Seberg e um roadster 1957 que aparece perto do fim. O filme tornou-se um ícone da Nouvelle Vague, movimento que propunha uma nova linguagem cinematográfica. A refilmagem americana de 1983, A força do amor (Breathless), de Jim McBride e com o belo casal Richard Geere e Valérie Kaprisky, tem o mesmo modelo.

No desconhecido T-Bird Gang, de 1959, um hardtop 1958 branco é a estrela de um enredo semelhante ao de American Graffiti. São jovens afortunados que terminaram o colégio há um ano e ainda não encontraram um rumo, mas podem dirigir um carro novinho desses para se divertirem. Mostra que o primeiro modelo de quatro lugares viu mais sucesso que detratores na época.

Em Os tiranos também amam (Diamond head, 1962), Charlton Heston faz um proprietário de terras no Havaí que quase destrói sua família por sua teimosia. Um conversível 1959 azul-claro é seu carro. Outro conversível azul um ano mais novo desfila em De volta à praia dos amores (Back to the beach, 1987), filme em que a dupla Frankie Avalon e Annette Funicello, agora com filhos adolescentes, reencontra a turma da praia como nos filmes de 20 anos antes.

A jovem estrela Hayley Mills interpreta gêmeas separadas na infância em O grande amor de nossas vidas (The parent trap, 1961), história refilmada recentemente e rebatizada no Brasil de Operação cupido. Brian Keith e Maureen O'Hara são os pais divorciados que as meninas tentam reunir. Ele é dono de outro popular conversível azul 1960. Em Who's that knocking at my door? (1968),

Martin Scorsese estréia como diretor e Harvey Keitel como ator cinematográfico. É a história de jovens ítalo-americanos crescendo em Nova York, em que um hardtop 1960 aparece até em ângulos de detalhe.

Na comédia Flubber – uma invenção desmiolada (Flubber, 1999), Robin Williams faz um professor desmemoriado que acidentalmente inventa uma borracha que voa — como o conversível 1963 vermelho com cobertura dos bancos traseiros do filme. Weekend em Palm Springs (Palm Springs weekend, 1963) mostra Robert Conrad levando o Sports Roadster 1963 do pai para Palm Springs e se envolvendo numa perseguição que arranha o carro. Ainda no elenco estão Troy Donahue e Stephanie Powers.

Em 007 contra Goldfinger (Goldfinger, 1964), terceiro filme de James Bond, um conversível branco novinho vem com acessórios que só um espião teria. No mesmo ano, Um amor de vizinho (Good neighbor Sam,1964), com Jack Lemmon e Romy Schneider, outro conversível do ano testa seus limites nas ruas de São Francisco. Laura Dern e Nicolas Cage fogem em um conversível negro 1965 no intenso Coração selvagem (Wild at heart, 1990).

Um hardtop Landau 1966 é o carro do mordomo ladrão interpretado por Dick Van Dyke em Fitzwilly (1967) ao lado da futura agente 99 da TV, Barbara Feldon. Já em Harper, o caçador de aventuras (Harper,1966), com Paul Newman e Lauren Bacall, Janet Leigh fica ainda mais atraente no Thunderbird conversível azul metálico daquele ano.

Matt Helm é um James Bond cômico em Matt Helm contra o mundo do crime (Murderers' row, 1966). Com Dean Martin e Ann-Margret, o filme tem um T-Bird hardtop Landau dourado do ano com apetrechos de espionagem e lanterna inteiriça traseira, que mostra palavras ditas num microfone dentro do carro.

Vidas sem rumo (The outsiders, 1983), de Francis Ford Coppola, traz um elenco de futuras estrelas como Tom Cruise e Patrick Swayze em conflitos juvenis. O conversível 1966 do filme é meio acabado, mas aparece bem. How high (2001) apresenta dois amigos — vividos pelos rappers Method Man e Redman —, suas trapaças na faculdade e um Landau 1967 duas-portas preto, que sofre um pouco nas mãos dos personagens.

Winning (1969), com Paul Newman, é a história de um piloto da 500 Milhas de Indianápolis, que dirige um cupê Thunderbird Landau 1969 quando não está correndo. O Ford volta à série 007 em 007 - Os diamantes são eternos (Diamonds are forever, 1971), em que o James Bond de Sean Connery é largado no deserto ao redor de Las Vegas. Essa aparição é na forma de um cupê Landau do ano.

Os registros cinematográficos de fãs geralmente param nessa geração, mas Tom Cruise ainda viveria um piloto da Nascar, onde vários modelos da virada dos anos 1980 para 1990 correm. O filme é Dias de trovão (Days of thunder, 1990). Por fim, mais um filme de James Bond, 007 - Um novo dia para morrer (Die another day, 2002) mostra o atual modelo em boas mãos, as de Halle Berry (acima). Mas é uma passagem-relâmpago de 11 segundos.

Na TV, o T-Bird mais famoso era o 1957 vermelho do detetive Dan Tanna, que Robert Urich interpretava em Vegas no final dos anos 1970.

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