



As versões 320i e 323i usavam
motor de seis cilindros em linha, que, apesar da potência moderada da
época, conquistava pela suavidade |
Vale a espera
A revista
norte-americana Popular Mechanics descrevia o 318i quando de seu
lançamento nos Estados Unidos, em 1983: "Não há partes aproveitadas do
anterior, com exceção de motor e transmissão básicos. Mesmo que a
carroceria pareça quase idêntica à do antigo 320i, todos os painéis são
novos. Contornos um pouco mais arredondados reduziram o
coeficiente aerodinâmico (Cx) para 0,38, o
que não é particularmente baixo para um novo sedã".
"Escondidas nessa carroceria estão novas suspensões. A dianteira
McPherson parece bastante convencional, mas foi desenhada para induzir
um leve subesterço em curvas rápidas.
Isso permite uma suspensão traseira independente com bem menor variação
de câmber que na anterior. O que
significa, pela primeira vez, que o pequeno BMW não tenta levantar a
roda traseira interna no meio de uma curva. Aleluia!", observava com bom
humor.
A versão de seis cilindros ainda estava por ser lançada na América, mas
a revista já se entusiasmava: "O Seis vale a espera? Bem, ele corta o
tempo de 0 a 60 mph [0 a 96 km/h] de 12 para 10,5 segundos, aumenta a
velocidade máxima de 160 para 193 km/h, preserva o consumo médio e deixa
o carro muito mais agradável de dirigir. O motor é astuciosamente suave,
como todos os seis-cilindros da BMW. O Quatro é ruidoso e limitado, como
a maioria dos quatro-cilindros abaixo de 2,0 litros. Sim, você pode
dizer que o Seis vale a espera".
Em um comparativo de outra revista, a Popular Science, com o
Merkur XR4Ti (versão do Ford Sierra para
os EUA) e o Pontiac Grand Am LE, o 318i mostrou vantagem em economia de
combustível e ganhou altas notas em aceleração, comportamento dinâmico e
visibilidade, mas foi criticado — como os oponentes — em conforto de
marcha e nível de ruído.
A revista definiu o BMW como "divertido, mesmo com o uso frequente do
câmbio. A embreagem é leve e a alavanca de marchas tem um toque
positivo, com engates precisos. (...) Os bancos de ajuste manual são
firmes, com espuma de alta densidade que parece dura demais no início.
Contudo, eles logo revelam intenso apoio que mantém o motorista
descansado mesmo depois de um longo percurso". O modelo, porém, foi o
mais lento nas provas de desempenho.
Na Inglaterra, a revista Car fazia a esperada comparação do 320i
ao Mercedes-Benz 190 E, o carro
que Stuttgart projetou para responder ao Série 3
— outros adversários no
mercado eram o compatriota Audi 80, os italianos
Alfa Romeo Alfetta e
Lancia Beta Trevi e o francês
Renault 18.
O BMW mostrou uma
agilidade que o deixaria "quente nos calcanhares do, aparentemente muito
mais forte, 525i de 150 cv" e acelerou mais rápido que o Mercedes, mas
consumiu mais combustível.
Sobre a estabilidade, a Car comparou: "O antigo 320i
comportava-se bem, mas, por causa de seus baixos limites de aderência e
da atitude 'ops, lá vai a traseira de novo', era um carro cansativo de
dirigir. O novo Três ainda não é exemplar, mas parece bem mais estável e
preciso, e não mais sai de traseira dramaticamente como seu antecessor.
O 320i permanece neutro por mais tempo que o 190 E e sua rolagem de
carroceria é menor, mas quando o BMW se deixa ir a traseira escapa um
tanto rapidamente e requer grande dose de correção".
Continua
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