Os faróis voltaram a ser circulares em 1984, exceto na versão mais barata; a Charleston (ao lado e abaixo) reverenciava os anos 20 com a pintura em vinho e preto

"Cocorico" em francês indica chegada, mas neste caso era um adeus

Em 1981 foram feitos três desenhos com o propósito de substituir o 2CV. A fábrica desejava cessar a produção em favor de algo mais condizente com os novos tempos — vale notar que um de seus contemporâneos, o VW, já passava à história. Um deles tinha duas portas e os outros quatro. Todos fugiam do padrão da categoria, como o próprio carrinho no ano de seu lançamento.

Três versões compunham a linha 1984: a Club, mais simples; a Spécial, intermediária; e a Charleston. A Club trazia faróis retangulares e as outras faróis circulares tradicionais, como os primeiros modelos. Todas tinham freios dianteiros a disco, pneus Michelin 125-15 e amortecedores hidráulicos. No ano seguinte chegava a versão Dolly, com três tons na carroceria — verde, vinho e vermelho nos pára-lamas e no teto de lona. A despedida não estava longe. Foi lançada a série Cocorico, que em francês pode ser uma saudação ao chegar, mas neste caso já anunciava um triste adeus. Na lateral havia, em escala monocromática, um tom de azul que terminava no fim do pára-lama traseiro em vermelho. O resto do carro era branco. Homenagem da Citroën à bandeira nacional.

Em 27 de julho de 1990, uma sexta-feira, o último 2CV — um modelo vermelho — deixou a linha de montagem em Levallois-Perret. Esta unidade fabril também seria desativada, mas ele permaneceria em linha em Portugal, na cidade de Mangualde, de onde saiu o último exemplar. Após mais de cinco milhões de exemplares e muito sucesso, esse fenômeno francês desapareceu das concessionárias, mas permanece em circulação por diferentes países e até hoje atrai muita curiosidade. É um símbolo francês como a Torre Eiffel, a moda, os perfumes, os pães e o vinho. Foi mesmo muito mais que um guarda-chuva sobre rodas.

Comemoração
Na França, todos os anos acontece o Retromobile, uma bela exposição de famosos carros antigos no Parque de Exposições da Porta de Versalhes. Entre 8 e 17 de fevereiro deste ano prestou-se homenagem aos 60 anos do 2CV. Chamavam a atenção as réplicas em tamanho natural das linhas de montagem e os modelos comuns em estado impecável. Agora no segundo semestre, vários países comemoraram o aniversário do carrinho. Um evento muito carinhoso e especial foi feito em Portugal, na cidade de Batalha, em julho. Foram expostos 120 modelos de todos os tipos e alguns bem raros. O público vibrou.
Ficha técnica
_ 2CV (1948) 2CV (1962) 2CV AU (1966) 2CV 4 (1979)
MOTOR
Posição e cilindros longitudinal, 2 opostos
Comando e válvulas por cilindro no bloco, 2
Diâmetro e curso 62 x 62 mm 66 x 62 mm 74 x 70 mm 68,5 x 59 mm
Cilindrada 375 cm3 425 cm3 602 cm3 435 cm3
Taxa de compressão 6,2:1 7:1 7,75:1 8,5:1
Potência máxima 9 cv a 3.800 rpm 14 cv a 3.500 rpm 22 cv a 4.500 rpm 26 cv a 6.750 rpm
Torque máximo 2,3 m.kgf a
1.800 rpm
2,4 m.kgf a
2.500 rpm
4 m.kgf a
2.500 rpm
3,1 m.kgf a
4.000 rpm
Alimentação carburador de corpo simples
CÂMBIO
Marchas e tração 4, dianteira
FREIOS
Dianteiros e traseiros a tambor
SUSPENSÃO
Dianteira independente, braço avançado
Traseira independente, braço arrastado
RODAS
Pneus 125-400 135-380 125-380
DIMENSÕES
Comprimento 3,78 m 3,80 m 3,83 m
Entreeixos 2,37 m
Peso 510 kg 610 kg 560 kg
DESEMPENHO
Velocidade máxima 70 km/h 85 km/h 90 km/h 101 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h NA
NA = não aplicável

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