

Específico para uso em pistas, o
ACR-X vinha com interior despojado, motor 40 cv mais potente e aerofólio
que produzia sustentação negativa

Um minuto e 33 segundos: o tempo
de volta em Laguna Seca inspirou a série limitada do fim de 2009, a 1:3,
com base no cupê com pacote ACR

O último Viper é produzido:
fecha-se um ciclo que teve o fim anunciado, mas a Chrysler reviu a
decisão e já anunciou um novo carro para 2012 |

Quase uma despedida
A crise
econômica que partiu dos EUA para o mundo em 2008
afetou gravemente a GM e a
Chrysler, que fecharam ou venderam divisões e cancelaram projetos em
busca da estabilidade. Para o Viper, isso significou o risco de ter
encerrada a carreira iniciada naquele Salão de Detroit de 1989. A Chrysler era favorável a concluir a
produção do superesportivo, como afirmado pelo presidente da divisão
Dodge, Ralph Gilles, em novembro de 2009.
Surgiram então edições especiais para que os fãs pudessem guardar o
melhor que o Viper já ofereceu. A série 1:33 da versão ACR, revelada no
Salão de Los Angeles em dezembro, celebrava o recorde de tempo de volta
no circuito de Laguna Seca para carros de produção estabelecido, no mês
anterior, por um ACR pilotado pelo engenheiro Chris Winkler: 1 minuto,
33 segundos e 915 milésimos, mais de 1 segundo mais rápido que o
detentor do recorde até então, o
Devon GTX.
Com produção limitada a 33 unidades, a edição vinha identificada pela
inversão de posições entre o vermelho e o preto na única combinação de
cores disponível. Trazia ainda painel preto com instrumentos vermelhos e
costuras também vermelhas nos bancos, mas nenhuma alteração mecânica. O
Viper convencional ganhava novo defletor traseiro e
alavanca de câmbio com engates mais curtos.
Ao mesmo tempo aparecia a série ACR-X para uso em pista, sem homologação
para rua. Com coletores e escapamento de baixa
restrição, o motor passava de 608 para 648 cv, enquanto os anexos
aerodinâmicos eram revisados para produzir
sustentação negativa e aumentar a aderência em alta velocidade. O
interior já vinha com banco apropriado e estrutura de proteção e
despojado de equipamentos supérfluos para aliviar peso. Em fevereiro de
2010, a Final Edition anunciava a breve despedida com 20 cupês, 18 roadsters e 12 versões ACR.
Em 1º de julho era produzido o último Viper dessa geração — dourado com
faixas em laranja —, que fechava um importante ciclo para a marca Dodge
e a corporação Chrysler como um todo. No entanto, sua história não acabava ali. Em um evento para
concessionários em setembro, o presidente do grupo Fiat (agora
proprietário da Chrysler) Sergio Marchionne apresentou um protótipo da
terceira geração do Viper, prevista para chegar ao mercado em 2012 e
ainda não revelada ao público.
Durante duas décadas, a imagem imponente desse esportivo inspirado no
clássico Shelby Cobra fez sonhar os entusiastas do mundo todo, com sua
combinação de linhas fortes, um gigante motor de 10 cilindros e a
brutalidade de despejar mais de 400 cv no asfalto. Haja ou não um novo
Viper derretendo seus pneus em meio aos carros elétricos que nos
aguardam para o futuro, a víbora da Dodge terá deixado as marcas de seu
veneno impressas nas ruas e nas mentes dos aficionados.
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