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Dois motores de 2,2 litros --
com 162 e 202 cv -- estavam disponíveis; em 1997 surgia sistema
eletrônico de divisão de torque entre as rodas |
Ainda assim, algumas críticas apareciam em relação ao desenho do carro.
Alguns achavam as lanternas traseiras triangulares e o pára-choque
pronunciado um pouco desproporcionais. O interior mostrava tecnologia,
misturando instrumentos analógicos e digitais, mas — como era de se
esperar em um cupê — o banco traseiro era quase um enfeite. Faltavam
também certas conveniências para os passageiros — imperdoável para o
mercado dos EUA era a ausência de porta-copos. Em 1994 todas as versões
recebiam bolsas infláveis para motorista e passageiro. A 4WS saía de
linha. Dali em diante as mudanças foram mínimas até que estivesse pronta
a quinta, e última, geração do modelo.
O novo Prelude chegava às lojas em 1997. Para muitos o melhor de todos
os tempos, estava crescido (4,52 m de comprimento e entreeixos de 2,52
m) e mais caro. Nos EUA, chegava em um momento em que os cupês estavam
em baixa e os utilitários esporte em alta. Suas linhas ficaram mais
comportadas que as do anterior — muitos acham que a Honda se inspirou na
terceira e na quarta gerações. A traseira, alvo de críticas, voltava às
lanternas afiladas. O estilo cupê era evidenciado pela caída suave do
teto e a lateral era totalmente limpa, sem vincos ou frisos. A frente
perdia a harmonia com um farol de perfil alto. O interior era sóbrio,
com painel e volante semelhantes aos do Civic contemporâneo. As rodas de
16 pol calçavam pneus 205/50.
Os motores disponíveis tinham cilindrada quase igual, 2.156 e 2.157 cm³,
mas o segundo usava menor curso de pistões, para melhor funcionamento em
altas rotações. Com comando variável, chegava a 197 cv, ante 162 cv do
primeiro. A nomenclatura mudava: o básico perdia o S e o de topo agora
chamava-se SH. A caixa de câmbio podia ser manual de cinco ou automática
de quatro marchas, esta com opção seqüencial de mudanças. Outro aditivo
eletrônico chegava em 1997: o Sistema Ativo de Transferência de Torque (ATTS),
que podia equipar a versão de topo. Usava embreagens com controle
eletrônico que distribuíam mais torque à roda externa durante uma curva.
O princípio era o mesmo do diferencial autobloqueante, mas ele atuava
antes que a roda interna perdesse aderência.
Embora mais potente, o peso extra acabou consumindo os cavalos
adicionais e a aceleração era a mesma da geração anterior. Uma ajuda
veio em 1999, com o motor 2,2-litros de 202 cv a 7.000 rpm quando
conjugado à caixa manual (os automáticos continuavam com 197). Mas o
momento — sobretudo nos EUA, um dos principais mercados — era de outras
categorias de automóveis, o que acabava por não justificar sua
manutenção na linha. Desse modo, saía de produção em 2001 um dos Hondas
mais charmosos e interessantes de todos os tempos. O laboratório de
tecnologias que a empresa criou, além de servir de prelúdio ao
superesportivo NSX, ofereceu aos entusiastas o verdadeiro
sentido do prazer em dirigir.
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