Conversível e perua
compartilhavam o Mobile Look e o motor de 265 a 312 cv; o rádio
Sportable podia ser removido e usado fora do automóvel
Em 1959 e 1960 (acima) o estilo
ficou mais sóbrio e com sensação de perfil mais baixo; a perua podia vir
com mais bancos voltados para trás
Chassi e suspensão eram
reformulados no Olds 1961, com frisos que terminavam numa ponta de
flecha; motor de 6,5 litros agora era padrão |
Interessante era o rádio Sportable, que podia ser
destacado do painel e, com baterias portáteis, antena e alto-falante
acoplados, sonorizar um piquenique ou outra ocasião fora do carro. Ao
retornar, bastava encaixá-lo em seu espaço para que a conexão fosse
refeita. O Rocket permanecia com 371 pol³, mas oferecia três níveis de
desempenho: 265 cv e 53,9 m.kgf para o Dynamic com carburador de corpo
duplo, 305 cv e 56,7 m.kgf no Super com carburador quádruplo, e 312 cv e
57,4 m.kgf no Super 88 com pacote J-2, de três carburadores duplos.
Em pesquisa da Popular Mechanics com proprietários, facilidade de
manejo, desempenho, conforto de rodagem e estilo foram os pontos mais
elogiados, enquanto alto consumo e ruídos lideraram as reclamações. Dos
entrevistados, 71% voltariam a comprar um Oldsmobile. De fato, aquele
foi um bom ano para a marca: embora toda a indústria tenha passado por
queda de vendas, as suas caíram menos que a média e a Olds firmou-se no
quarto lugar do mercado, atrás apenas de Chevrolet, Ford e Plymouth, que
se baseavam em carros mais baratos.
Saía o Mobile Look, entrava o Linear Look, padrão de desenho em que o
carro parecia bem mais longo e baixo, além de recorrer a menos
rebuscamentos de estilo. Era o modelo 1959 do Olds 88, com frente de quatro faróis
ladeando a grade, para-choques menores e um friso lateral que descia
atrás das rodas traseiras. As aletas dos para-lamas vinham bem mais
discretas que em outros modelos que Detroit produziu naquele ano. Os
sedãs com coluna central vinham com três janelas por lado; já os cupês
Holiday adotavam um perfil quase de fastback.
O entre-eixos crescia um pouco para 3,12 m.
Pela primeira vez, motores de diferentes cilindradas equipavam as
versões. O Dynamic 88 mantinha as 371 pol³, com 265 ou 300 cv conforme o
carburador usado, como no ano anterior, mas o Super 88 trazia o Rocket
ampliado para 394 pol³ (6,5 litros) com carburador quádruplo, 315 cv e
60,1 m.kgf — os maiores índices de potência e torque no modelo até
então. A caixa automática de quatro marchas era a única oferecida,
enquanto as opções de carroceria continuavam as mesmas. Outras novidades
eram a direção assistida, que impunha só metade do peso do ano anterior,
e centro de gravidade mais baixo.
Grade e seção traseira eram renovadas no modelo 1960, assim como o
painel de instrumentos. Enquanto toda a indústria fazia alterações drásticas de
estilo, para reverter os excessos atingidos no ano anterior, a Olds
eliminava as já discretas aletas dos para-lamas. A perua contava com uma
terceira fila de bancos, voltada para trás e com mecanismo para fácil
rebatimento quanto fora de uso. Sob o capô, a versão Dynamic estava
menos vigorosa (240 cv e 51,8 m.kgf) por ter a taxa de compressão
reduzida, a fim de permitir o uso de gasolina de menor octanagem e mais
barata.
Retilíneo
e mais potente
Mais reformulado do que
poderia parecer ao primeiro olhar, o 88 de 1961 chegava com comprimento
e largura reduzidos, embora com o mesmo entre-eixos, e baseado em um
novo chassi do tipo perimetral chamado Guard Beam. O estilo estava um
pouco mais simples, com para-brisa menos envolvente para as laterais,
embora continuasse curvo na parte superior. O para-choque
dianteiro contornava os para-lamas e os frisos laterais terminavam em
uma espécie de ponta de flecha.
As opções de carrocerias não
mudavam, mas a suspensão ganhava em conforto com o emprego de molas
helicoidais no lugar dos feixes de molas semielíticas. Bancos mais
altos, acesso mais fácil ao interior e túnel central do assoalho mais
baixo contribuíam para o conforto. O
motor V8 394 tornava-se padrão, cabendo aos carburadores e à taxa de
compressão estabelecer as diferenças de desempenho. No Dynamic 88, corpo
duplo e taxa mais baixa faziam o Rocket render 250 cv e 56 m.kgf; no
Super, o carburador quádruplo e a chamada Ultra High Compression
resultavam em 325 cv e 60,1 m.kgf — motor que podia equipar o Dynamic
como opcional. Na transmissão, a caixa automática Roto HydraMatic de
três marchas, menor e mais leve, podia substituir a caixa de quatro
velocidades se o cliente desejasse.
Meses mais tarde aparecia o Starfire, um conversível de luxo com apelo
esportivo. Derivado do Super 88, vinha com bancos dianteiros
individuais, console central com a alavanca de câmbio (em vez da posição
habitual na coluna de direção) e controle elétrico dos vidros e do banco
do motorista. Nessa versão o motor de compressão mais alta vinha com 10
cv adicionais, em total de 335, e torque de 60,8 m.kgf.
Continua
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