O excessivo desenho de 1958, com muitos adornos e pequenas aletas nos para-lamas, foi bem-aceito: as vendas da Oldsmobile caíram menos que as de outras marcas

Conversível e perua compartilhavam o Mobile Look e o motor de 265 a 312 cv; o rádio Sportable podia ser removido e usado fora do automóvel

Em 1959 e 1960 (acima) o estilo ficou mais sóbrio e com sensação de perfil mais baixo; a perua podia vir com mais bancos voltados para trás

Chassi e suspensão eram reformulados no Olds 1961, com frisos que terminavam numa ponta de flecha; motor de 6,5 litros agora era padrão

Interessante era o rádio Sportable, que podia ser destacado do painel e, com baterias portáteis, antena e alto-falante acoplados, sonorizar um piquenique ou outra ocasião fora do carro. Ao retornar, bastava encaixá-lo em seu espaço para que a conexão fosse refeita. O Rocket permanecia com 371 pol³, mas oferecia três níveis de desempenho: 265 cv e 53,9 m.kgf para o Dynamic com carburador de corpo duplo, 305 cv e 56,7 m.kgf no Super com carburador quádruplo, e 312 cv e 57,4 m.kgf no Super 88 com pacote J-2, de três carburadores duplos.

Em pesquisa da Popular Mechanics com proprietários, facilidade de manejo, desempenho, conforto de rodagem e estilo foram os pontos mais elogiados, enquanto alto consumo e ruídos lideraram as reclamações. Dos entrevistados, 71% voltariam a comprar um Oldsmobile. De fato, aquele foi um bom ano para a marca: embora toda a indústria tenha passado por queda de vendas, as suas caíram menos que a média e a Olds firmou-se no quarto lugar do mercado, atrás apenas de Chevrolet, Ford e Plymouth, que se baseavam em carros mais baratos.

Saía o Mobile Look, entrava o Linear Look, padrão de desenho em que o carro parecia bem mais longo e baixo, além de recorrer a menos rebuscamentos de estilo. Era o modelo 1959 do Olds 88, com frente de quatro faróis ladeando a grade, para-choques menores e um friso lateral que descia atrás das rodas traseiras. As aletas dos para-lamas vinham bem mais discretas que em outros modelos que Detroit produziu naquele ano. Os sedãs com coluna central vinham com três janelas por lado; já os cupês Holiday adotavam um perfil quase de fastback. O entre-eixos crescia um pouco para 3,12 m.

Pela primeira vez, motores de diferentes cilindradas equipavam as versões. O Dynamic 88 mantinha as 371 pol³, com 265 ou 300 cv conforme o carburador usado, como no ano anterior, mas o Super 88 trazia o Rocket ampliado para 394 pol³ (6,5 litros) com carburador quádruplo, 315 cv e 60,1 m.kgf — os maiores índices de potência e torque no modelo até então. A caixa automática de quatro marchas era a única oferecida, enquanto as opções de carroceria continuavam as mesmas. Outras novidades eram a direção assistida, que impunha só metade do peso do ano anterior, e centro de gravidade mais baixo.

Grade e seção traseira eram renovadas no modelo 1960, assim como o painel de instrumentos. Enquanto toda a indústria fazia alterações drásticas de estilo, para reverter os excessos atingidos no ano anterior, a Olds eliminava as já discretas aletas dos para-lamas. A perua contava com uma terceira fila de bancos, voltada para trás e com mecanismo para fácil rebatimento quanto fora de uso. Sob o capô, a versão Dynamic estava menos vigorosa (240 cv e 51,8 m.kgf) por ter a taxa de compressão reduzida, a fim de permitir o uso de gasolina de menor octanagem e mais barata.

Retilíneo e mais potente   Mais reformulado do que poderia parecer ao primeiro olhar, o 88 de 1961 chegava com comprimento e largura reduzidos, embora com o mesmo entre-eixos, e baseado em um novo chassi do tipo perimetral chamado Guard Beam. O estilo estava um pouco mais simples, com para-brisa menos envolvente para as laterais, embora continuasse curvo na parte superior. O para-choque dianteiro contornava os para-lamas e os frisos laterais terminavam em uma espécie de ponta de flecha.

As opções de carrocerias não mudavam, mas a suspensão ganhava em conforto com o emprego de molas helicoidais no lugar dos feixes de molas semielíticas. Bancos mais altos, acesso mais fácil ao interior e túnel central do assoalho mais baixo contribuíam para o conforto. O motor V8 394 tornava-se padrão, cabendo aos carburadores e à taxa de compressão estabelecer as diferenças de desempenho. No Dynamic 88, corpo duplo e taxa mais baixa faziam o Rocket render 250 cv e 56 m.kgf; no Super, o carburador quádruplo e a chamada Ultra High Compression resultavam em 325 cv e 60,1 m.kgf — motor que podia equipar o Dynamic como opcional. Na transmissão, a caixa automática Roto HydraMatic de três marchas, menor e mais leve, podia substituir a caixa de quatro velocidades se o cliente desejasse.

Meses mais tarde aparecia o Starfire, um conversível de luxo com apelo esportivo. Derivado do Super 88, vinha com bancos dianteiros individuais, console central com a alavanca de câmbio (em vez da posição habitual na coluna de direção) e controle elétrico dos vidros e do banco do motorista. Nessa versão o motor de compressão mais alta vinha com 10 cv adicionais, em total de 335, e torque de 60,8 m.kgf. Continua

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