

O desenho de 1955:
rabos-de-peixe discretos e pára-brisa envolvente


Depois dos quatro faróis de 1958
(em cima), um ano de excessos: o Olds 1959 ganhava largura, comprimento
e muita ousadia de estilo |
Essa
primeira fornada da Olds teve a produção interrompida em 1942, em função
da destinação das indústrias a contribuir na Segunda Guerra Mundial. Só
quatro anos após o fim do conflito, em 1949, era apresentada a segunda
geração. Suas linhas mudavam por inteiro, lembrando Chevrolets da época.
Desenhado por Harley Earl com inspiração no avião de caça Lockheed P-38,
esse 98 era chamado de Futuramic.
Trazia frente longa, com capô e pára-lamas ainda destacados, mas de
forma mais suave. Abaixo de cada farol aparecia uma grade cromada. A
grade principal, também cromada, tinha um formato oblongo que se unia ao
grande pára-choque para criar uma frente intimidante. As laterais eram
lisas, com apenas um acabamento cromado abaixo das portas, e os
pára-lamas traseiros vinham bem destacados da carroceria. Em sua lateral
surgia um friso cromado e, acima, outro friso que terminava nas
lanternas em um discreto rabo-de-peixe. O porta-malas seguia a tendência
do capô e era mais alto que as laterais.
A mecânica evoluía com a adoção do motor Rocket (foguete), com os oito cilindros
na disposição mais comum em "V", válvulas no cabeçote e maior
taxa de compressão. Oferecido nas
configurações de 5,0 e 5,3 litros (303 e 324 pol³, na ordem),
destacava-se pelo alto desempenho para a época: enquanto um Ford V8
flathead do mesmo ano (já reconhecido pelo desempenho) desenvolvia 100 cv, o Rocket de menor
cilindrada fornecia entre 137 e 167 cv,
dependendo dos carburadores adotados, de corpo duplo no primeiro caso e
de corpo quádruplo no outro. O de 5,3 litros entregava 204 cv e torque
de 45,8 m.kgf.
Em
crescimento
Para 1955 a Oldsmobile apresentava a terceira geração de seu topo de
linha. A plataforma do 98 crescia 3,2 centímetros e o motor de 5,3
litros dava espaço a uma unidade maior, de 371 pol³ (6,1 litros), com
280 cv e 55,3 m.kgf. As linhas do carro mantinham a identidade do
anterior, mas estavam mais pujantes. Pára-brisa envolvente, pára-choque
e grade em uma só peça que formava uma grande "boca" cromada e pintura
em dois tons, com os pára-lamas traseiros mais pronunciados, davam o tom
da época.
Em 1958 vinha uma nova frente com quatro faróis, cujas molduras se
estendiam pelas laterais até chegar às portas. Grade e pára-choques
estavam maiores e mais imponentes, em um padrão de estilo adotado por
toda a indústria americana naquele período de excessos de desenho. O
motor estava mais potente, com 309 cv. O consumidor americano, porém, não aprovou as formas e levou a
marca a declinar em vendas em 1957 e 1958. Exagerado mesmo era o modelo
1959, já redesenhado para seguir as diretrizes da corporação: Chevrolet
e Pontiac ficavam com a chamada plataforma A; Buick e Oldsmobile, com a
B; e Cadillac, com a C. A destinada à Olds continuava com 3,20 m de
entreeixos, mas era bem mais larga e longa que a dos anos anteriores.
Somada ao perfil mais baixo, a carroceria estava bem mais ousada, em um
abandono dos padrões estéticos dos anos 50. O pára-brisa envolvente,
chamado de Vista Panoramic, ganhava uma curva no topo e os quatro faróis
vinham espaçados, com a luz de direção entre o par de cada lado,
deixando a grade bem menor. Como no Chevrolet 1959, o vidro traseiro
também envolvia as laterais. No interior destacava-se a simetria do
painel, em que o lado do passageiro imitava a forma do quadro de
instrumentos.
Sob o capô, o maior V8 dessa primeira geração era adotado, com
394 pol³ (6,5 litros), carburador de corpo duplo, 318 cv e 60,1 m.kgf.
Continua
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