A opção de capota de lona na traseira e teto solar dianteiro dava ao Pajero curto um jeito quase de conversível, que combinava com sua aptidão para caminhos precários

Três motores equipavam o modelo inicial. A gasolina havia o de 2,0 litros e 110 cv, e a diesel, o de 2,3 litros com turbocompressor (95 cv) ou sem (84 cv). Câmbio automático era opcional e toda a linha tinha tração nas quatro rodas de uso temporário. Alguns recursos técnicos eram inéditos em um 4x4 japonês, como direção assistida, motor turbodiesel e a suspensão dianteira independente por braços sobrepostos. A traseira usava eixo rígido, como habitual nos utilitários da época.

A oferta não demorou a se expandir. Para conquistar usuários familiares, que precisavam aliar sua robustez a mais espaço, a Mitsubishi lançava em fevereiro de 1983 um Pajero mais longo e de cinco portas, que media 4,65 m de comprimento e 2,69 m entre eixos. Havia até mesmo a opção de terceira fila de bancos, que podiam ser rebatidos para as laterais, a fim de ganhar espaço de bagagem, ou unir-se aos da segunda fila e compor uma cama. Dos três motores, apenas o diesel sem turbo não estava disponível para ele. A autonomia crescia de forma expressiva, pois o tanque de 60 litros do modelo curto dava lugar a um de 90 l.

O modelo de cinco portas e entreeixos longo vinha em 1983, com opções de teto mais alto e terceira fila de bancos

As versões a diesel tornavam-se mais potentes em junho de 1984. Ao mesmo tempo, o cinco-portas passava a vir de série com freios a disco nas quatro rodas e amortecedores reguláveis, um modo de atender a demandas tão diferentes quanto o conforto no asfalto e a resistência no fora-de-estrada. Em abril do ano seguinte vinha a opção de câmbio automático de quatro marchas. Continua

Nas telas
Um filme marcante para quem gosta de cinema e de carros é o francês Um Homem e uma Mulher (Un Homme et une Femme), de 1966. Dirigido por Claude Lelouch, é passado entre as cidades de Deauville e Paris. O autódromo de Monthléry também faz parte do cenário. Os atores principais são Jean-Louis, vivido por Jean-Louis Trintignant, e Anne, vivido pela bela Anouk Aimée. Ganhou nada menos que 42 prêmios internacionais, entre eles a Palma de Ouro de 1966 e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Cenário.

Em 1986 chegava às telas Um Homem e uma Mulher Vinte Anos Depois. Com o mesmo diretor e atores principais, os cenários são variados: a França e alguns países africanos, que fazem parte do trajeto do Rali Paris-Argélia-Dacar. Até o organizador Thierry Sabine, já falecido, faz uma ponta no filme. No reconhecimento do trajeto para o planejamento da prova podemos ver, várias vezes, um Pajero de chassi curto da organização (acima) nas perigosas areias do deserto do Saara. É bom ver o primeiro filme para entender melhor o segundo. Muito bons.

No começo da TV a cabo no Brasil, e até por volta de 2003, séries de sucesso na França passaram por aqui. Uma era do detetive durão e cinquentão Navarro; outra, Julie Lescaut, a história da comissária de mesmo nome. Ela chefiava uma equipe de detetives e policiais que lutavam contra os crimes em Paris.

A série teve início em 1992 e vem fazendo sucesso até hoje, com muita perspicácia e poucos tiros. O elenco inclui Véronique Genest (no papel de Julie) e quase nunca mudou. É presença constante nos episódios um Pajero da terceira geração, prata.

Estreou há pouco nas telas dos cinemas e já está disponível em DVD o polêmico filme Diamantes de Sangue (Blood Diamond, 2006), estrelado pelo famoso Leonardo Di Caprio e Djiman Hounsou e quase todo passado na África. Di Caprio é um mercenário que faz contrabando de pedras preciosas. Como o título diz, o filme é violento e mostra um país em uma guerra civil que despedaça uma nação. Um Pajero 1992 (acima) é usado pelo protagonista na tentativa de cruzar a fronteira. Logo que estão a bordo do jipe, andam de forma comportada. Pouco depois, há muita perseguição e as cenas são de cortar o fôlego. Um filme interessante.

Outra participação do utilitário na segunda geração é no filme 19, do ano 2000, com um modelo de cinco portas. O primeiro Pajero aparece em Policial Acima de Tudo (Chao ji ji hua, 1993).

Francis Castaings

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