Os esportivos franceses: GTI ou S16 (à esquerda), com motor de 2,0 litros e 136 cv, e o GT, com para-choques salientes para chegar a 4 metros

O conceito Escapade de 1999: um três-portas com nova traseira, pneus maiores, teto com áreas envidraçadas e simulação de estepe externo

O Vingt Cœur chegava ao mercado em 2000 como CC, Coupé Cabriolet

Dotado de equipamento completo (incluindo bolsas infláveis laterais, bancos revestidos em couro e camurça sintética e rodas de 16 pol com pneus 195/45) e produzido em série de 4.000 unidades, todas na cor prata, o GT usava o mesmo motor 2,0 de 136 cv. Outra novidade de 1999 foi a versão Roland Garros do 206 cinco-portas, em alusão ao estádio em Paris onde se realiza o famoso torneio de tênis de mesmo nome. Produzida na Inglaterra para atender também a outros mercados, trazia de série teto com ampla área envidraçada fixa, pintura em verde escuro com interior em verde e bege — combinação clássica para os ingleses —, acabamento mais luxuoso e comandos automático de ar-condicionado e do limpador de para-brisa. Bolsas infláveis laterais e navegador por GPS eram opcionais. O motor 1,4 de 75 cv podia vir com caixa manual ou automática de quatro marchas, esta inédita no modelo.

A Peugeot apresentou no mesmo ano uma interessante proposta de 206 "aventureiro", o conceito Escapade. Um modelo de três portas teve a traseira toda redesenhada, com a simulação de um suporte de estepe em posição vertical, e ganhou duas seções envidraçadas no teto, uma delas ligada ao para-brisa. Rodas maiores e decoração com seções em camurça, tanto na parte externa quanto no interior, contribuíam para o aspecto diferenciado.

A céu aberto   Pequenos conversíveis sempre tiveram bom mercado na Europa, onde o sol escasso é aproveitado em sua plenitude. O que o Vingt Cœur havia previsto se realizava em novembro de 2000: o 206 CC ou Coupé Cabriolet, nome que indicava a associação de características de cupê e de conversível. O destaque era o uso de um teto rígido retrátil, de metal, que era dobrado e guardado sob a tampa do porta-malas por um mecanismo eletroidráulico. Nada da inconveniência de uma capota de lona: quando desejado, o CC podia funcionar como um cupê fechado — e muito charmoso.

Embora o mecanismo do teto tivesse exigido um porta-malas algo comprido, esse 206 era atraente de qualquer ângulo. Tinha para-brisa mais baixo e inclinado, altura total 5 cm menor que a do hatch e dois compactos lugares no banco traseiro. Os dois motores disponíveis tinham quatro válvulas por cilindro: uma inédita versão do 1,6, com 109 cv e 15 m.kgf, e o conhecido 2,0 de 136 cv e 19,4 m.kgf. Outra variação para ampliar a família era apresentada em fevereiro de 2002 — meses depois de aparecer em versão conceitual no Salão de Frankfurt com rodas de 17 pol, acessórios esportivos e interior preto e laranja. A perua 206 SW tinha 19,5 cm adicionais na traseira, sem alterar a distância entre eixos, que ampliavam a capacidade de bagagem de 245 para 313 litros — número modesto para a categoria, porém. Continua

Nas pistas
Como vários Peugeots — e o antecessor 205 —, o 206 teve importante carreira em competições, notadamente no Campeonato Mundial de Rali, WRC, em que correu entre 1999 e 2003 e alcançou 25 vitórias. Didier Auriol, François Delecour, Freddy Loix, Gilles Panizzi, Harri Rovanperä, Marcus Grönholm, Richard Burns e Sebastian Lindholm pilotaram o pequeno francês na categoria.

O modelo de três portas, similar em aparência à edição GT vendida para uso em rua, media mais 17 centímetros em comprimento e 12 cm em largura que um 206 convencional e usava motor de 2,0 litros e 16 válvulas com turbocompressor, capaz de desenvolver 300 cv e 54,5 m.kgf. A caixa de câmbio manual sequencial, de cinco e mais tarde seis marchas, tinha comandos no volante e a tração era integral permanente, recursos que o 206 de rua nunca ofereceu. Outra diferença era a suspensão independente McPherson também na traseira, onde o modelo de produção usava braços arrastados. O peso chegava a 1.230 kg e havia diferentes conjuntos de rodas e pneus, com aro de 15 ou 18 pol, conforme o tipo de terreno predominante na prova.

Após estrear no Rali da Córsega de 1999, o 206 venceu pela primeira vez na prova da Suécia em 2000, com Grönholm, que repetiu a vitória na Nova Zelândia, na Finlândia e na Austrália, enquanto Panizzi venceu na França e na Itália. O finlandês foi campeão entre os pilotos nesse ano e em 2002, enquanto a Peugeot obteve o título de construtores por três anos de 2000 a 2002 (com carros prata como o da foto acima). Com esses cinco troféus o 206 superou o próprio antecessor 205, que conseguira dois títulos de pilotos (com Timo Salonen em 1985 e Juha Kankkunen em 1986) e dois de construtores (nos mesmos anos). Em 2003 a Peugeot passou a usar a cor vermelha (acima à direita) e, na temporada seguinte, substituiu o 206 pelo 307 WRC, um cupê de teto fixo derivado do conversível CC.

Em uma categoria inferior, a JWRC, a fábrica correu com o 206 Super 1600, que mantinha a tração dianteira e usava motor de 1,6 litro. Pilotos como Cédric Robert , Bryan Bouffier e Enrique Garcia-Ojeda o conduziram com bons resultados, tanto nesse campeonato mundial (no qual não foi, porém, campeão) quanto em certames de rali nacionais.

No Brasil, o 206 estreou em 2003 em ralis por meio da Copa Peugeot de Rally (acima), um torneio monomarca com a mesma preparação em todos os carros. As provas eram realizadas no Sul e no Sudeste do País. O modelo também competia no Campeonato Brasileiro de Rali na classe A6, que prevê motor de 1,6 litro com aspiração natural, preparado, e tração em duas rodas. A unidade de 16 válvulas fornecia 130 cv e 17 m.kgf e o peso era de cerca de 950 kg.

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