Um pouco mais arredondada, a quinta geração vinha com evoluções técnicas como tração 4x4 acionada em velocidade e freios ABS nas rodas traseiras da versão V6

A cabine estendida Xtracab era bastante popular nos EUA, mas outros mercados preferiam a dupla; o interior acompanhava as atualizações

Já fabricado na Califórnia, o picape deixava o norte-americano em 1995 (na foto, modelos de 1993) para dar lugar ao Tacoma, um projeto próprio

As mudanças de estilo de 1997 estavam associadas a novos motores a gasolina de 2,7 e 3,4 litros, além de suspensão independente nos 4x4

Feito na Tailândia, o Hilux Tiger tinha grade e capô mais imponentes e em 2001 ganhava os motores D4D a diesel, de geração mais moderna

No último ano daquela geração, 1988, o motor turbo a gasolina dava lugar ao V6 de 3,0 litros (código 3VZE) com comando no cabeçote, 150 cv e 24,9 m.kgf, que entregava maior potência com funcionamento mais suave. A mudança coincidia com o declínio dos motores turbo mundo afora, em especial nos EUA, depois de uma fase áurea nos anos 80.

Evolução sem revolução   Esse era novamente o mote na quinta geração do Hilux, lançada para 1989. Parecia ter havido apenas uma reforma frontal, com o para-choque encobrindo a saia e um acabamento preto ou cromado ao redor da grade e dos faróis, mas na verdade as alterações eram extensas. Os para-lamas tinham abas menos pronunciadas e as portas alojavam os retrovisores na extremidade frontal das janelas — exceto no Japão, onde a legislação ainda requeria sua montagem sobre os para-lamas em utilitários. O aspecto como um todo estava mais moderno, assim como o interior. Enquanto o entre-eixos das versões normais mantinha-se em 2,61 metros, as de caçamba longa cresciam para 3,10 m. Sob o capô estavam os conhecidos motores de 2,4 litros com carburador (102 cv) ou injeção (116 cv) e V6 de 3,0 litros a gasolina (150 cv), com tração traseira ou nas quatro rodas e opção de caixa automática. Fora dos EUA havia um 1,8 de 79 cv, também a gasolina, e duas opções a diesel: de 2,5 litros, com 83 cv, e de 2,8 litros com 88 cv. Os freios traseiros da versão V6 contavam com sistema antitravamento (ABS), útil em picapes pelo baixo peso da parte de trás com a caçamba descarregada.

A Motor Trend, que elegeu o modelo seu Picape do Ano, destacava na versão 4x2 a suspensão com a "livre naturalidade de uma dançarina de balé", a embreagem suave e a precisão do câmbio manual. A Popular Science, que comparou um V6 a Ranger, S10, Dodge Dakota, Jeep Comanche e Nissan Hardbody, definiu o Toyota como "um picape confortável, com motor muito suave e qualidade de rodagem mais para automóvel que para caminhão (...). O motor tem bastante torque para ultrapassagens em última marcha, embora aparente esforço em alta rotação". Boas impressões eram compartilhadas pela Consumer Guide Automotive: "O V6 é um pouco mais suave que o do Nissan, embora nenhum deles chegue perto do torque dos seis-cilindros locais, Ranger e S-10. De qualquer forma, o desempenho do Xtracab SR-5 foi bom: 13,1 segundos de 0 a 96 km/h. Os freios têm distâncias de parada curtas e boa resistência ao travamento das rodas traseiras. Conforto na cabine, nível de ruído e facilidade de dirigir levam notas altas. O sistema 4WDemand é fácil de usar e muito mais conveniente que o outro da Toyota."

Esse sistema, que permitia engatar a tração suplementar dianteira à velocidade de até 80 km/h, tornava-se disponível para todas as versões 4x4 em 1991 e vinha de série na V6. Nesse ano os norte-americanos passavam a receber parte da produção do picape de Fremont, Califórnia, onde era feito na Nummi (New United Motor Manufacturing, Inc.), fábrica construída em associação com a GM; em três anos essa unidade responderia pela totalidade das vendas daquele mercado em substituição ao antigo modelo japonês. Contudo, a crescente concorrência nos EUA — que já contava com novas gerações de S10 e Ranger — levou a Toyota a substituir seu picape em 1995 por um projeto mais moderno, o Tacoma. Como naquele país o uso utilitário é raro nessa categoria, a capacidade de carga de modelos compactos gira em torno de 500 kg, enquanto outros mercados requerem no mínimo o dobro — com isso, um projeto específico para os EUA permitiu chegar a um veículo mais leve e confortável. A carreira do Hilux seguiu em outros mercados. Com o nome Taro e o logotipo da Volkswagen ele foi vendido também na Alemanha (leia abaixo).

Uma ligeira reforma estética chegava em 1997 associada a novos motores a gasolina com duplo comando e quatro válvulas por cilindro: de quatro cilindros, 2,7 litros e 150 cv e V6 de 3,4 litros e 190 cv. O interior era modernizado, tornando-se parecido com o do Tacoma, e a suspensão dianteira independente — antes restrita ao mercado dos EUA — estava presente nas versões 4x4 vendidas mundo afora. Essa geração marcou a chegada do modelo a outros países. Argentina e Colômbia (por meio da empresa Sofasa) iniciaram sua fabricação em 1997 e 1998, na ordem, ainda com o desenho antigo. Já a produção do Japão foi somada à da unidade da Tailândia até que, em 2005, a matriz deixasse de fazer o Hilux. Curiosamente, a África do Sul manteve a geração de 1984 em linha até 1997. No caso da Tailândia, o modelo ganhava em 1998 o sobrenome Tiger e um desenho próprio, com capô mais alto na região acima da grade e esta com uma larga faixa cromada em forma de "U". De início foram usados os antigos motores a diesel aspirados de 2,5 e 3,0 litros, com 76 e 88 cv, na ordem, mas em 2001 estreavam unidades turbodiesel da nova série D4D, com 100 cv na de 2,5 litros e 113 cv na de 3,0 litros (aumentados para 123 cv no ano-modelo seguinte). Continua

Na Volkswagen
Dois grandes fabricantes tinham dificuldades no mercado europeu de picapes, que não é dos mais relevantes naquele continente. A Toyota não conseguia preço competitivo para importar o Hilux do Japão, por causa de impostos adicionais a veículos daquela procedência, enquanto a Volkswagen não tinha tradição nesse tipo de veículo — a não ser com o pequeno Caddy, derivado de automóvel, com capacidade de 500 kg. Uma associação seria benéfica para ambas e assim surgiu o VW Taro, lançada em 1989. Era um caso típico de "engenharia de logotipo", pois o Hilux estava claramente visível por trás do emblema VW da grade. A fábrica da Volkswagen Commercial Vehicles em Hanover, Alemanha, produziu de início a versão de tração traseira com motor a diesel de 2,4 litros e 82 cv, enquanto a opção 4x4 com cabine alongada vinha de Tahara, no Japão. Nesse segundo caso a suspensão dianteira mantinha o eixo rígido. Também foram oferecidos picapes a gasolina de 1,8, 2,2 e 2,4 litros com potências de 82, 93 e 110 cv, na ordem. Em 1997 a parceria foi desfeita por causa das vendas inexpressivas. Se a Toyota continuou presente na Europa, agora pela própria marca, a VW ficaria de fora da categoria por 13 anos até que fosse lançado o Amarok.

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