


Havia 10 combinações na linha,
todas com interior bem mais moderno, e mesmo a versão básica de 102 cv
agradava pelo motor silencioso

Ao lado do novo aspecto frontal,
o Hilux 2009 recebia motor a gasolina de 2,7 litros e 158 cv e mais
equipamentos de conforto na versão SRV |
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Apesar
de sua presença mundo afora, o Hilux não é bem cotado entre os
fabricantes de miniaturas. Só a atual geração despertou o
interesse da alemã Minichamps, que produz um modelo de cabine
dupla de 2006, na escala 1:43, na cor vermelha ou em preto e com
alta qualidade de detalhes. |
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O picape ganhava ainda
roda-livre automática nas versões superiores, as opções de bolsa
inflável e freios ABS nas quatro rodas e melhorias no interior.
Ao avaliar a versão a gasolina, o Best Cars destacou a relativa
suavidade do motor e o ótimo torque em baixas rotações. O desempenho
tornava-se suficiente "para acompanhar um carro de média cilindrada na
maioria das situações", mas a suspensão traseira muito dura permanecia
um ponto negativo. Na opção turbodiesel, elogios ao novo motor, tanto
pelas boas respostas quanto pelo baixo nível de ruído e vibração: "Só em
marcha-lenta, com os vidros abertos, evidencia ao motorista tratar-se de
um diesel: em movimento e com janelas fechadas é silencioso e agradável,
mesmo em velocidades que o Hilux anterior nem sonhava atingir". Em
percursos fora-de-estrada "não restaram dúvidas sobre sua valentia e
robustez, transmitindo a sensação de um produto adequado a essas
solicitações".
Apesar das qualidades, o picape Toyota estava defasado
aos concorrentes evoluídos — agora havia Nissan Frontier e L200
brasileiros, além de Ranger e S10.
Com o lançamento da última geração, a empresa foi ágil e passou a
fazê-la na Argentina em 2005, com suas linhas atraentes e ambiente
interno muito próximo ao de um bom carro de passeio. No Brasil ele
estreava em 10 combinações de cabine (simples ou dupla), tração (4x2 ou
4x4), acabamento (básico, SR e SRV, como antes) e motores — de 2,5
litros com 102 cv e 26,5 m.kgf ou de 3,0 litros com 163 cv e 35 m.kgf,
ambos a diesel com turbo e injeção eletrônica de duto único, mas só o
segundo com resfriador de ar. Havia também opção de caixa automática de
quatro marchas para o motor mais potente. A versão SRV de 3,0 litros com
caixa manual foi confrontada pelo site ao Ranger equivalente. Ao lado do
desenho bem mais moderno e de vantagens em conforto, o Hilux agradou
pelo nível de ruído e vibrações muito menor: "Salvo pelo baixo 'tec-tec'
em marcha lenta e um pouco mais alto por volta de 1.500 rpm, faz o
motorista pensar que dirige um veículo a gasolina, tal o silêncio e a
maciez de operação."
No entanto, o problema da suspensão ainda se manifestava: "Com uma das
traseiras mais duras entre os picapes que já avaliamos, causa grande
desconforto em todo piso que não seja bem regular. Merece completo
reestudo pelo fabricante." Ao fim da análise, a conclusão: "Quem compra
picape por necessidade, mas prefere dirigir automóveis, deve ficar com o
Hilux. Já quem gosta mesmo de utilitários, de seu jeito bruto e
imponente, só pode ir de Ranger". Por sua vez, a versão de 102 cv com
cabine simples trazia, apesar da simplicidade do interior, uma agradável
surpresa na estrada: "Viajar a 120 km/h não requer maior esforço do
motor, que produz ruído e vibrações contidos e consome pouco. É verdade
que não há muita reserva de potência, mas números não contam como o
motor entrega força em baixos e médios regimes, a ponto de parecer para
o motorista que tem algo como 120 cv." Avaliado junto de outros picapes
num trajeto fora-de-estrada, "certamente não era o mais confortável, mas
transmitiu a sensação de confiabilidade que faz a fama dos utilitários
da Toyota há quase 50 anos".
Depois de três anos sem mudanças, o modelo 2009 acompanhava a renovação
de aspecto da dianteira feita em outros mercados. Havia ainda
equipamentos adicionais na versão SRV, como revestimento dos bancos em
couro, computador de bordo, ar-condicionado automático e instrumentos
com iluminação especial, e a suspensão traseira vinha recalibrada.
Ausente do mercado desde a troca de geração, a versão a gasolina
retornava com a moderna unidade de 2,7 litros e 16 válvulas com variação
do tempo de válvulas, para 158 cv e 24,5 m.kgf, disponível apenas com
cabine dupla e tração 4x2. Na linha 2010 a caixa automática passou a ser
oferecida também para esse motor.
Mais de 40 anos após o lançamento no Japão, o Toyota Hilux acumula um
respeitável histórico de bons serviços nos quatro cantos do mundo.
Modelos dos anos 80 ainda são figuras frequentes em países
subdesenvolvidos, resistindo ao tempo e à escassa manutenção como poucos
veículos conseguem. De outro lado, a última geração mostra atualidade de
projeto e atributos mecânicos para competir bem com qualquer modelo da
categoria, seja na Europa, na Ásia ou aqui na América do Sul.
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