Para os americanos o modelo 1998
foi o último, mas no Japão o Supra foi vendido até 2002, com os mesmos
motores aspirado e biturbo |
Isso
permitiu turbinas pequenas, que usavam aletas de cerâmica para os
japoneses e de aço para as versões de exportação. Com essa construção o
retardo de ação (turbo lag) era diminuído, com bom torque aparecendo já
abaixo de 2.000 rpm. A plataforma dessa geração provou seu acerto
impecável para altas velocidades. O Supra foi considerado um dos
campeões de aceleração lateral e sua frenagem estabeleceu um recorde, no
teste da revista americana Car and Driver, que só seria quebrado
em 2004 pelo Porsche Carrera GT.
A Toyota oferecia um novo câmbio manual de seis marchas Getrag para o
biturbo. O aspirado continuava com o de cinco. O automático com opção de
trocas manuais era opção para os dois modelos. As rodas de 17 pol
calçavam pneus 235/45 na frente e 255/40 atrás, nos turbos; os
aspirados, com 16 pol, tinham as medidas 225/50 e 245/50, na ordem. Além
das rodas, a empresa nipônica utilizava muito alumínio em outras partes
da carroceria e na mecânica visando a redução de peso. Entre os
concorrentes estava agora o Mitsubishi 3000 GT.
Em 1997 vinham pequenas modificações estéticas, como rodas e lanternas.
Outras mudanças foram chegando com o passar dos anos, como o sistema
VVTI de comando de válvulas variável
para os modelos de aspiração natural, o que rendeu 5 cv e 1,4 m.kgf a
mais. Mas os supercarros já sofriam revezes nos EUA, começando pela
questão ambiental. O Supra biturbo não estava mais disponível nos
estados da Califórnia, Nova Jersey, Nova York e Massachusetts por não
atender às normas de emissões de poluentes.
Os esportivos também estavam na mira das seguradoras, que cobravam cada
vez mais caro pelas apólices, e tinham forte concorrência entre o
público jovem com picapes e utilitários esporte, que começavam a mostrar
as garras e a ganhar a preferência naquele mercado. Além disso, o Supra
não era um carro barato como outros japoneses — estava no mesmo patamar
de um Corvette, um sonho americano difícil de ser combatido.
Com as vendas minguando a cada ano, o Canadá parou de receber o Supra em
1995. Três anos depois foi a vez dos EUA. No Japão a produção dessa
geração continuou até 2002. Um fim discreto para o filho pródigo da
Toyota, que esteve entre os carros mais desejados do mundo. Mas a fama
que ele criou é difícil de ser esquecida pelos fãs em todo o mundo, que
têm no carro a inspiração para projetos de personalização que o deixam
cada vez mais exclusivo e potente.
|