O GTI (também na
foto do alto) chegava a 193 cv com gasolina superior; rodas
de 17 pol e instrumentos de fundo branco eram outras
novidades
O Sportline (em
cima) oferecia visual esportivo com motor 1,6; com a chegada
do 2,0 flexível veio o Golf GT, hoje a versão de topo do
modelo |
O
esportivo era o único a receber alterações técnicas: rodas de 17 pol com
pneus 225/45 e aumento de pressão no turbo para elevar a potência de 180
para 193 cv e o torque de 24 para 25,5 m.kgf, desde que o carro usasse
gasolina de 98 ou mais octanas (RON).
Com gasolina comum eram 186 cv, um pequeno progresso.
Com as novidades, era hora de colocar o GTI diante de um novo rival, o
Honda Civic Si, que apostava em fórmula diferente — motor de aspiração
natural — para obter potência semelhante. No comparativo de 2007, o
Best Cars destacou os comportamentos bem diversos: "O motor do GTI
parece o de um carro de luxo. É verdade que o motor 'acorda' ao redor de
2.000 rpm — isso incomoda um pouco ao andar em ritmo normal,
acompanhando o tráfego, pois as fases 'fraca' e 'forte' alternam-se a
cada troca de marcha. Acima dessa marca, porém, é suave, silencioso e
entrega fartas doses de potência de forma linear, sem surpresas. Embora
possa ser levado a 7.000 rpm, o ponto de maior potência fica 1.500 rpm
antes".
A disputa em desempenho foi das melhores na simulação, com pequena
vantagem para o Golf em aceleração e empate em velocidade máxima.
Diferenças também em suspensão: "No GTI a proposta é mais voltada ao
conforto. Se os pneus de 225 mm de seção têm grande aderência, a
suspensão foi calibrada para absorver mais as irregularidades. Um pouco
mais de carga nos amortecedores seria bem-vinda, tanto para aumentar a
precisão de respostas quanto para evitar atritos em lombadas,
inconveniente bem conhecido nos Golfs de 1,8 e 2,0 litros". O GTI
saiu-se melhor em itens de conveniência, instrumentos, suspensão e
segurança passiva — vencendo o confronto por pequena margem — e o Si em
estilo, espaço interno, consumo e estabilidade.
Com o mercado cada vez mais favorável aos motores flexíveis, a VW
decidiu aplicar tal recurso ao de 2,0 litros do Golf. Em junho de 2008
ele aparecia em duas versões: básica e a inédita GT, que acrescentava
decoração esportiva. Com diversas alterações e
taxa de compressão mais alta, continuou
com 116 cv com gasolina e passou a 120 cv com álcool, com torque de 17,7
e 18,4 m.kgf, na ordem. Quarta e quinta marcha eram alongadas e a versão
de entrada ganhava rodas de alumínio de 15 pol.
Na GT, o pacote visual compreendia rodas de alumínio de 16 pol, grade
dianteira preta, faróis com máscara escura e detalhes internos em
alumínio escovado. Os bancos mais envolventes tinham revestimento
em couro e tecido e o ar-condicionado era automático. Também para 2009 o
motor 1,6 passava à versão VHT, com maior taxa de compressão, mais 1 cv
com álcool e ganho importante em torque: de 14,3/14,5 para 15,4/15,6
m.kgf em rotação mais baixa.
O GTI deixava o mercado em fevereiro de 2009, após mais de 10 anos como
um dos líderes nacionais em desempenho. Seu lugar tentava ser ocupado
pelo GT, de potência bem inferior. O ar-condicionado automático vinha
como item de série para 2010 e, meses depois, o acabamento Sportline
combinava motor de 2,0 litros e caixa automática de seis marchas.
Doze anos após o lançamento da atual geração no Brasil, o Golf já não
tem o mesmo apelo diante da renovada concorrência e sua versão de maior
prestígio pertence ao passado. Mas conserva um grande número de
admiradores, pessoas que aderiram ao médio da VW por sua combinação de
estilo, confiabilidade e prazer em dirigir. |