O novo Polo, apresentado à imprensa nesta quinta-feira (18) e cuja
avaliação foi publicada pelo BCWS no mesmo dia, chega com uma importante missão: recuperar para a Volkswagen a liderança do mercado, perdida para a Fiat. Conseguirá esse feito?
Não resta dúvida sobre as qualidades do conjunto. Além do projeto moderno (foi lançado no mercado europeu há apenas seis meses, uma agilidade que tem sido pouco comum por aqui), o Polo reúne ingredientes comprovados na mecânica, bom acabamento e equipamentos de série que muitos desejam hoje, como ar-condicionado -- embora o singelo controle elétrico de vidros seja opcional mesmo na versão de topo Sportline, uma falha.
Entretanto, a VW errou em alguns aspectos. Um deles, mencionado em nossa avaliação, foi a insistência em relações de marcha excessivamente curtas, em nome da famosa "preferência nacional". Praticamente todos os jornalistas com que tive contato consideraram a versão 1,6 (única disponível para a imprensa) ruidosa no uso em estrada, sinal claro de que a marca exagerou
em sua busca por agilidade.
(Um web site dito especializado, porém, informou que as relações
"são longas e prejudicam as retomadas". Teria o carro que eles dirigiram o
câmbio de especificação alemã?)
O Polo chega também um pouco caro: R$ 29 mil com motor de 101 cv, ar-condicionado e direção assistida não é bem uma pechincha, mesmo que a VW tente convencer a imprensa de que o "concorrente direto"
(leia-se novo Corsa) custaria R$ 2 mil a mais com os mesmos equipamentos. Por esse preço o mercado oferece vários outros carros pequenos, alguns mais potentes (como Clio e 206, de 110 cv), e
até modelos médio-pequenos, como o Brava de 106 cv.
O grande desafio, contudo, será conquistar um amplo mercado sem a versão de 1,0 litro, que
deve ser lançada daqui a cerca de seis meses. Num país em que três quartos das vendas são de carros de 1.000 cm3, a falta dessa opção tende a limitar o acesso ao Polo e, naturalmente, o pretendido crescimento da VW.
Nada disso, porém, é definitivo: preço, motorização e relações de marcha são pontos de fácil revisão por um
fabricante. E a VW pode até surpreender o mercado, atendendo a estes pontos com respostas tão ágeis quanto as de seu novo carro. É esperar para ver.
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