Tudo o que somos e fazemos depende basicamente de uma coisa: o fator humano. A grandeza de uma nação se mede pela capacidade dos seus cidadãos em realizar, empreender, fazer. Tenho notado em nosso país uma certa tendência à imbecilização da população. É assunto complexo e delicado, que merece estudo e sobretudo solução.
Quem já assistiu ao programa Show do Milhão, do Sistema Brasileiro de Televisão, provavelmente ficou perplexo diante da dificuldade de muitos dos candidatos em responder às mais comezinhas perguntas. Sinal de cultura e informação no nível mais baixo. A maioria das questões poderia ser respondida se o candidato lesse um pouco de jornal ou assistisse
a mais programas de televisão voltados para o lado educativo -- não
a infinidade de programas de entretenimento de baixíssima qualidade a
que tantos destinam seu tempo.
O que se vê de placas e faixas mal escritas, mesmo aquelas oficiais, ultrapassa o limite do razoável. Por exemplo, existe um viaduto em São Paulo que recebeu o nome de Viaduto do Imigrante Nordestino -- como se o Nordeste brasileiro fosse outro país. Há pouco tempo havia avisos na rodovia SP-70 Ayrton Senna/Carvalho Pinto a respeito da existência de radar eletrônico, como se radar não fosse tão-somente um aparelho eletrônico. Radar, como se sabe, é o acrônimo para o inglês
radio detection and ranging, ou detecção e medição de distância por rádio.
Há muitos anos o mote de uma cerveja, a Malt 90 (não existe mais), era "o prazer de fazer bem feito". Nada mais certo para exprimir
cuidado, capricho, dedicação. Como ocorreu ao telefonar há poucos dias para uma empresa (Rodogás).
Pedi à telefonista para falar com determinada pessoa e ela gentilmente
disse que os dois ramais encontravam-se ocupados, se eu preferia esperar ou ligar depois.
Eu disse que esperaria e, passados alguns minutos, ela retomou a ligação e disse, "caramba, os ramais continuam ocupados!!!", sua entonação indicando lamentar por eu não estar conseguindo o que queria. Ela estava do
meu lado. Foi um exemplo de atendimento, de empatia pelo cliente. Tive a melhor imagem da empresa naquele momento. E imagem é um valor intangível.
A maioria dos leitores do BCWS já deve ter notado o cuidado dispensado à feitura desta revista eletrônica. Essa é, dentro de nossa ótica, a única maneira de fazer qualquer coisa. O processo de melhoria contínua é o nosso norte. Outro dia um ex-colaborador avisou que na história do DKW, matéria publicada há mais de três anos, o nome do primeiro modelo fabricado aqui não era caminhonete DKW-Vemag, mas Universal. A alteração foi feita na hora. Quando detectamos um erro ficamos vermelhos de raiva.
Essa postura, claro, chega a nossos colaboradores, que logicamente são merecedores do crédito por nosso sucesso. Por isso, cada vez que um deles precisa se desligar da equipe, nosso sentimento de perda é muito grande. É o caso de Marco Antônio Oliveira que, por razões de ordem pessoal e profissional, não pode continuar conosco. Seus brilhantes textos na coluna
Na Estrada vão deixar saudades, como a que temos -- eu e os leitores -- de outros colaboradores que nos deixaram.
Mas assim é a vida, e continuaremos com o nosso propósito de oferecer o melhor do automóvel na grande rede brasileira.
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