Está chegando ao fim, depois de pouco mais de um ano, a produção do Renault Avantime, o misto entre cupê e minivan da marca francesa que é um dos carros mais feios lançados dos últimos tempos. Nos Estados Unidos, a Pontiac ainda arrasta no mercado o Aztec, um utilitário esporte de linhas tão grotescas que até seus funcionários devem se envergonhar de produzir.
Por estes e outros exemplos, é fácil concluir: beleza ainda é fundamental -- ou ao menos relevante,
de acordo com as prioridades de cada mercado -- na escolha de um automóvel. Assim, surpreende que alguns fabricantes continuem apostando em estilos controvertidos, capazes de despertar mais rejeição do que admiração.
Não conheço quem tenha gostado do novo Rolls-Royce Phantom, apesar de todas as qualidades inerentes à marca. Os últimos BMWs, o Série 7 e o Z4, provocaram a ira dos aficionados pela marca, que temem o que o desenhista Chris Bangle
(há quem o considere, em tom bem-humorado, um contratado da Mercedes para aniquilar a concorrente...) possa fazer com os próximos Série 3, 5 e X5.
Não estão sós. A Renault vem seguindo caminhos um tanto discutíveis nos recentes Laguna, Vel Satis, Mégane e Scénic, parecendo não ter aprendido muito com o fracasso do
Avantime. A Porsche, não bastasse a "heresia" de lançar um utilitário esporte, o Cayenne, ainda o fez com um estilo criticado no mundo todo.
E até o Ferrari Enzo despertou muito menos suspiros, por seu desenho
estranho, do que os antecessores F40 e F50.
Felizmente, ainda há muita inspiração e belos resultados no desenho de novos automóveis. Marcas como Alfa Romeo, Aston Martin, Audi, Bentley, Ford,
Holden, Honda, Jaguar, Lamborghini, Lexus, Mazda, Mercedes-Benz, Nissan/Infiniti, Peugeot, Saab, Seat e Volkswagen -- para citar algumas, mas o leitor pode acrescentar ou remover as que desejar, já que gosto é pessoal -- têm mostrado modelos atraentes, sejam ou não originais.
Carros que compraríamos até pelo estilo, não apesar do estilo. Não é assim que deveria ser?
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